A bruxa do sovaco fedido
que andava descalça na terra
havia encontrado um sapo sabido
que falava a língua da Inglaterra.
Quem viu o feito do girino
encantou-se e ficou louco.
O encantamento maligno fez cair no sono
quem ouviu os gritos do sapo rouco.
Não sabia, aquela banguela
Sebosa, com sua vassoura encardida,
que os homens que tinham moela
fariam dela uma grande guisada.
Os mais espertos que não haviam dormido
andaram na direção daquela magrela,
jogaram-na para o alto como um dado,
caindo assim a carniça no caldo da panela.
De tanto fazer feitiço,
acabou virando refeição,
gororoba, almoço, jantar e carne de chouriço
para a marmita do Sebastião.
O pobre do sapo embora quisesse ir,
gostava tanto de dar risada
que até xixi as pessoas faziam de tanto rir.
Tinha o sonho de encontrar a amada.
Na lagoa ou num brejo,
longe daquela bruaca,
desejava, da princesa, o beijo
que encerrasse o feitiço da bruxa careca.
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