domingo, 20 de dezembro de 2015

Tonil: o autentico caipira que representa a história Norte Paranaense.

A representação da cultura norte paranaense de manifesta pela música. Um dos expoentes da cultura Pé Vermelho é o músico e compositor Ermiliano Costa Domingues, de 72 anos, conhecido por Tonil, da dupla Tonil e Tonel. Vindo de Guaraí (SP), ele aprendeu a tocar viola aos 10 anos com o tio Gumercindo Costa Rodrigues, que o viu como um futuro violeiro. “Daqui a 50 anos você será o Rei da Viola”, recorda as palavras do tio.                                        

Sendo um violeiro tradicional, nascido e criado no campo, Ermiliano ensinou o irmão a tocar e cantar, formando a dupla Tonil e Tonel em meados de 1956. Com autoria de várias músicas de raiz, gravou LP´s, CD´s, tem composições na internet e se apresentou por todo país, como parques, cinemas, caminhões, circos, palanques políticos e rodeios. “Íamos ao circo da Água das Flores, que tinha a igreja e a escola cercada por poucas casas, mas com muita gente da área rural. O circo lotava”, diz. Entre as músicas conhecidas está “Rainha Boiadeira”, que relata a história verídica de um circo, onde havia um boi bravo. Foi aí que chegou uma moça e solicitou montar o animal. Com facilidade ela o dominou. Ao perguntarem seu nome, disse que viera de Andradina e era filha do Rei do Gado”, pontua o cantor, emocionado com o relato.                                                                                                                        
A vida artística de Ermiliano Domingues não se resume apenas aos palcos. Ele se apresentou em emissoras de TV, além de por mais de vinte anos ter programas no rádio, como a Marajoara de Ibiporã, Metropolitana de Cambé, Rádio Norte e Brasil Sul em Londrina, além da Nova Geração. “Na Metropolitana obtive o diploma de locutor e na Nova Geração apresentei o programa A voz de Tonil e Tonel”, recorda.                                                                    

Com vários aparelhos de som em casa, como amplificadores e microfones, ele ensaia no estúdio caseiro e os mesmos são transmitidos por alto falantes localizados em cima do imóvel, na Vila Frederico. Outra atividade é a gravação do trabalho de outros artistas. “Ao gravarmos, o artista chega às 4 horas da manhã. Tomamos um café bem forte, entramos no estúdio e gravamos cerca de doze músicas, tocadas diretas e sem usar computador. Por ser artesanal é diferente da gravadora profissional, onde eles preparam os músicos. No meu caso, sou um artista popular”, diz.                                                       
Se engana quem acha que Ermiliano Domingues é apenas um artista. Durante a vida conciliou o palco com o trabalho de Operador de Trator de Esteira na Codapar, o antigo Café do Paraná e atual Secretaria de Agricultura do Paraná. Com a vida de aposentado, se dedica a reforma de um caminhão antigo. “Tenho saudade do circo e do cinema. Nestes locais o povo nos abraçava e como violeiros éramos a autêntica figura do caipira, expressa no palco. Vou levar a vida cantando”, finaliza Tonil, que representa e preserva a história do Norte do Paraná, ao ser o caipira que tem na música de raiz, temas de boiadeiro, café, agricultor e a roça.

Nenhum comentário: