sábado, 28 de maio de 2011

A restauração através do Evangelho

A violência entre traficantes e policiais assusta o mundo e nos leva a seguinte reflexão: a droga gera conflitos armados parecidos com guerras e condena vidas à cadeias e hospitais.

Porém há pessoas, que através de iniciativas e experiências, buscam soluções e tratamentos, representando o verdadeiro milagre, para vidas antes condenadas. Assim conta Marcelo Fortunato, 36 anos, da Amirev, Associação Missionária Recuperando Vidas, após ver dependentes químicos, antes sem expectativa de vida, ter um feliz regresso à família e à sociedade.

Voluntário de uma instituição que cuida de 38 pessoas, Marcelo cita que a Amirev surgiu através de iniciativa própria e sobrevive da contribuição de famílias, iniciativas sociais e promoções. “O dependente é visto como um doente, mas é alguém que está em vias de recuperação. E, a primeira ação é a vontade de se recuperar”, afirma. Apartir desta escolha, a Amirev, funcionando atualmente numa chácara, oferece um programa terapêutico de nove meses.

Voltada a evangelização, onde um padre e um pastor evangélico realizam atendimento espiritual, a Amirev desenvolve projetos de formação e ação social, envolvendo diretamente e indiretamente cerca de 150 voluntários em atividades e planos programados ao longo do ano. “É feita a evangelização, através de acampamentos, missas, retiros, eventos, grupos de oração. Esta etapa é o primeiro contato e vivência com a fé. Após isso, a Comunidade Restauração oferece uma experiência mais profunda com a fé, com o estudo da palavra e reflexão. Por fim, a Amirev coloca em prática seus ensinamentos por meio de parcerias com empresas ou voluntários. O projeto de apoio à dependentes químicos é um trabalho de esforço e dedicação, e vem consolidando-se como uma grande conquista, gerando resultados expressivos em todas as esferas da sociedade”, ressalta.

Com uma rotina iniciada as seis horas, no decorrer do dia são coordenadas as mais diferenciadas atividades, onde todos assumem responsabilidades, havendo disciplina e uma vida regrada, sem esquecer da reflexão sobre o evangelho e a vida humana. É a partir disto, o tripé oração, trabalho e disciplina, que se dá o processo de recuperação, onde o trabalho terapêutico é feito com o trato de animais e o cultivo a terra. Outras atividades envolvem os trabalhos sociais de inserção, focados na pintura, construção, reforma, além da Semana da Saúde, SIPAT e palestras. “Isso induz o esforço para haver recuperação, além da satisfação de servir a Deus”, conclui.

LÉSBIA

Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.

Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...

Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.

Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...

Cruz e Sousa / Broquéis (1893).

Cruz e Souza

João da Cruz e Sousa, nasceu em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, em 24 de novembro de 1861. Foium poeta brasileiro, alcunhado Dante Negro e Cisne Negro e um dos precursores do simbolismo no Brasil. Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.

Cruz e Souza faleceu a 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina - Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.

Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15.

Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos. No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo (e dentro desse, ideias budistas e espíritas) ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor. Embora quase metade da população brasileira seja não-branca, poucos foram os escritores negros, mulatos ou indígenas. Cruz e Sousa, por exemplo, é acusado de ter-se omitido quanto a questões referentes à condição negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações de indiferença pela causa abolicionista. A acusação, porém, não procede, pois, apesar de a poesia social não fazer parte do projeto poético do Simbolismo nem de seu projeto particular, o autor, em alguns poemas, retratou metaforicamente a condição do escravo. Cruz e Sousa militou, sim, contra a escravidão. Tanto da forma mais corriqueira, fundando jornais e proferindo palestras por exemplo, participando, curiosamente, da campanha antiescravagista promovida pela sociedade carnavalesca Diabo a quatro, quanto nos seus textos abolicionistas, demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.

Quando Cruz e Sousa diz "brancura", é preciso recorrer aos mais altos significados desta palavra, muito além da cor em si.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Apreensão de habilitação e suspensão do ato de dirigir podem ser evitadas de acordo com a lei

Infrações de trânsito acarretam em multas, suspensão do ato dirigir, perca de pontos na carteira de habilitação, dentre outras penalidades. A fim de evitar tais constrangimentos o motorista deve ter discernimento e avaliar razões e comportamentos no trânsito. Porém existem situações onde a multa é aplicada e o condutor julga ser algo improcedente. Neste caso é coerente e ético o recurso?

