sexta-feira, 20 de maio de 2016

Tramitando na Câmara desde outubro, projeto que prevê aporte a folha de pagamento da APMI não é colocado em votação, podendo ocasionar uma greve em Cambé.(Folha de Cambé - 2013)


Tramita na Câmara dos Vereadores, desde o fim de outubro, o projeto de Lei 64/2013, autorizando o Executivo a transferir a Associação deProteção à Maternidade e à Infância (APMI), o montante de R$ 1.800.000,00 (ummilhão e oitocentos mil reais). O valor será para complementar o pagamento de salários, referentes anovembro e dezembro, além da segunda parcela do 13º. De acordo com o mesmo, o aporte se faz necessário, tendo emvista ações desenvolvidas pela entidade, de caráter continuado. Além disso, os valores antes previstos, em agosto de 2012, mostraram-seinsuficientes para atender a demanda exigida, visto que despesas de manutenção, pessoal, encargos sociais, material de consumo e serviços de terceiros, são impossíveis de prever, por conta da alteração de preço no futuro.No entanto, por divergências politicas, o projeto não foi colocado em votação, comprometendo as atividades da APMI, que pode entrar em greve.
                A morosidade do legislativo, em especial do presidente da casa, o vereador Eliseu Vidotti, gerou revolta e manifestações dos funcionários da APMI, que lotaram a galeria da Câmara, na 40ª Sessão Ordinária, realizada no último dia 25. Tanto Eliseu Vidotti, como Conrado Scheller, contrários a colocação do projeto a votação, foram duramente criticados e vaiados pelos presentes, mostrando revolta e indignação contra os políticos.
Favorável à votação e aprovação do Projeto de Lei 64/2013, o vereador Júnior Félix, alega que o motivo pelo qual Eliseu Vidotti não colocou o projeto em votação, é devido o presidente do legislativo afirmar que não há certidões do Tribunal de Contas e prestação de contas da APMI. No entanto, Júnior Félix e a vereadora Estela Camata foram claros e apresentaram tais documentos em plenário, antes protocolados, evidenciando contradições nas palavras de Vidotti. “A verba para pagarmos os funcionários da APMI está no caixa. Caso não sevote o projeto, mais de 500 famílias de trabalhadores da APMI serão afetados”, afirma Júnior Félix. Ele ressaltou que os salários dos vereadores estão em dia e que, recentemente, tramitou e foi votado em quatro dias, na Câmara, aporte de recursos para a Santa Casa. “Tamanha urgência também deveser destinada a APMI”, declara.
Favorável à votação, a vereadora Estela Camata reafirmou a necessidade de urgência do projeto. “Conversei com alguns vereadores e citei que os funcionários da APMI não devem ser prejudicados por questões politicas. O projeto está aprovado no executivo e o dinheiro estádisponível. Falta apenas a aprovação da Câmara para efetuarmos o pagamento. Além disso, está certificado, pelo Tribunal de Contas, que a APMI estáregularizada para receber verbas públicas até 24 de dezembro. O vereador Eliseu Vidotti está ciente disto e dos motivos que levam a complementação da verba”, salienta a vereadora.
O vereador Rômulo Yanke também se mostrou favorável à votação do projeto de lei 64/2013 e ressaltou que a APMI está em dia com suas obrigações fiscais. “Não cabe aos funcionários pagarem por litígios e perseguições politicas que se instalaram em Cambé. O trabalho da APMI é relevante ao município e com esta atitude, seus funcionários não terão dignidade. O projeto deve ser votado, mesmo havendo votos favoráveis ou contrários a ele”, declara.
O também vereador Paulo Soares salientou o excelente trabalho da APMI e, caso o projeto não seja votado em caráter de urgência, ocorrerá uma injustiça em Cambé, pois os funcionários não estão pedindo favores, mas trabalham para receber salário. “Divergência politica não pode ser colocada à frente dos interesses da população”, afirma.
Mesmo a participação na Tribuna Livre e as manifestações em plenário, não sensibilizaram Eliseu Vidotti. Um exemplo foi a professora Franciele Teixeira, que atua na área pedagógica da APMI. “Estou chateada com a situação. Os entraves políticos devem ser resolvidos para que funcionários e usuários não sejam prejudicados. A situação pode se refletir na qualidade da educação aos alunos. Além disso, não viemos tumultuar a galeria, mas reivindicar direitos e o pagamento do salário,” lamentou.
            Indignados com a situação, trabalhadores da APMI afirmaram, a Folha de Cambé, a organização de uma greve, que afetará pais e alunos atendidos pela entidade, como declarou Silvio Adão. Ele mora no Novo Bandeirantes e sua filha estuda na creche da região. “Trabalho o dia todo e a única opção para deixar minha filha é a creche. Não tenho condições financeiras para pagar alguém. Caso haja uma greve, a culpa deve recair sobre o presidente da Câmara, o Eliseu Vidotti”, afirma.
            Osvaldo Ferreira da Silva, de 68 anos, também mora no Novo Bandeirantes e confirmou a informação que os funcionários estão organizando a greve. “Independente da questão politica, o pagamento é um direito. Caso não seja pago, o responsável é o vereador Eliseu Vidotti, que não colocou o projeto em votação. O trabalho da APMI é de fundamental importância para Cambé”, declara. Há oito anos como motorista da APMI, Osvaldo diz que a instituição atende mais de duas mil crianças e estima que diretamente e indiretamente, ela ajuda cerca de seis mil pessoas em Cambé.


            

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