Atualmente, as rádios comunitárias exercem um papel fundamental nos processos de participação. Essas rádios, que nasceram com o sentido de dar voz às camadas populares e desfavorecidas, criam condições para que a representatividade seja exercida. Com o avanço das novas tecnologias, muitas rádios comunitárias ganharam o poder enviar sua programação pela internet, além de: transmitir o conhecimento para toda a sociedade do Mundo; compartilhar informações agregadas à comunidade na qual estão inseridas; trazer a realidade local para o conhecimento de toda a sociedade; informar e educar, ao mesmo tempo dando a oportunidade para a comunidade se expressar; abrir espaços para informação e prestação de serviços e informações à comunidade. Outros pontos fortes são: meio para integrar a comunidade a outras; e por fim, levar a toda comunidade maiores informações e encurtar a distância entre os emissores e receptores de suas mensagens.
Rádio comunitária na internet é o grito de cidadania. É a socialização entre comunidade de conhecimentos diferentes. Esse é o caso da Cincão FM, uma rádio comunitária localizada na Zona Norte de Londrina. Vista como um instrumento de democratização, ela é integrante de uma comunidade com mais de cem mil habitantes, que dispõem de escassos meios de comunicação. Sem fins lucrativos, ela possibilita a participação efetiva da comunidade; o desenvolvimento local; o resgate da cultura e; a construção da cidadania. Torna-se instrumento de democratização da comunicação e da sociedade, multiplicadora de vozes, organiza a vida comunitária, social, política, cultural e supre as deficiências de emissoras comerciais, já que essas não falam diretamente à comunidade e não estão no dia-a-dia local. Interligada 24hs a internet, a Cincão FM deixa seu ouvinte atualizado com as últimas notícias locais e tornar-se a “caixa de ressonância” da população da Zona Norte de Londrina. Por ter sua programação disponível na internet, a participação popular no processo emancipatório de comunicação é maior e acessível. Mesmo que a internet não esteja acessível às camadas mais pobres, a sua conexão possibilita que a “voz dos oprimidos” possa chegar a diversos locais e a um número maior de receptores, independente da área geográfica. Isso deve ser ressaltado quando se conclui que a concessão para a abrangência de uma rádio comunitária é de no máximo um quilometro. Com essa ferramenta, seus ouvintes-participantes da programação pluralizada (envolve desde programas cultural-artísticos populares a programas de utilidade pública de maior relevância política e social, onde são abordados problemas e dificuldades da região). Isso é um catalisador para que as necessidades e as reivindicações sejam colocadas em pauta, discutidas junto à sociedade e gestores públicos e políticos. Tal é veracidade, que muitas discussões somente chegaram às esferas centrais do poder e tiveram uma solução, devido à transmissão via internet. Se a Rádio Cincão FM fosse restrita apenas as ondas de rádio, muitas das questões de utilidade pública, da região, não seriam conhecidas fora de sua área de abrangência. Concebida para os interesses da população da Zona Norte de Londrina, ela é oposta aos meios de comunicação massivos, que são tomados como dominadores e manipuladores de mentes e corações a fim de adequá-los a ideologia e a outros interesses das classes dominantes. É a comunicação comunitária que se ocupa dos interesses do povo, seus problemas, aspirações e procura o conscientizar de seus direitos e cidadania. Isso é o que leva a transformação da sociedade. Quem ouve a um programa na Rádio Cincão FM, pela internet, talvez nem imagine que se trata de uma evolução pela qual passa a comunicação comunitária. A rádio comunitária, devido à proximidade com os ouvintes, compreende as necessidades locais e busca alternativas para solucionar eventuais problemas e conflitos que envolvam não apenas o todo coletivo, mas indivíduos que não encontram espaços públicos para solucionar suas necessidades. Partindo-se desse pressuposto, há provas e subsídios que comprovem as rádios comunitárias como ferramentas modernas e de cunho popular, instrumentos de participação e representatividade de camadas menos favorecidas. Agentes diretas no processo democrático da conquista e manutenção de direitos coletivos e individuais, onde são poucos os espaços para discussão e atenção as necessidades populares. A história da humanidade revela a existência de uma luta constante para que o maior número possível de pessoas participe das decisões políticas. Cabem as rádios comunitárias o papel aglutinador de forças aos menos favorecidos para saírem fortalecidos no embate que envolve diversos interesses. Essa árdua conquista amplia a participação e elimina muitas diferenças sociais e políticas. Desse modo, temos que observar que as novas tecnologias, em específico à internet, surgem como aglutinador e como canal para que o maior número de pessoas possa participar das decisões e também para que haja o maior número de receptores quanto à demanda das necessidades político-sociais. É de conhecimento público que a participação e os direitos populares estão enfraquecidos devido o poder da grande mídia. Mas, existem focos de resistência e canais onde a população se comunica e expressa suas idéias, reivindica melhorias, além da comunidade contar com um veículo de comunicação comunitário como alternativa e espaço para sua participação, através da oportunidade de expressão das suas vivências e carência, das necessidades de comunicação entre os indivíduos que compõe âmbito da abrangência do canal de comunicação. É o potencial para pensar criticamente a realidade social rompendo com a cultura do silêncio e despertando no indivíduo à vontade de expressão. O processo de comunicação desenvolvido nestes canais faz do ouvinte um agente ativo, que participa e constrói as mensagens e “desenvolve uma programação voltada para a conscientização, mobilização, informa e oferece entretenimento”.
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