A primeira lembrança
que veio a mente de João Bernal Martins, ao ser entrevistado para a Folha de
Jataizinho, foi o ano de 1964, quando entregava tijolos para construir prédios
de bancos no centro de Londrina. Foram vários: Noroeste, Banco do Brasil, Banco
Mercantil de São Paulo, Sudameris. Também entregou tijolos para construir o
Ginásio de Esportes Moringão, além de uma remessa de 100 mil tijolos para
construir casas populares no Jardim Leonor. Tudo isto através da Cerâmica
Palmeira.
João Bernal é pai de Francisco Bernal, Bartoldo Bernal,
Maria do Carmo Bernal, Regina Bernal e Encarnação Bernal, que estudou em Lins.
“Minhas três filhas são professoras. A Encarnação ensinou durante 12 anos em Assaí”,
recorda. Quando ao apelido de Espanhol, ganhou porque seus pais vieram da
Espanha, país o qual viajou e ficou 60 dias. “Após o falecimento domeu pai,
conheci a casa onde ele nasceu e alguns familiares. Fui às cidades de Múrcia,
Armeria e Lorca, onde conheci onze primos da Família Bernal. Também conheci
Palmar, Cantarrilha, Alicante e Porto, em Portugal”, afirma.
Mas, bem antes de conhecer várias
cidades na Espanha e vir para Jataizinho, João Bernal morou em Cafelândia e
depois Nova Esperança, onde trabalhou sete anos numa fazenda e, com o dinheiro
ganho, comprou duas chácaras. Porém, uma geada em 1962 arrasou sua propriedade
e ele veio morar no Taquari. Passado sessenta dias, juntou mais seis pessoas e
foi para Minas Gerais, na divisa com Goiás e comprou 450 bois, trazendo o
rebanho em 38 dias de marcha. “Fiquei um ano com a boiada, mas minhas terras
foram inundadas para a construção da Represa Capivara. Fui indenizado e como
dinheiro montei uma cerâmica em Jataizinho e outra em São Paulo”. Entre 1976 e
1978, ficou em São Paulo. Depois vendeu a propriedade para a Torrefação Serra
Negra e voltou para Jataizinho, onde deixou o legado da Cerâmica e Madeireira
Palmeira.
Além de trabalhar no campo, Espanhol
também foi corretor de algodão. Os negócios iam tão bem, que além de
intermediar a venda do algodão para 139 famílias por seis anos, ele comprou
sementes e investiu no plantio do mesmo. “Um dos meus clientes foi o Delfim
Neto, ex-ministro da Fazenda”, cita o ex-corretor.
Tranquilo com a vida, João Bernal
mostra saúde ao cortar capim, no intuito de alimentar animais que cria, como
cavalos, bois, vacas, porcos, galinhas, patos, gansos, tilápias, além da
plantação de mandioca, mantidos na propriedade rural que mora há três anos. “A
fartura é tão boa, que possuo mais de 150 pés de manga, de fruto tipo
exportação”, cita. Apesar de receber constantemente a visita dos filhos, João
Bernal tem vontade de morar no Mato Grosso, pois lá afirma que há menos
violência.
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