domingo, 20 de dezembro de 2015

A historia do Bartoldo de Jataizinho: o sucesso se dá pelo trabalho.

Bartoldo Bernal Martins conta a Folha de Jataizinho que sua família chegou ao Paraná em meados de 1959, vindos de Cafelândia (SP). Primeiramente foram morar em Florai, onde ficaram três anos e teve a oportunidade de estudar o primário. “Em 1963, devido uma forte geada, meu pai vendeu o sitio que morávamos e mudamos para uma fazenda no Taquari, de propriedade de seu primo, dono da Moval em Arapongas. Trabalhamos como empregados e aos doze anos de idade trabalhei com ardor para ajudar o sustento da família. Por conta disto, conseguimos montar uma olaria de tijolos e com o dinheiro ganho meu pai possibilitou que minhas três irmãs se formassem professoras, ofício que exercem até hoje em Jataizinho”, recorda.               

Com a luta diária, junto ao pai, aos 18 anos Bartoldo começou a trabalhar na olaria, agora dirigindo um caminhão. “Entre 1966 e 1967 entregava tijolos em Londrina. A olaria se chamava São Luís e em 1971 meu pai trocou o nome para Cerâmica Palmeira, empresa que mantém o nome até hoje, localizada no Parque Industrial Garrastazu Médici. Naquela época, a Zona Norte de Londrinaera apenas o Conjunto Milton Gavetti. Londrina cresceu e onde é a Gleba Palhano, havia apenas mato e eucalipto. Jataizinho era composta pela Vila Lucaresci, conhecida por Vila Frederico. Só tinha Jatay e a Vila, com umas 40 casas e cinco olarias”, pontua.                               

Aos 63 anos, Bartoldo Bernal Martins é pai de três filhas e trabalha com o irmão. “Nestes 50 anos a produção do tijolo se transformou. O trabalho braçal deu lugar à mecanização de 80% do processo de fabricação. E, devido àsleis ambientais, a argila não pode ser extraída dos rios. Ela é comprada em Curiúva ou Sapopema e a trago de caminhão”, diz.                                                                                                        

Com uma empresa que gera cerca de 40 empregos, Bartoldo lembra que trabalhou muito na vida, em jornadas que chegavam a 18 horas, produzindo tijolos dia e noite. “Carreguei muito barro com pá, além de puxar argila e tijolos no caminhão. Hoje está mais fácil devido os instrumentos como pá carregadeira e, por conta da idade, trabalho na administração da olaria”, afirma.                                                           

Mesmo sendo um empresário de sucesso, que trabalhou muito para chegar onde está e que acompanha o vigor da construção civil, visto que seus produtos são vendidos para oito construtoras de Londrina, Bartoldo não esquece os amigos e sempre que pode os encontra no Restaurante Casarão para bater um papo e recordar as lembranças passadas e atuais de Jataizinho. “Só tenho amigos e onde passo todos me cumprimentam. O tempo e a vida na cidade mudaram as coisas. Com sete anos trabalhei na roça. Diferente da cidade, hoje se começa a trabalhar com idades superiores”, diz. 
                                                                                                           
Gerando cerca de 400 empregos, Bartoldo cita que as cerâmicas existentes em Jataizinho não fecham, pois são estruturadas. Mesmo que os donos e fundadores venham a falecer, seus filhos darão continuidade aos trabalhos.

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