A aposentada
Maria Lopes Morales, era criança quando veio de Catanduva (SP) morar no Paraná.
Hoje, aos 88 anos, ela se recorda que o Paraná era coberto de matas virgens,
quando seu pai comprou 15 alqueires de terras para o cultivo variado. “Viemos
em quatro caminhões e fomos morar em Londrina, as margens Ribeirão dos Apertados.
Para ir da zona rural à cidade, era preciso caminhar 23 quilômetros”, recorda.
Com
uma cultura não muito diferente de hoje, eles plantavam milho, feijão e café. “Eu
abria covas e meus irmãos plantavam milho. Na colheita juntávamos tudo e
transportávamos em carroças ao celeiro. Trabalhávamos na lavoura de sol a sol”,
cita. Mesmo com o trabalho árduo, Maria Lopes sonhava em ler e escrever, porém,
como o pai era bravo, teve dificuldades. “Meu pai ensinava as pessoas a ler e a
escrever, sob a luz de lamparina. Pedi que me ensinasse. Com uma cartilha em
mãos, mas sem conhecer nada, aquilo era uma novidade. No entanto, devido ele gritar
muito comigo, tive dificuldades e não me interessei mais pela leitura e escrita”,
lamenta.
Além
de trabalhar no campo, Maria Lopes vendeu produtos agrícolas e alimentos
diversificados em feiras livres de Londrina. Ela acordava às 4 horas da manhã.
Atualmente confecciona e vende bordados.
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