Segundo o advogado Romildo Deodatto Júnior o recurso não fere a ética e é um direito assegurado por lei no artigo 5º da Constituição Federal, em seu inciso 55. “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.

O advogado lembra que recentemente muitas carteiras de habilitação foram recolhidas por falta de conhecimento dos motoristas, que deveriam pleitear a defesa. Ele cita que após assinar o auto de infração, o condutor deve se destinar ao órgão responsável ou procurar uma assessoria, em até trinta dias corridos, a fim de impetrar recurso. “Se comparado ao valor da multa e da penalidade a ser aplicada, o preço cobrado por uma assessoria é muito pequeno e muitos prejuízos e constrangimentos podem ser evitados”, afirma.

No entanto o cancelamento da multa não é possível devido o ato de infração ter ocorrido, além do servidor que a aplicou ter fé pública, presumindo a verdade de todos os fatos alegados. Entretanto cabe a defesa através de orientação, conhecimento técnico e jurídico. “No Código de Trânsito, Civil e resoluções existem casos de inconsistências. Entrar com um recurso não é antiético, pois a administração pública só pode agir nos moldes da lei para não existir arbitrariedade ou abuso de poder”, salienta.


Caso perca o recurso ou não exerça o direito de defesa dentre os trinta dias, a multa será imposta e até a data de vencimento, poderá ser impetrada uma nova defesa. Após o julgamento do 2º recurso há uma 3ª e última possibilidade antes da aplicação da penalidade. “Baseado na lei e de forma legal é possível cancelar multas a serem pagas e pontos na habilitação. Porém é necessário, ao levar uma multa, que se peça o auto de infração, de cor amarela ou verde”, explica.

Em relação às carteiras cassadas, Romildo afirma que muitos casos chegaram a esta situação pelo condutor não se ater ao prazo e deixá-lo expirar, sendo que a apreensão e suspensão do ato de dirigir poderiam ser evitadas através do recurso.

O funcionário do Detran-Londrina, Antonio Donini, aponta que em torno de 60 a 70% dos condutores multados solicitam recurso, procurando a isenção do pagamento ou amedrontados com a perca dos pontos e suspensão ou apreensão da carteira de habilitação.

Porém ele alerta que tudo isso pode ser evitado se a conduta no trânsito for observada e que se assuma as responsabilidades como prestar atenção nas vias, nos pedestres e na dúvida, parar e dar a preferencial.

Aos interessados por maiores informações prestadas pela assessoria de advocacia, deve procurar o Romildo no telefone 33398001 ou 99443322, em Londrina.

Espiritu Ramona - Juan Kalvellido

O autor da ilustração ao lado chama-se Juan Calbellido Sampalo, conhecido como J. Kalvellido ou Kalvellido, um artista espanhol e ilustrador. Antes de um profissional do humor dos desenhos animados, trabalhou em hotéis e hoje vive em Fuengirola, Málaga, na Espanha. O seu trabalho é muito popular entre os leitores de jornais da esquerda e da República Espanhola, ao mesmo tempo em mídias digitais como rebelião ou LQSomos. Sua obra é caracterizada pela sua ideologia de esquerda republicana e anti capitalista.

Aparte de suas aparições em jornais e revistas, publicou vários livros, sozinho ou como colaborador. Já trabalhou como roteirista, pintor, desenhista e cartunista.

Fanzines: Por uma questão de arte (7 números de 5 anos, até 1998), Kabezakapada (1995), Especial Gr Aznar (1995), Vamos rir (1996), Vamos rir 2 (1997), As cozinhas do Estado (1997), O kosas ke nunka morrer (1998), Polícia Kon Kolabora Golpéate ... mesmo! (1999), Entre a Espanha ea parede (2002), Um hálito cheirava Chankete (2003).


Poesia ilustrador de livros: Orion, Quirosa Pilar (1989), Ilhas Provisória, Quirosa Pilar (1995), Deserter's a sua voz, Alberto Aguirre (1999), Apesar de toda a cerveja não é mudo, Julián Sánchez (2003), Figurando a paisagem, Julián Sánchez (2005);


Livros: Em maio de 2006, publicou "Edições de casa" e "O tempo das cerejas". Também publicou "A saúde e não um passo para trás!" um álbum de 300 desenhos feitos ao longo de 4 anos de diária e constante critica a cena atual. Seu lançamento oficial foi no La Fiesta del PCE 2006.

