A Síndrome de Dependência de Substâncias Psicoativas é uma “doença do cérebro”. Isso significa que, uma vez instalado o quadro de dependência química, inúmeras alterações funcionais cerebrais têm já ocorrido, principalmente em sistemas neuronais relacionados com o prazer e a recompensa.
Essa é uma das razões pela qual a Dependência Química deve ser adequadamente tratada por equipe especializada, contanto com médico e psicólogo especialistas. Além do uso de medicações que podem reduzir a “vontade” de consumir as substâncias (principalmente nos casos das Síndromes de Dependência de Álcool, Opióides e Nicotina), modelos de abordagem comportamental e cognitiva são essenciais durante o processo para evitar o uso e manter a abstinência.
O processo de recuperação inicia-se com a abstinência da substância abusada, bem como com modificações interpessoais e intrapessoais para manter esse processo por tempo prolongado. São essas modificações e a vigilância continuada sobre o comportamento e pensamento que podem driblar a fissura, a vontade para o consumo das substâncias.
As mudanças exigidas para esse processo de recuperação podem ser mais ou menos específicas para cada paciente, envolvendo várias áreas de funcionamento individual, tais como: física, psicológica, comportamental, interpessoal, familiar, social, financeira, espiritual, etc. O processo de recuperação também é mediado pela gravidade da dependência e nível de danos provocados pelo consumo inadequado dessas substâncias, pela presença de outras doenças físicas e psiquiátricas, pela percepção do paciente a respeito de sua doença, pela motivação para a mudança comportamental e cognitiva e pelo seu sistema de apoio. Não há fórmula mágica para driblar a Síndrome de Dependência. Trata-se de uma doença médica que precisa ser adequadamente tratada por equipe especializada.
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