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Dois teóricos que, embora oriundos de práticas diferentes – religiosa e educacional –se aprofundaram no tema do diálogo são Martin Buber e Paulo Freire. Existe uma questão decisiva sobre Buber e a visão dialógica da qual ele se constitui em principal paradigma: é a sua ambigüidade política – a bidirecionalidade radical de Buber está expressa como uma alternativa renovadora.Freire baseia-se inteiramente na comunicação como diálogo. Ele aceita seus pressupostos básicos: o amor como fundamento, a auto-suficiência como tabu, a confiança recíproca como “bem supremo” e o homem como ser de relação à priori. Freire busca estabelecer o diálogo como centro do processo de libertação humana, sendo um claro exemplo de como o compromisso e o engajamento religiosos influenciam profundamente a teorização e a atividade de uma pessoa.
Diálogo entre antagonistas: O primeiro paradoxo envolve a impossibilidade do diálogo entre antagonistas. Freire coloca uma grandiosa tarefa: a dos oprimidos libertarem ao mesmo tempo a si mesmos e a seus opressores. Ele insiste que o diálogo não é possível entre oprimidos e opressores, isto é, entre os que desejam dar nome ao mundo e as coisas e os que impedem esse processo de nomeação.
Diálogo e desconfiança: Um segundo paradoxo emerge quando Freire preconiza uma desconfiança em relação aquilo que denomina a “ambigüidade dos oprimidos”. O autor cita que o homem dialógico confia nos outros homens antes mesmo de conhece-los, pessoalmente, entretanto, sublinha que os líderes revolucionários “devem sempre desconfiar da ambigüidade dos homens oprimidos e desconfiar do opressor que esses trazem dentro de si.
Diálogo por testemunho: O terceiro paradoxo refere-se ao testemunho como forma de diálogo da liderança política com os oprimidos. Freire enfatiza a necessidade de que os dirigentes dêem testemunhos do fato de que a luta pela libertação é uma tarefa comum, sendo que por meio do testemunho que uma relação dialógica entre os dirigentes e oprimidos pode ser estabelecida.
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