Relatório Sipat 2011 - Colégio Polivalente de Londrina

Atividades de 11/05/11

Palestra: Qualidade de vida para um viver saudável, com a Assistente Social Tânia Patrícia Bellezi, que atua no Hospital de Ibiporã.

A palestrante iniciou os trabalhos abordando a questão do comprometimento, alegando que a atividade feita com vontade e compromisso, é o ponto inicial para alcançar o sucesso. Outro assunto abordado foi à alimentação saudável ser fundamental para o bem estar físico e mental do ser humano, levando-o a uma vida longa e saudável.
A assistente social relatou a profunda diferença entre os gêneros masculino e feminino, porém esta diferença os faz se completarem, além da necessidade de entendimento mútuo, para não haver desentendimentos e separações. A desunião de ambos não leva a lugar algum e a formula encontrada para a estabilidade no relacionamento é o dialogo. Mas, isto não se restringe apenas aos relacionamentos. É algo amplo e abrangente, permeável ao campo do trabalho, no convívio social. Este é o diferencial que distingue o ser humano: o dialogo.
Por fim, Tânia Patrícia Bellezi, falou sobre a necessidade do controle orçamentário e da administração do mesmo, onde sua vida financeira somente será equilibrada a partir de uma coerência quanto aos gastos.

Atividades de 12/05/11


Palestra: Amputados vencedores, com Tony de Oliveira.

Como um acidente de trabalho pode acontecer e que isso ocasionará pelo restante de sua vida? Esta foi à indagação de Tony de Oliveira, de 33 anos, que teve um membro superior amputado, em conseqüência de um acidente de trabalho. Em seu depoimento, sobre um acidente sofrido no inicio de suas atividades laborais, ele deu um exemplo e alertou a todos que é fundamental a proteção, assim evitando futuros sofrimentos, não somente a quem assistiu à palestra, mas a todos. Para isto, ele ressaltou que a proteção e o cuidado são fundamentais, pois, acidente de trabalho não tem hora, nem local para acontecer e qualquer um pode ser a vitima. “Previna-se! Seja em casa, no trabalho e mesmo conversando com amigos“, afirmou.
Em sua conclusão, o palestrante deixou claro que a proteção cabe a você mesmo e que existem diversos equipamentos para sua segurança. Resta apenas usá-los da forma correta.

Palestra: Benefícios para o trabalhador acidentado, com a Analista do Seguro Social e Terapeuta Ocupacional Melissa Bonicontro Ambrósio.

A Analista do Seguro Social e Terapeuta Ocupacional Melissa Bonicontro Ambrósio, proferiu a palestra acerca dos direitos e benefícios ao qual os trabalhadores têm ao sofrer um acidente de trabalho em determinada função e, também as possibilidades que o mesmo venha desempenhar a mesma atividade, ou não, de acordo com o grau da lesão. Entre as analises apresentadas, a terapeuta ocupacional faz uma comparação da idade que começa a contribuir, com o grau de escolaridade do mesmo.
Melissa Ambrósio também cita que: caso determinado individuo não tenha uma função especifica, através de um questionário é levantado o que gostaria de exercer, para posteriormente qualificar e encaminhar ao mercado de trabalho.

Palestra: Responsabilidade Técnica Civil e Criminal do Técnico em Segurança do Trabalho, com o Engenheiro Civil do CREA-Londrina, Alexandre Barroso.

Na palestra proferida pelo Engenheiro Civil Alexandre Barroso, foi observada a responsabilidade profissional do Técnico em Segurança do Trabalho; e, o exercício profissional, atendida as qualificações estabelecidas por lei. De acordo com o mesmo, as funções e a lei foram regulamentadas por virtude da responsabilidade jurídica, cabendo a obrigação, para evitar danos, a documentação das obras, de maneira oficial. Além disso, ele cita que é necessário o principio da ética, pois uma atitude do trabalhador pode ocasionar a responsabilidade penal, cabendo reclusão de um a quatro anos e multa, que pode chegar a seis salários mínimos.

Atividades de 13/05/11


Palestra: A ISO 1400 é a ISO “verde”, com Walter Lisboa, Técnico em Segurança do Trabalho, administrador e especialista em Gestão Ambiental.

