Sucesso
nas décadas de 60 e 70, circo atraia centenas para ver suas atrações.
Foi
nos anos 60 e 70 e muitos de nós nem havíamos nascido. O circo tinha palhaço,
teatro, cantores e outras atrações. Era um meio de diversão para Jataizinho na
época e um dos artistas foi Claudionor Stork. Ele cita que tudo começou numa brincadeira
entre amigos. “Cercamos a rua com a lona improvisada e
começamos a brincar. Participava, além de mim, o Dirceu Urbano e outros amigos.
Aos poucos a brincadeira de rua começou a tomar corpo e no final tínhamos arquibancada,
palco, picadeiro e sistema se som, faltando apenas a lona para cobrir o circo e
sairmos pelo mundo”, recorda com saudades.
O
circo se tornou famoso e entre as atrações estavam duplas e cantores sertanejos,
como Lício e Lina, Jaci e Juciel, Adão e Noel, Vicente Luís e seus Cangaceiros,
Tonil e Tonel, além de Paulista e Paulistinha. “Quando a atração era teatro e
palhaços, não cobrávamos. A bilheteria era feita quando vinham cantores e
artistas de fora. Na época, os espetáculos eram aos sábados e para arrecadar
dinheiro, um palhaço ia com o pinico obter doações da plateia. Sobrevivíamos
assim”, declara Claudionor.
Uma
das curiosidades era o fato de não existir mulheres na trupe, obrigando-os a
fazer tal personagem, por hora cômico ou dramático. “Eu, Pedro Carola, José
Maria (conhecido por Gato Seco), Daniel Rodrigues do Prado e Luís Carlos
Moraes, se alternavam nos personagens femininos. Também integravam o circo, Salvador
da bicicletaria (padre), Denis Moreno (palhaço), além dos irmãos Antônio,
Sebastião e Francisco Stork. “Escolhíamos uma música de sucesso, como da dupla
JoséFortuna e Pitangueira e adaptávamosum drama ou comédia. “A lenda da valsa
dos noivos”, “Jesus Cristo na casa do pobre”, “A morte de Lampião”, “O punhal
da vingança”, “Pedro Malazartes” e “A morte de Joaquim Pinheiro” foram todas
encenadas, sendo esta ultima, tendo o registro em fotografias. “Jesus Cristo na
casa do pobre” conta a estória da família, onde a filha era aleijada. O pai só
pensava em jogo e a filha não andava. Certo dia, quando o pai batia na família,
surge Jesus Cristo e os chama. A criança não andava. Mesmo assim, pela fé, obteve
forças e foi a seu encontro. O pai, um ateu, a principio não quis ir. Mas, por
fim aceitou a Jesus Cristo”, relata.
Outro
episódio foi quando marcaram uma apresentação no Limoeiro, em Londrina, com
Vicente Luís e seus Cangaceiros. Seria um drama. “Como abriu um temporal eles
não apareceram. No entanto o público começou a chegar vindo à cavalo, carroça e
à pé. Improvisamos a apresentação e com o inesperado retorno financeiro,
sobrevivemos cinco meses sem fazer apresentações, por conta das fortes chuvas
da época”, declara.
Itinerante,
o circo se apresentou na Água das Flores, Couro do Boi, Serra Leão, Assai e no
Limoeiro, em Londrina. “Pretendíamos voltar para Jataizinho com o show de Mococa
a Moraci. Faltava apenas a lona para sairmos mundo afora com o circo. Por conta
das dificuldades de transporte na época, deixamos o circo em Londrina e voltamos
para Jataizinho. Mas, quando voltamos com o caminhão para buscá-lo, ele foi roubado.
Não havia mais nada duma estrutura para 300 pessoas sentadas, alto falantes,
palco e picadeiro. Disseram que alguém levou o circo. Isto foi entre 1972 e
1973. Ainda tenho muitas saudades daquela época”, finaliza Claudionor.
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