Curso básico de Libras deve ampliar acessibilidade de clientes portadores de deficiência auditiva
Vinte e dois agentes comerciais da Sanepar de Londrina estão participando do curso de formação básica na língua de sinais e Libras. Até o mês de junho, as terças e quintas-feiras, eles se reunirão para aprender a linguagem que dará maior acessibilidade aos portadores de deficiência auditiva aos serviços da empresa.
"Fomos pioneiros na implantação das contas em braile. Agora queremos avançar mais, ir ao encontro das pessoas com outras necessidades especiais, como os deficientes auditivos. É uma política de inserção e de respeito ao direito do cidadão", argumenta o gerente geral da Região Metropolitana de Londrina, Sérgio Bahls. Ele acredita que é preciso aceitação e adaptação por parte das pessoas em geral. "Devemos conhecer o mundo dos deficientes, sua cultura e suas limitações. Podemos ajudar e fazer com que tenham melhor qualidade de vida não só no convívio social, mas também, no nosso caso específico, garantindo a prestação de serviços de acordo com suas necessidades", destaca.
As expectativas são grandes tanto para os que atendem nos escritórios quanto para os que vão a campo. Alan Machado Pizzo tem seis anos de experiência no escritório de Atendimento ao Cliente da Avenida Higienópolis e há 10 dias recebeu um deficiente auditivo. ´"Tentei efetuar o atendimento com o auxílio da escrita, mas ele demonstrou não ter conhecimento daquela linguagem. Ele não entendia. Foi frustrante, mas hoje seria diferente", afirma. Professor de Matemática do Ensino Médio, ele avalia que esta capacitação também poderá ajudá-lo na segunda profissão. "É difícil absorver tudo agora. São sinais específicos para cada ação e há detalhes importantes como a postura e as expressões faciais", aponta.
Juliana Maria Gonçalves entrou na Sanepar em junho do ano passado e é colega de Alan no atendimento. Este é o segundo contato dela com Libras. Aos 11 anos de idade aprendeu sinais básicos para interagir com as pessoas que freqüentavam sua igreja. "Muitos deficientes não conhecem o português, nem o falado nem o escrito. Eu só vi o básico e, mesmo assim, já não me lembro de todos os sinais que aprendi. Acho que todos nós vamos ter boas lições", comenta. Juliana avalia que o mundo não está preparado para deficientes. "É preciso investir na inserção social. É uma nova cultura e nós é que devemos nos aproximar destas pessoas", destaca.
O agente de campo Jean Caio Scotton Alves está na Sanepar há três anos e acredita que o curso é uma grande oportunidade de crescimento pessoal. "Há alguns anos trabalhei em uma unidade onde exames médicos da rede pública eram agendados. Sempre tive contato com deficientes auditivos, porém nunca fui capaz de estabelecer um diálogo", lamenta. Ele acha que serão raros os contatos com clientes deficientes durante o processo leitura, porém quer estar apto para uma eventualidade. "Se houver demanda, terei condições de fazer um atendimento bem feito. Quero continuar o aprendizado. Quando a gente se dispõe a aprender, não tem dificuldade que não possa ser vencida", comenta.
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