Baseado no ideal de aperfeiçoamento constante, a ISSO 14000 exige que as empresas criem um sistema de gestão ambiental que constantemente avalia e reduz danos provocados potencialmente ao meio ambiente, pelas atividades das empresas. Isto pode incluir a definição de matéria prima, processos de fabricação, uso e desgaste dos mais diferenciados produtos.
Em sua abordagem, Walter Lisboa questiona se a tecnologia ajuda a diminuir os impactos causados pelo homem, afirmando, logo em seguida que “com tantas invenções dos engenheiros ambientais, os impactos estão diminuindo, mas, não bastam apenas esforços isolados, toda a sociedade deve juntar-se e abraçar a causa para vencermos a batalha. Não é possível recuperar todos os recursos naturais que foram devorados, mas, pode preservar e manter os que ainda existem”, finalizou o especialista em Gestão Ambiental.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Pensador - Juan Kalvellido



28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho

A celebração do dia de 28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho - surgiu no Canadá, por iniciativa do movimento sindical, como ato de denúncia e protesto contra as mortes e doenças causados pelo trabalho, espalhando-se por diversos países. Esse dia foi escolhido em razão de uma explosão que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, no ano de 1969.

A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. E, encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho instituiu em 2003 o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.

Em todo o mundo, anualmente, cerca de dois milhões de trabalhadores perdem suas vidas no trabalho. São cinco mil mortes por dia, três vidas perdidas a cada minuto, aproximadamente o dobro das baixas ocasionadas pelas guerras e mais do que as perdas provocadas pela Aids. Doze mil das vítimas são crianças.

No Brasil, o dia 28 de Abril foi reconhecido oficialmente como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, por meio da Lei nº. 11.121 e vem sendo se consolidando como uma data de ações conjuntas dos mais diversificados setores em torno do tema.

Cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho acontecem todos os anos e as doenças relacionadas ao trabalho afetam cerca de 160 milhões de pessoas. Isso representa um custo equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) de todos os países do planeta.
No Brasil, somente em 2007, 653.090 brasileiros assalariados segurados do INSS, inseridos no mercado formal de trabalho foram vítimas de acidentes e doenças durante o exercício de suas atividades as maiores incidências são de ferimentos, fraturas e traumatismos de punho e mão, incluindo amputações, queimaduras, corrosões e esmagamento. Em números isto representa: 63% corresponderam a acidentes típicos; 12% a acidentes de trajeto e; 3% a doenças do trabalho além dos acidentes que não foram registrados em CAT, que corresponderam a 21% desse total. As mulheres participaram com 26% no total de acidentes registrados e o maior número de agravos (18%) foi registrado entre mulheres de 20 a 29 anos. O setor agrícola contribuiu com 4% do total de acidentes, enquanto indústria e serviços tiveram participações de 45% e 44%,respectivamente. Dados de 2007 mostram que os agravos mais incidentes foram ferimentos do punho e da mão (11%), fratura ao nível do punho ou da mão (6%) e traumatismo superficial do punho e da mão (5%). Nas doenças do trabalho, destacaram-se sinovite e tenossinovite (20%), lesões no ombro (17%) e dorsalgia (7%), todos relacionados à execução de movimentos repetitivos.

É importante ressaltar: os números aplicam-se exclusivamente aos assalariados com regime CLT e segurados pelo INSS e, com a implantação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, observa-se a tendência anual de crescimento, em população trabalhadora, de acidentes de trabalho fatais, com mutilações e envolvendo crianças e adolescentes.

E não apenas o trabalhador sofre com os acidentes. Estatísticas indicam que o Brasil perde de 2,5% a 4% do PIB a cada ano com o pagamento de benefícios previdenciários e o afastamento dos trabalhadores de suas atividades.

Embora desde 2003 a OIT, consagre a data à reflexão sobre a segurança e saúde no trabalho, muitas entidades e movimentos sindicais, mantém o espírito de denúncia e de luta que a originou, dando visibilidade às doenças e acidentes do trabalho e aos temas sobre Saúde do Trabalhador em discussão nos mais diversificados segmentos sociais, como a escola, igreja, associações, empresas e sindicatos.

Vale dizer que no mundo milhões de trabalhadores se acidentam e centenas de milhares morrem no exercício do trabalho a cada ano. Segundo estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Cada acidente ou doença representa em média a perda de quatro dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Ainda segundo a OIT, todos os dias morrem, em média, cinco mil trabalhadores devido a acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

No Brasil, entre 2007-2009, as estatísticas oficiais contabilizaram dados alarmantes. Foram 2.138.955 milhões de acidentes de trabalho, sendo 35.532 mil trabalhadores permanentemente incapacitados e 8.158 que perderam suas vidas nos locais de trabalho muitos dos quais jovens, em plena idade produtiva, cujas mortes poderiam e deveriam ter sido evitadas.

