Segundo Luiz Beltrão e Newton de Oliveira Quirino, em Subsídios para uma teoria da comunicação de massa, o jornalismo é “o processo de produção de mensagens relativas a fatos, idéias e situações atuais, interpretadas à luz do interesse coletivo e transmitidos periodicamente à sociedade com o objetivo de difundir conhecimentos e orientar a opinião pública no sentido de promover o bem comum”.
Embora existente desde os primórdios da vida social humana, o jornalismo com os atributos que hoje lhe são peculiares (atualidade, variedade, interpretação, popularidade, difusão coletiva e promoção) procede da difusão da tipografia, a partir do século XVI, consubstanciando-se com os diários impressos no seguinte século.
Beltrão e Quirino, dizem que:
“Com a implantação da sociedade de massa, ao jornalismo cabe informar e comentar qualquer fenômeno que ocorra, em determinadas circunstâncias, na natureza, nas relações sociais ou no mundo criado pelo homem. Não deve ser propósito específico dessa atividade, em sentido restrito, educar, persuadir ou entreter seus destinatários, uma vez que tais funções são próprias de outras atividades comunicacionais”.
As distorções sofridas pelo jornalismo, no decurso de sua história, são geradas pelo intento de restringi-lo a instrumento de educação, de propaganda ou de evasão, antes de apresentador do quadro da atualidade, sem cujo conhecimento a comunidade permaneceria alienada, sem condições de opinar e participar da ação construtiva da paz, do progresso e da ordem social.
No jornalismo, entre a ocorrência de um fato e a sua veiculação, é percorrido um caminho relativamente rápido, se medido em horas. Porém, ele é bastante tortuoso e complexo. A começar pelo fato de que a imprensa não vive apenas dos episódios ocorridos num determinado dia, mas também da discussão, do debate e da análise de acontecimentos ou situações atemporais – que estão acontecendo, e não simplesmente que aconteceram.
É muito provável que um jornalista que consiga responder com exatidão e o maior número possível de detalhes relevantes às seis questões fundamentais de cada acontecimento (o quê, quem, onde, como, quando, por que) produzirá um trabalho jornalístico no mínimo aceitável. Mas, no universo informativo atual, uma dessas seis perguntas deveria merecer prioridade sobre as outras: por quê. O porquê de um determinado fato envolve uma investigação profunda sobre seus antecedentes e uma razoável soma de conhecimentos sobre o tema que está sendo tratado. E é imperioso que a imprensa escrita se debruce sobre os porquês, na medida em que rádio e televisão têm limitações congênitas para invadir este terreno. A explicação para as limitações do rádio e da tv, podem dadas devido o jornal impresso permanecer e conter mais “espaço” para a produção na notícia. Nos outros veículos de comunicação (rádio e tv), isso não é possível devido eles se esvaírem no ar, não possibilitando um acompanhamento posterior, sem que sejam gravados. Entre as funções do jornalismo, há duas que mais se destacam: a função política e a função econômica. Por função política, entendem-se os meios de informação, em sua ação crescente, como instrumentos de direção dos negócios públicos, e como órgãos de expressão e de controle de opinião pública.
A cada dia são maiores as relações entre o Governo e os meios de informação coletiva. Convencidos de que a opinião pública pode ser controlada através de uma informação inteligente e bem dirigida, os diversos órgãos governamentais desenvolvem seus serviços informativos captando simpatias e fornecendo vasto material para repórteres, redatores e editorialistas.
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