Hearst assumiu um grande risco quando, nas eleições de 1896, apoiou o candidato democrata William Jennings Bryan para a Presidência. Bryan defendia a cunhagem de moedas de prata, junto com as de ouro, para aumentar o meio circulante e tirar o país da recessão. Sua campanha eletrizou o país. Extremamente eloquente, Bryan dizia que os Estados Unidos estavam sendo crucificados numa "cruz de ouro" para benefício dos banqueiros. Ele defendia também a taxação da renda e a regulamentação das ferrovias e das grandes corporações, temas caros a Hearst. Tinha suporte no Oeste e no Sul, mas era considerado lunático e irresponsável no resto do país, especialmente em Nova York. Foi massacrado pela imprensa, inclusive os jornais próximos ao partido democrata - até Pulitzer lhe retirou o apoio. Só encontrou simpatia na imprensa de Hearst. Quando os anunciantes ameaçaram suspender a publicidade, ele respondia que assim teria mais espaço para defender seu candidato. Bryan perdeu as eleições por uma margem estreita, mas Hearst ganhou prestígio e seus jornais, circulação. Houve dias em que vendiam mais de um milhão de exemplares.
O episódio pelo qual Hearst e seus jornais ficaram mais conhecidos foi a guerra para libertar Cuba, uma colônia espanhola que lutava para conseguir a independência. Hearst viu a contenda como uma luta de oprimidos contra opressores e percebeu que o assunto podia vender muito jornal. Com todo o sensacionalismo de que foi capaz, ele deu cobertura jornalística e apoio material aos rebeldes, ocasionalmente com ajuda dos diplomatas americanos em Havana, e contribuiu para o contrabando de armas e suprimentos.
Ficou famosa a frase apócrifa de Hearst quando um desenhista enviado a Cuba para fazer ilustrações quis voltar a Nova York porque não havia guerra. Ele respondeu "Providencie os desenhos, eu providenciarei a guerra".
Os dois lados praticaram atos de terror para dominar o adversário. Hearst deu grande destaque aos campos de concentração criados pelos espanhóis para confinar as populações civis, ocasionando um elevado número de mortos. Quando o cruzador "Maine" explodiu na baía de Havana, os jornais de Hearst, sem aguardar as conclusões do inquérito - a versão atual é que a explosão foi provavelmente causada por problemas de combustão interna -, apontaram os espanhóis como responsáveis e incitaram o Congresso e o presidente a declarar guerra à Espanha.
Foram destacados dezenas de correspondentes, alguns dos quais participaram como jornalistas e como combatentes. Os Estados Unidos ganharam facilmente a guerra. Tomaram Cuba, Porto Rico e as Filipinas. Neste país, nos anos seguintes, os Estados Unidos usaram a mesma tática espanhola de campos de concentração, com os mesmos resultados. Para os olhos de Washington, os antigos heróis da luta da independência contra a Espanha se transformaram em bandidos rebeldes quando quiseram ser, também, independentes dos Estados Unidos. Porto Rico nunca foi independente e Cuba, depois de tentativas de anexação, se transformou durante décadas numa espécie de protetorado.
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