Uma morte a cada três horas e meia no Brasil: Só no ano de 2009 foram registrados, 723,5 mil acidentes de trabalho, dentre os quais, ocorreram 2.496 óbitos. Se considerada uma jornada média de 8 horas diárias, as mortes no trabalho no Brasil equivalem uma morte a cada 3,5 horas. Os dados oficiais apontam, ainda, que 13.047 pessoas ficaram permanentemente incapacitados o que equivale a uma média de 43 trabalhadores/as por dia, que não retornarão mais ao trabalho, aposentando-se precocemente. No mesmo período o custo dos acidentes de trabalho foi algo em torno de R$ 56,8 bilhões só em gastos com a assistência médica, benefícios por incapacidade temporária ou permanente, e pensões por morte de trabalhadores e trabalhadoras vítimas das más condições de trabalho. O custo social e do sofrimento imputado por esta situação aos trabalhadores e suas famílias é incalculável. E esses são apenas dados dos trabalhadores/as celetistas, pois estão de fora das estatísticas oficiais os/as trabalhadores informais e servidores públicos estatutários.

Horror: Além dos dados estatísticos serem estarrecedores, os segurados do INSS têm encontrado enormes dificuldades para assegurar os seus direitos quando adoecem e se acidentam, pois, via de regra, os peritos não reconhecem os acidentes de trabalho, sobretudo as doenças, além de determinar alta médica às pessoas sem a menor condição de retornar ao trabalho. Para a maioria dos peritos do INSS, os trabalhadores são fraudadores, que simulam doenças para obter benefícios, numa visão preconceituosa e distorcida da realidade social e do mundo trabalho, numa constante trajetória de humilhações aos trabalhadores contribuintes do sistema de seguridade social.

Recentemente a Secretaria Executiva do Ministério da Previdência Social anunciou medidas importantes que vêm ao encontro das reivindicações dos trabalhadores pela humanização das perícias, como a autorização de acompanhantes nas perícias médicas, reconhecimento dos laudos emitidos por médicos assistentes, e, divulgação nas agências dos direitos dos segurados no que diz respeito à ética médica. Além do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, em vigor, as recentes medidas têm sido duramente repelidas por numeroso segmento de peritos que demarcam publicamente a disputa pelo controle do INSS e as teses do trabalhador como fraudador do sistema.

Pressão: Os trabalhadores/as têm procurado suas entidades representativas, as quais têm desenvolvido várias ações inclusive jurídicas para garantir que a lei seja cumprida. Informações divulgadas por vários órgãos da imprensa afirmam que há 5,8 milhões de ações na justiça contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o que certamente acarreta um grande prejuízo ao bolso dos segurados/as que contribuem para a Previdência Social.

Como se não bastasse todo tipo de desrespeito aos direitos dos segurados, ocorreu, recentemente no Rio de Janeiro, o 3º Congresso Brasileiro de Perícias Médicas, cujas mesas de debate foram verdadeiras afrontas à dignidade humana. Nenhuma mesa discutiu os modelos de organização da produção e do trabalho, ritmo de trabalho, metas e padrões abusivas de produtividade e outras questões que têm adoecido milhares de trabalhadores/as no mundo e no Brasil. Infelizmente a maioria das mesas, trataram de simulação e identificação de fraudes.

Frente a esta situação, cabem as entidades representantes dos trabalhadores, como técnicos, enfermeiros, médicos e engenheiros do trabalho, além de escolas, associações e sindicatos, organizarem-se para o estudo e criação de ações que prevêem um conjunto de ações junto ao Ministério da Previdência Social e o Instituto Nacional de Previdência Social a favor dos trabalhadores. Isto representa a humanização, não apenas do trabalhador e a sua família, mas também o valor ao trabalho.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

CAIC de Ibiporã abre suas portas

Há 16 anos o CAIC se integra à comunidade e tem como objetivo educar e despertar o senso crítico dos alunos.

Mais que uma escola, o CAIC torna-se um centro de integração. A comunidade vem participando de cursos oferecidos pelo SINE, em parceria com a Direção Geral, além da APM (Associação de Pais e Mestres), ser atuante e parceira, tendo como prioridade os alunos.

