Paralisados
desde 25 de abril, os professores da rede estadual de ensino público elencam
vários motivos para a greve. Eles são contrários a mudança no sistema de
previdência dos servidores do Estado, o Paranaprevidência. Com a nova lei, o Governo
transfere 33,5 mil beneficiários do Fundo Financeiro Previdenciário, para o
Paranaprevidência, arcado por contribuições dos servidores. Outra reivindicação
é a reposição salarial de 8,17%, representando a inflação. Em contrapartida, o
Governo oferece aos servidores 5%, pago em duas parcelas. A greve paralisou
diversos setores e já prejudica a economia. Observando a situação, fomos as
ruas no intuito obter opiniões a respeito dos acontecimentos.
O aposentado João Francisco Mendonça,
de 71 anos, afirma que a greve é um direito devido a reposição salarial de 5%
ser baixa. “Quem oferece 5% pode dar 8%. Enquanto a legislação permite que políticos
subam os próprios salários, de acordo com suas vontades e sem aprovação popular,
no Paraná os professores estão sofrendo. As crianças estão desatualizadas
devido a greve. Dizem que em breve ela será encerrada, mas não acredito, pois
os professores estão firmes em seus objetivos. Quanto a reposição de 5%, não
acho justo. Ao menos o índice da inflação deve ser pago”.
A aposentada Dulce del Pin apóia a greve e afirma que as
reivindicações são justas. “Sou contra as mudanças no Paranaprevidência, uma
vez que é injusto contribuir a vida toda e da noite para o dia retirar dinheiro
do fundo. Não concordo. Quanto aos alunos, os pais estão chateados, pois irão
perder o ano e serão prejudicados. Acho que os professores manterão a greve para
as coisas serem feitas de maneira correta. O aumento de 5% é pequeno. Compare
com o aumento dos deputados. Porque os professores têm que receber 5%, ainda
parcelado?”
O professor Flávio Danques afirma que
a greve é legitima, devido os professores e servidores do Estado exigirem que
se cumpra a aplicação da data-base de 8,17%. “Não é reajuste, é a reposição da
inflação. Para aumentar o salário dos deputados há verbas, mas para os
servidores públicos não existe. Algo está errado. Vemos cargos comissionados
com altos salários e escândalos de corrupção e propina na Receita Federal. A
sociedade deve entender que a greve não é por salário, mas pela reposição, algo
de direito e justo”.
Mara Cristina Rodrigues, de 42 anos, afirma estar
indignada com a situação, uma vez que ao menos a data-base e o reajuste inflacionário
devem ser aplicados. “A sociedade está consciente da luta. Setores da imprensa declaram
que a greve é por aumento, mas ela é pela reposição salarial e a manutenção dos
direitos. A escola pública de qualidade deve ser mantida, porém muitas estão
sucateadas, faltando merenda, papel higiênico e estrutura física. A sociedade
está a nosso favor e os pais compreendem a situação. Ninguém gosta de greve,
mas é o ultimo instrumento de luta”.
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