quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Parque Estadual de Ibiporã se mostra como uma opção de turismo ecológico.


Em meados de 1974 o engenheiro agrônomo Iolder Colombo chegou a Ibiporã, vindo de Santa Catarina. A cidade era diferente de hoje e havia em posse do IAPAR uma área de mata com 92 hectares. “Não existiam guardas no local, era comum a caça de animais silvestres e o desmatamento de peróbas e angico”, recorda Iolder. Ele era caçador e numa investida na mata avistou um inhambu-xintã e, antes de atirar com a espingarda, se arrependeu e lhe surgiu a idéia de criar um movimento para salvar o espaço verde dentro da cidade. “Procurei o Helio Dutra no ITC (Instituto de Terras e Cartografia) e fui orientado a falar com o Renato Johnsson, Secretário do Interior no governo de Ney Braga. Fiz um documento em 1976 com as principais idéias do que era possível. Como as cerâmicas produziam muito na época, sugeri a implantação de um viveiro com eucaliptos para lenha e árvores nativas para reflorestar as vertentes dos rios. Após três meses foi solicitado um projeto. Sentei com o Hélio Dutra e o fizemos, com previsão de um milhão mudas e o apoio de uma associação ambientalista. Assim criou-se a Associação de Proteção ao Meio Ambiente em 1977 e em 30 de abril de 1980 nascia Parque Estadual de Ibiporã”, relata.                                                                                                                         
Iolder Colombo cita que no meio do processo, o Doutor Justino Alves Pereira soube que o município ganharia o espaço e deu a idéia de colocar a APAE junto ao parque, uma vez que a ação ajudaria muitas pessoas. Dos 92 hectares, 18 foram desmembrados e cedidos a APAE.                                             
Com o parque e a APAE estabelecidos, o viveiro produzia e doava mudas aos agricultores para reflorestamento e produção de lenha para as cerâmicas. “Pessoas de Ibiporã, Londrina, Jataizinho e Sertanópolis levavam mais de 50 mil mudas de uma só vez. Além do eucalipto havia mudas frutíferas e exóticas, que servem de alimento aos animais, como araçá, goiaba, abacate e figueira. Também foram soltos animais como curió, inhambu-xintã, cotia e jacu, este último chegou a ter mais de 130 espécies no local”, cita.                             
Foi somente em 1990 que o IAP (Instituo Ambiental do Paraná) instalou a sede para coordenar o parque com uma mentalidade organizada, além de plantar outras espécies e acompanhar o cultivo nas propriedade. “A mata é uma zona de amortecimento para o Tibagi e a fauna, que a usa para chegar aos rios e na Bacia do Jacutinga, como o guará, a onça, o quati, a paca e o tatu”, declara.                                                                                                                        
Atuando numa propriedade em Sertanópolis, Marcos Wendel de Bonfim levou 4500 mudas de peróba, pau d'alho e frutíferas para reflorestar as nascentes de um sitio. “É uma área de lazer familiar abundante em água. Deve existir o equilíbrio ecológico para beneficiar as gerações futuras”, alerta.                      
Raiane de Sá, estagiária de Biologia que atua no Parque Estadual de Ibiporã, afirma que as visitas são de 2ª a 6ª das 8 às 18 hs, onde se conhece a trilha de ida com 2600 metros e de volta 1300 metros. No trecho se aprecia árvores nativas e uma mina. “O local é excelente para educação ambiental, desenvolve a criticidade e é o pulmão de Ibiporã. No passeio mostramos que é necessário preservar a natureza e muitas escolas e universidades vêm aqui. Para as crianças é importante ter consciência ambiental e preservar a natureza para o futuro”, pontua. O telefone para agendar visitas é o 3258 4366.


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