Com o apoio da prefeitura, a direção e a APM não mediram esforços em busca de melhorias e ampliações, garantindo segurança e ambiente com qualidade, onde os pais possam deixar seus filhos e irem trabalhar tranqüilos e seguros. Entre as melhorias da escola, estão à reforma do prédio, a construção do muro em torno do CAIC, grade nas janelas, pintura, passarela, reforma do ginásio de esportes, ampliação do pátio e abertura de um portão no setor da Educação Infantil, dando acesso aos moradores do Jardim Azaléia.

Visando a integração com as comunidades do Lourenço Bacarin, Conjunto Municipal, Vila Esperança, Vila Beatriz, Pedro Morelli, Vila Verde, Agenor Barduco, Azaléia I e II, Afonso Sarábia e chácaras nas imediações, a direção do CAIC entende que a participação de pais e demais moradores é o ingrediente fundamental na receita da Educação. E, para alcançar resultados, foi desenvolvida uma parceira com o SINE para oferecer os mais diferenciados cursos, como o Projovem; Manicure e Pedicure; Corte e Costura; Informática; Bordado em chinelo; Confecção de flores e apliques e; MDF. Tudo isto, para as famílias terem fontes alternativas de renda e aumentar o orçamento familiar.

E, com projetos de se tornar um modelo, a direção do CAIC observa a possibilidade de desenvolvimento de atividades em tempo integral pelas crianças e adolescentes. Contudo, a direção, com o objetivo de fazer um levantamento, convida os pais que tem interesse na escola integral a se dirigir à escola.

domingo, 15 de maio de 2011

O que estabelecia o Ato Institucional 4, na época da ditadura militar?

O Ato Institucional Número Quatro, ou AI-4 foi baixado por Humberto de Alencar Castello Branco em 7 de dezembro de 1966. Castello Branco convocou o Congresso Nacional para a votação e promulgação do Projeto de Constituição, que revogava definitivamente a Constituição de 1946. Esta já havia recebido tantas emendas, que estava totalmente descaracterizada.

Com isso, em 24 de janeiro de 1967, foi promulgada pelo Congresso Nacional a nova Constituição, a quinta do período republicano. Essa Constituição, que dava grandes poderes ao presidente da República, seria modificada em 17 de outubro de 1969, tornando o poder político ainda mais centralizado nas mãos do presidente.

Quanto a Constituição de 1946, promulgada em 18 de setembro de 1946, elaborada pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), consagrou as liberdades expressas na Constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937. Foram dispositivos básicos regulados pela carta: - A igualdade de todos perante a lei;

- A liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas;

- A inviolabilidade do sigilo de correspondência;

- A liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos religiosos;

- A liberdade de associação para fins lícitos;

- A inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo;

- A prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado;

- Extinção da pena de morte;

- Separação dos três poderes.

A Constituição Brasileira de 1946, bastante avançada para a época, foi notadamente um avanço da democracia e das liberdades individuais do cidadão. Durante a vigência da Constituição de 1946, ocorreu o Golpe militar de 1964, quando governava o presidente João Goulart. A partir de então, a carta-magna passou a receber uma série de emendas, que a descaracterizaram. Foi suspensa por seis meses pelo Ato Institucional Número Um e finalmente substituída pela Constituição de 1967, proposta oficialmente pelo Ato Institucional Número Quatro.

Poka Yoke

Poka Yoke é uma técnica simples para eliminar as falhas humanas no local de trabalho, usando dispositivos baratos que podem ser desenvolvidos no próprio chão de fábrica por operários. Os sistemas Poka-Yoke permitem que seja atingido o zero defeito e eliminado a inspeção após a produção. Ao mesmo tempo em que o Poka-Yoke melhora a qualidade, também previne as falhas que podem levar a quebras ou a outros tipos de problemas com os equipamentos.

No Japão do inicio do século XX, Sakichi Toyoda inventou o que pode ser considerado o primeiro dispositivo poka-yoke: um mecanismo que, acoplado ao tear, era capaz de identificar o rompimento de um fio ou o atingimento da quantidade de tecido a ser produzida, paralisando a operação imediatamente. Esta singela invenção possibilitou que vários teares fossem operados por um único trabalhador, o que representou uma grande vantagem competitiva há época.

O conceito de dispositivos capazes de “detectar uma anormalidade no processamento” foi, anos mais tarde, aplicado e difundido na Toyota Motor Company por Taiichi Ohno. Shigeo Shingo, consultor da Toyota durante muitos anos, encarregou-se de aprimorar este conceito e disseminá-lo em indústrias do mundo inteiro.


