sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tipos de cinema

DOCUMENTÁRIO OU FILME FACTUAL
O objeto do filme documental é ser o reflexo mais ou menos fiel da vida real. Seus pioneiros foram os irmãos Lumière, com suas tomadas da vida cotidiana, e Charles Pathé, com noticiários. O americano Robert Flaherty foi seu principal cultor, com Nanook of the North (1922; Nanuk, o esquimó). Na antiga União Soviética destacou-se Dziga Vertov, com a "câmara-olho". Também os ingleses foram pioneiros: John Grierson criou importante escola documentarista, mas enquanto enfatizava o caráter propagandístico do filme não-ficcional, outros ingleses, como Raul Rotha e Basil Wright, conceituavam o gênero como uma mensagem não só para a comunidade atual como para a posteridade.
O filme não-ficcional inclui o documentário propriamente dito, o filme factual, o de viagens, o educativo, de treinamento ou didático; os cinejornais ou noticiários em desuso desde o aparecimento dos telejornais e, para alguns, os desenhos animados.
A tradição jornalística dos Estados Unidos consagrou documentaristas como Pare Lorentz e Paul Strand. O holandês Joris Ivens evoluiu desde a realização experimental até a denúncia social. A Alemanha teve em Walther Ruttman e depois em Leni Riefenstahl dois documentaristas de peso. O brasileiro Alberto Cavalcanti, que trabalhou na França e no grupo de Grierson em Londres, foi mais documentarista que ficcionista. Outros brasileiros dedicados ao gênero foram Lima Barreto, Jurandir Passos Noronha, Jorge Iléli, Genil Vasconcelos, Rui Santos e, posteriormente, Vladimir Carvalho.

ÉPICOS E AVENTURAS
O filme épico e de aventuras revela um mundo heróico de conflitos e combates, de grandes cenários, nos quais predomina a ação. Os pioneiros do filme épico foram os italianos, no cinema mudo, que louvaram o passado de seu país, e os soviéticos lhe deram um impulso épico com temas revolucionários. O francês Abel Gance fez um monumental Napoléon (1926). No cinema sonoro, vale lembrar The Private Life of Henry VIII (1933; Os amores de Henrique VIII), de Alexander Korda; Abraham Lincoln (1930), de D. W. Griffith; Cleopatra (1934), de Cecil B. DeMille; Scipione, l'Africano (1937; Cipião o Africano), de Carmine Gallone; e Ivan Grozny (1944-1948; Ivan, o terrível), de Serguei M. Eisenstein.

FILMES DE GUERRA
Em tom patriótico ou crítico, os filmes de guerra apelam à violência como espetáculo. No cinema silencioso, o gênero foi realçado com The Birth of a Nation. As duas guerras mundiais inspiraram muitas produções, das quais são importantes The Big Parade (1925; O grande desfile), de King Vidor; All Quiet on the Western Front (1930; Sem novidade no front), de Lewis Milestone; Story of G. I. Joe (1945; Também somos seres humanos), de William Wellman; e A Walk in the Sun (1946; Um passeio ao sol), de Lewis Milestone. A guerra do Vietnam também inspirou bons filmes nos Estados Unidos, como Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, e Platoon (1986), de Oliver Stone.

FILMES DE TERROR
A fantasia e o medo, despertos por personagens monstruosos ou sobrenaturais, como fantasmas, bruxas, demônios e vampiros, são os sentimentos a que apelam os filmes de terror. O gênero começou com o expressionismo alemão, do qual Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, de Friedrich Wilhelm Murnau, foi o modelo perfeito. Tornaram-se clássicos os filmes feitos em Hollywood na década de 1930, como Drácula, com Bela Lugosi, Frankenstein (1931), com Boris Karloff, e King Kong (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack. Na década de 1940, as produtoras R.K.O. e Universal de Hollywood, e na de 1960 a Hammer britânica, se especializaram no tema. O gênero se tornou mais descritivo e violento e alcançou o auge com séries seguidas de monstros ressuscitados dos cemitérios, como a série Poltergeist, o primeiro deles de Tobe Hooper, filmado em 1982.

FICÇÃO CIENTÍFICA
As viagens interplanetárias, as experiências nucleares e as especulações sobre mundos futuros são os temas da ficção científica, gênero próximo ao terror e ao bélico. Suas obras-primas são 2001: A Space Odyssey (1968; 2001: uma odisséia no espaço) e Star Wars (1977; Guerra nas estrelas), de George Lucas, nas quais os efeitos especiais superam a dramaturgia. Estilo muito pessoal mostrou o russo Andrei Tarkovski em Solaris (1972), mas o maior nome no gênero é o americano Steven Spielberg (E.T., Contatos Imediatos em Terceiro Grau).

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