Radicado há mais de 30 anos no Brasil, Ariel Freire conta com muitos quadros no exterior Quando o artista plástico Ariel Freire, 63 anos, morador do Maria Celina (Londrina), saiu de Flórida, uma pequena cidade no sul do Uruguai, para visitar uma pessoa que morava em Londrina, não imaginava que hoje ela seria sua esposa. Ele se recorda, que chegou à cidade em 1986 e não conhecia ninguém. Como já pintava, colocava seus quadros no Calçadão do centro, até que um dia, o artista plástico Agenor Evangelista viu suas obras e o convidou para expor em mostras de Arte Zumbi dos Palmares. Autodidata e com quadros em diversos catálogos, Ariel produziu nestes últimos mais de 30 anos, em torno de 350 quadros, que estão espalhados no Brasil, Suécia, Uruguai, Argentina e Cuba. As obras, que expressam o realismo fantástico, foram feitas a partir do lápis de cor, grafite, tinta olho e pastel de terra sobre telas e cartolina. Com vocação para a pintura, na infância, fazia figuras de casas, barquinhos e copiava outros desenhos. Porém, o estilo surgiu quando Ariel se enveredou por diversas leituras sobre a América Latina, ufologia e por ter morado dois anos em Córdoba e Mendoza, na Argentina. “Nesses locais, existem edificações incas que estão encobertas pela mata, como algumas pirâmides na selva Amazônica”. Identificando-se com as raízes latino americanas, o artista plástico diz que as lendas que retratam a vida pré-colombiana, como o popol-vuh, escritos indígenas dos maias que descrevem a criação do mundo e as três fases da evolução do homem (barro, madeira e carne e osso), lhe inspiram e constituem várias obras de outros artistas latino americanos, como livros e quadros. Contrário ao neoliberalismo e a globalização, pois “não tem conceitos éticos, mas comerciais que massificam a cultura e tiram a sensibilidade do homem, que não mais se comove diante das fatalidade que se tornam banais”. Ariel diz que a busca pela nossa origem é algo intocável e que muito deve ser aprendido, através da leitura e apreciação de quadros e livros. Além das paisagens, o uruguaio faz retratos e divulga suas obras através de exposições, amostras no calçadão, feiras e eventos ao qual é convidado. Com o conceito arte-pintura-cultura, ele projeta, no futuro, fazer uma pequena exposição com a temática da Zona Norte e expô-los, aqui mesmo na região. “A Região Norte ter vida própria e várias coisas positivas, pois aqui fixei minhas raízes”.
Um comentário:
Um artista de tremenda sensibilidade pelas causas humanas sociais reflete em suas obras todo o grito de liberdade que anseia a alma humana. Pessoas como você deixam o legado de consciência histórica a humanidade. Parabéns, Ariel Freire
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