Profundidade
Desde que a televisão é vista numa superfície de duas dimensões, uma ilusão de terceira dimensão só pode ser criada por meios artificiais.
A ilusão de perspectiva, que cria a noção de profundidade, é conseguida através do arranjo dos elementos de cena de tal maneira, que uma imagem bidimensional fique com uma noção de tri-dimensionalidade (profundidade).
Há alguns métodos para isso:
Tomada com a câmera em movimento: a câmera avança, dando a sensação de penetrar no espaço;
Movimentação do(s) sujeito(s): em todos os sentidos e direções para criar a ilusão de um espaço maior;
Tomadas em vários ângulos com diferentes planos: em vez de focalizar uma pessoa de frente, faça a tomada em ângulo de forma que ela possa virar um pouco o corpo ou o rosto para olhar para a câmera;
Enfatizar volumes e espaços: a cena ganha terceira dimensão quando é possível criar ambientes “exteriores”, que podem ser vistos através de janelas, portas ou arcos;
Além destes métodos, devem ser consideradas as seguintes situações:
Quando o ator está em movimento: o espaço deve ser maior na direção que ele olha;
Quando o ator estiver muito baixo no vídeo: a imagem ficará pesada na parte inferior (isto em relação ao teto: distância entre o topo da cabeça do indivíduo e o topo do vídeo);
Quando o ator estiver muito perto do topo do vídeo: a imagem vai parecer apertada. O elemento não deve entrar em contato com as laterais do vídeo: a borda inferior do vídeo não deve cortar nas juntas naturais do corpo: joelhos, cintura, etc.
O elemento mais importante, ou ação mais importante deve ser posicionado, preferencialmente, na direita. Se estiver na esquerda do vídeo é preciso que seja amparado(a) por uma composição vantajosa, através de melhor iluminação, angulação de corpo favorável ou outro método.
Perspectiva de Massa - os elementos de massa podem ser arranjados na cena para criar um noção de profundidade. Em alguns casos, a ilusão de perspectiva pode até ser exagerada e uma falsa noção de profundidade é conduzida ao telespectador. Isto é muito necessário naquelas televisões cujo estúdio impede o uso de cenários enormes e outros meios têm que ser utilizados para criar noção de profundidade.
A utilização de determinados tipos de lentes também podem contribuir para criar a ilusão de perspectiva. Um exemplo é a utilização de lente de ângulo de visão aberta.
Perspectiva de Linha - consiste em arranjar as linhas numa cena não simplesmente para proporcionar uma composição interessante, mas para aumentar a ilusão de perspectiva.
Perspectiva de Tom - haverá uma noção de profundidade na cena se os tons forem distribuídos de maneira que as áreas mais escuras fiquem no primeiro plano e as mais claras, no segundo plano.
Foco Seletivo (ou Foco Crítico) - se uma lente de pequena profundidade de campo for utilizada, o segundo plano ficará fora de foco. O elemento em primeiro plano será destacado. Além de adicionar profundidade na tomada, o foco seletivo ajuda a concentrar a atenção do telespectador no elemento principal.
BIBLIOGRAFIA
ECO, Umberto. Apocalípticos e Integrados. São Paulo: Perspectiva, 1979.
LOPES, Victor Silva. Iniciação ao Jornalismo Audiovisual. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1982.
TISKI-FRANCOWIAK, Irene T. Homem, Comunicação e Cor. São Paulo: Ícone, 1991.
Apostilas do SBT - Sistema Brasileiro de Televisão.( Alberto Kemal)
Apostilas da Rede Globo de Televisão.
BALAN, Willians Cerozzi – A iluminação em Programas de TV: Arte e Técnica em Harmonia. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, UBESP – Bauru.
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