Shingo classifica os dispositivos poka-yoke da seguinte forma:

- Método do Controle: Pára a linha ou a máquina de forma que a ação corretiva seja imediatamente implementada; - Método da Advertência: Detecta a anormalidade e sinaliza a ocorrência através de sinais sonoros e/ou luminosos para atrair a atenção dos responsáveis; - Método do Contato: Detecta a anormalidade na forma ou dimensão através de dispositivos que se mantêm em contato com o produto; - Método do Conjunto: Utilizado em operações executadas numa seqüência de movimentos ou passos pré-estabelecidos, garantindo que nenhum dos passos seja negligenciado; - Método das Etapas: Evita que o operador realize, por engano, uma etapa que não faz parte da operação, executada através de movimentos padronizados.

O dispositivo poka-yoke é um componente fundamental das práticas de controle da qualidade na Toyota: o Controle da Qualidade Zero Defeitos (CQZD). Ele visa a eliminação total dos defeitos a partir da identificação e bloqueio de suas causas, os erros. O CQZD pode ser definido como a aplicação de dispositivos poka-yoke em regime de inspeção 100%, na fonte dos defeitos, gerando um feedback e ação corretiva imediatos.

Além do importante papel na prática do CQZD, o dispositivo poka-yoke é um elemento essencial na autonomação (Jidoka), que é um dos dois pilares do Sistema Toyota de Produção, que consiste em facultar ao operador ou à máquina a autonomia de parar o processamento sempre que for detectada qualquer anormalidade. A autonomação, através da detecção de anormalidades e paralisação do processamento, visa garantir um fluxo contínuo de produtos 100% conforme. É parar o processamento para não ter que interromper o fluxo.

Quanto a Segurança no Trabalho, apura-se que o método ajuda o técnico, ao possibilitar maior interação com os funcionários, a fim de, solucionar e eliminar possíveis falhas. Porém, neste sistema, deve-se olhar com muito cuidado o funcionamento das máquinas para não haver acidentes.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TV Cultura destaca sistema de lixo de Ibiporã

O programa Repórter Eco, da TV Cultura, de São Paulo, exibiu uma reportagem de destaque sobre o sistema modelo de gerenciamento do lixo de Ibiporã, implantado em 2009. O programa, que vai ao ar aos domingo às 18h, com reapresentação às sextas-feiras, às 7h30, exibiu uma matéria que pode ser acessada no portal da TV Cultura e estará disponível também no portal da Prefeitura (www.ibipora.pr.gov.br). A seguir texto extraído do site da emissora:

20/3/2011
Cidade de Ibiporã, no Paraná, dá o exemplo e recicla quase todo lixo que produz

Para dar um destino correto ao lixo, conforme determina a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, e garantir qualidade de vida , moradores de Ibiporã, no Paraná decidiram agir. O município com 48 mil habitantes mantém alma do interior. E quando o assunto é o tratamento do lixo, fica anos à frente de muita cidade grande.
Em 1985, os moradores de Ibiporã acordaram para necessidade de separar o lixo. A usina de reciclagem, uma das primeiras da região, funcionou durante 18 anos e depois foi fechada. Em 2009, a Prefeitura mudou o sistema e os moradores passaram a separar o lixo em três partes. Uma cidade inteira se uniu por causa da falta de espaço.

Entrevista Miguel Gardini - Diretor de Limpeza Pública do SAMAE: "O aterro foi feito para durar 15 anos, mas durou três anos porque não havia coleta seletiva de qualidade, não havia trabalho de educação ambiental." O esgotamento do aterro gerou uma nova atitude dos moradores com o suporte da educação ambiental por uma empresa especializada no assunto.

Entrevista com Fábio Cavazzotti - jornalista e educador ambiental: "Nós batemos de porta em porta levando material, treinando pessoal de cursos técnicos de meio ambiente, levando o cronograma da coleta, panfletos que explicavam qual o tipo de resíduo a separar, fizemos teatro nas escolas e trabalhamos muito com crianças.”

Entrevista com José Maria Ferreira - prefeito de Ibiporã: "Nós não apenas economizamos a questão da matéria prima em si, mas também economizamos energia, transporte, menos poluição.Tudo é mitigado em função da coleta seletiva.", diz o prefeito, lembrando que o adubo resultante do lixo orgânico alimenta plantas e árvores das praças de Ibiporã.

