domingo, 18 de agosto de 2019

Aos 84 anos, João Bernal Martins, o Espanhol, esbanja muita saúde.


             A primeira lembrança que veio a mente de João Bernal Martins, ao ser entrevistado para a Folha de Jataizinho, foi o ano de 1964, quando entregava tijolos para construir prédios de bancos no centro de Londrina. Foram vários: Noroeste, Banco do Brasil, Banco Mercantil de São Paulo, Sudameris. Também entregou tijolos para construir o Ginásio de Esportes Moringão, além de uma remessa de 100 mil tijolos para construir casas populares no Jardim Leonor. Tudo isto através da Cerâmica Palmeira.
         João Bernal é pai de Francisco Bernal, Bartoldo Bernal, Maria do Carmo Bernal, Regina Bernal e Encarnação Bernal, que estudou em Lins. “Minhas três filhas são professoras. A Encarnação ensinou durante 12 anos em Assaí”, recorda. Quando ao apelido de Espanhol, ganhou porque seus pais vieram da Espanha, país o qual viajou e ficou 60 dias. “Após o falecimento domeu pai, conheci a casa onde ele nasceu e alguns familiares. Fui às cidades de Múrcia, Armeria e Lorca, onde conheci onze primos da Família Bernal. Também conheci Palmar, Cantarrilha, Alicante e Porto, em Portugal”, afirma.
          Mas, bem antes de conhecer várias cidades na Espanha e vir para Jataizinho, João Bernal morou em Cafelândia e depois Nova Esperança, onde trabalhou sete anos numa fazenda e, com o dinheiro ganho, comprou duas chácaras. Porém, uma geada em 1962 arrasou sua propriedade e ele veio morar no Taquari. Passado sessenta dias, juntou mais seis pessoas e foi para Minas Gerais, na divisa com Goiás e comprou 450 bois, trazendo o rebanho em 38 dias de marcha. “Fiquei um ano com a boiada, mas minhas terras foram inundadas para a construção da Represa Capivara. Fui indenizado e como dinheiro montei uma cerâmica em Jataizinho e outra em São Paulo”. Entre 1976 e 1978, ficou em São Paulo. Depois vendeu a propriedade para a Torrefação Serra Negra e voltou para Jataizinho, onde deixou o legado da Cerâmica e Madeireira Palmeira.
         Além de trabalhar no campo, Espanhol também foi corretor de algodão. Os negócios iam tão bem, que além de intermediar a venda do algodão para 139 famílias por seis anos, ele comprou sementes e investiu no plantio do mesmo. “Um dos meus clientes foi o Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda”, cita o ex-corretor.
          Tranquilo com a vida, João Bernal mostra saúde ao cortar capim, no intuito de alimentar animais que cria, como cavalos, bois, vacas, porcos, galinhas, patos, gansos, tilápias, além da plantação de mandioca, mantidos na propriedade rural que mora há três anos. “A fartura é tão boa, que possuo mais de 150 pés de manga, de fruto tipo exportação”, cita. Apesar de receber constantemente a visita dos filhos, João Bernal tem vontade de morar no Mato Grosso, pois lá afirma que há menos violência. 


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