Na
primeira eleição Municipal de Ibiporã, concorreram ao cargo de Prefeito, Alberto
Spiaci, agricultor e comerciante de cereais pela Coligação PTB – PSD e, o
cafeicultor Luiz Sempre Bom, pela UDN. A eleição foi realizada em 16 de novembro
de 1947. Não houve grande rivalidade entre os candidatos e o resultado apontou
a vitória de Alberto Spiaci, diplomado Prefeito pelo presidente da Junta
Eleitoral da 40ª Zona Eleitoral da Comarca de Sertanópolis, onde a posse ocorreu
em 6 de dezembro de 1947.
Poder
Legislativo: A primeira composição da Câmara Municipal, teve Hiro Vieira como presidente,
José Pires de Godói, Gino Peretti, Ângelo Maggi, Indalécio Teixeira, Ronat
Walter Sodré, Otacílio Manoel da Costa, Voltareno Figueira e José de Almeida Paiva.
Fatos
inusitados e engraçados da Campanha Política: A inexperiência de candidatos
resultou em gafes que se tornaram célebres como anedotas. Recorda-se que os candidatos
percorriam a área rural que detinha o maior número de moradores, em torno de 15999.
Na área urbana a população era de 3543 pessoas. Entretanto as estradinhas eram
apenas carroçáveis, a maioria intransitáveis para veículos. Candidatos
utilizavam jipe ou cavalo para fazer as visitas. Geralmente, no veiculo
motorizado ia o candidato ao lado do motorista e na parte traseira os cabos
eleitorais, como seguranças e para ajudar a retirar o veículo do atoleiro
quando encalhava. Também era comum, na volta para a cidade, eles pararem num rio
e tomar um banho refrescante. Muitas vezes, quando o pessoal estava se
divertindo, chegaram algumas vacas e começaram a mascar as roupas deixadas no
gramado. Era um perereco dos diabos eles correndo atrás das vacas.
Candidato
esclarecido: Dona Cotinha, uma viúva que recebeu um candidato a vereador com fama
de inteligente, perguntou ao mesmo se não haveria problemas, por parte dos
filhos com a venda da propriedade. O político deixou a oportunidade para
apresentar seu profundo conhecimento das leis e respondeu que não haveria problema
algum, pois os filhos da Dona Cotinha, já eram “municipados”.
Doces
salgados e bebidas: Nas vendas (estabelecimentos comerciais geralmente
instalados na beira das estradas), o pessoal se reunia e passava o tempo
jogando truco, “sete e meio” e caxeta. Os candidatos e os cabos eleitorais
chegavam distribuindo cigarros e balas. O dono da venda a princípio não gostava
muito da concorrência gratuita, mas se acalmava quando os candidatos começavam
a pagar refrigerantes e cachaça, amplamente consumidas e que alegravam
ambiente. Nas casas, os candidatos chegavam com uma bacia grande repleta de
sanduíches de pão com mortadela feitos para o povo da roça. As crianças
ganharam refrigerantes e os adultos garrafas de pinga.
A
campanha na cidade: Os candidatos visitavam todos os botecos e canchas de bocha,
pontos de maior concentração de eleitores. Nesses locais era necessário muito
cuidado para não entrar em choque com eleitores de candidatos adversários.
Muitas vezes o pau quebrava entre eleitores. Tinha candidato que se reunia com
eleitores na casa do líder local, onde era distribuído pão com carne moída, “o
famoso boi ralado”, polenta frita, refrigerantes e muita pinga, está sempre
presente e garantindo a animação.
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