Nas cidades o mundo se estabelece. O produto, o consumo e o consumidor são mundializados e a cultura universal atravessa free ways e vielas. Densa, contraditória e veloz, a cidade exibe sutilezas tecnológicas do mundo global ao mesmo tempo que a miséria de suas grandes massas nos vários flashs televisivos.
Tudo pode ser visualmente consumivel e a cidade constrói sua imagem, cria símbolos, destrói imagens e torna-se iconoclasta.
Hoje, a grande cidade fala a língua universal, seja da multiplicação de oportunidades, da facilidade de arregimentação de indivíduos para transformações históricas ou do imaginário libertário que oferece. Isso tudo tornou-lhe universal e permitiu fazer parte da globalidade que desmonta a hegemonia dos grandes centros e desconfigura a tradicional rede hierarquizada de cidades.
Lugares galgam acesso à velocidade da tecnologia, estabelecendo a formação de um tecido urbano articulado sob várias cidades que consolidam trocas e estabelecem um padrão de relações não mais lineares, ao contrário, multifocado.
A nova imagem da cidade exige que se desvendem suas inúmeras telas, cada vez menos estáticas que representam novos significados, poderes, desejos e utopias numa fugacidade que frustra tentativas e modelos tradicionais de planejamento e gestão, mas desperta a iniciativa de se repensar os seus destinos e de poder transpor a perplexidade.
Mas, não basta estar perplexo. Há que apressar-se ao ritmo instantâneo das trocas, ciente de que talvez não haja tempo para planejar modelos de gestão, pois os grupos da cidade, sejam eles étnicos, religiosos, ‘tribos’ ou urbanas, já elaboram seus estatutos e os aplicam.
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