Moradores separam - Na casa da dona de casa Geralda, casca de legumes e restos de alimentos têm lugar certo.O lixo orgânico e os materiais recicláveis são separados . Cada residência ganhou um imã de geladeira. Ali são indicados os dias de coleta de lixo durante a semana. Hoje das 30 toneladas produzidas diariamente pela população apenas 5 toneladas vão parar no aterro sanitário.As 25 toneladas restantes são transferidos para essa empresa em Londrina,que recicla o material.Trabalho duro feito por pessoas como Maria das Graças Bispo, ex-catadora que aprendeu que é possível gerar dignidade a partir do lixo.

Entrevista com Maria das Graças Bispo - trabalhadora de Usina de Reciclagem: "Quase nada é perdido. Orgânico vira adubo, latinha vem em forma de outra coisa para a mesa das pessoas, vidro é limpo e esterilizado. Papel vira outro produto. Caixa de leite vira telha, garrafas pet viram vassoura. Só falta a gente ter mais consciência do que nós estamos fazendo com a Terra."

Entrevista com Fernando Oliveira - gerente da Usina de Reciclagem:
"Isso é o futuro. É o que a gente vê como futuro. Tudo o que era enterrado gerava chorume, um passivo ambiental muito grande. Hoje volta para a sociedade de outra forma". Em três meses, o que era resto está pronto para nutrir o solo. São 50 toneladas de adubo por dia.

Administração por Objetivos

Terminada a Segunda Grande Guerra (1939-1945), a empresa norte-americana começa a sofrer grandes pressões vindas de vários flancos. Se de um lado havia o governo cobrando resultados, querendo regular a produção, de outro o empresariado ávido pela redução das despesas e aumento dos lucros, que desde 1929 estavam em queda. Ao fim de tudo isso, quem sente a pressão são os gerentes e os operários, obrigados a se desdobrarem para satisfazer seus chefes.
E, neste ambiente de pressão, na década de cinqüenta, surge a Administração por Objetivos – APO. Primeiramente, em função da pressão exercida, ficou conhecida como Técnica de Direção por Esforços, mais tarde Administração por Pressão e, por fim, APO. Quem criou este método, foi Peter Drucker, em 1954, cujos princípios estão relatados no livro “Teoria da Administração por Objetivos”.

Drucker afirmou que a participação na fixação dos objetivos e a auto correção permitiam um escape para os atritos crescentes, originados pelo excesso de pressão de cima para baixo. Antes da Administração por Objetivos essa pressão era exercida no sentido de obter resultados que não estavam claramente definidos para os gerentes, e que eram avaliados através de métodos empíricos e irreais. Como a administração média se recusasse a aceitar pacificamente as avaliações e as pressões exercidas, era tida como rebelde pelos superiores, os quais aumentavam, em represália, as pressões e controles. Fechava-se, então, o círculo vicioso: mais pressão, mais resistência, mais pressão.

O QUE É A ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS

Segundo Dale D. Mcconckey, a Administração por Objetivos é "um método administrativo de planejamento e avaliação no qual são estabelecidos objetivos específicos para cada gerente, durante um ano ou outro qualquer período de tempo. Ao final do período estabelecido, os resultados alcançados são avaliados em confronto com os originalmente estabelecidos”.
Já o administrador paulista, J.B. Lodi, define a APO assim: “É um método através do quais todas as gerências de uma empresa estabelecem metas para as suas operações no início de cada exercício, em consonância com as metas gerais do empreendimento, fixadas pelos acionistas através da diretoria. Esses objetivos não incluem tarefas rotineiras, que todo gerente normalmente executa, mas planos de ação e melhoramentos que melhor contribuem para a consecução dos resultados-chaves da empresa”.

Outros definem desse modo:

“Processo pelo quais os gerentes, superiores e subordinados identificam objetivos comuns, definem áreas de responsabilidades de cada um em termos de resultados esperados e usam essas medidas como guias para operações dos negócios”. (Peter Drucker).

Por fim, Jairo dos Santos, na Obra Administração por Objetivos, da a seguinte definição: “Método de exercício continuo e dinâmico para gerir empresas com objetivos definidos, controle e avaliação, tudo sendo feito para que os resultados alcançados sejam iguais ou superiores aos planejados”.

Filosofia Administrativa da APO

Filosofia administrativa da Administração por Objetivos são princípios adotados, objetivando orientar o desempenho dos gestores das empresas, quanto à tomada de decisões. Estes princípios são verdades fundamentais aceitas, conduzindo à eficiência. Qualquer indivíduo, ao assumir um cargo numa empresa, passará a empregar princípios de administração que embasam a sua tomada de decisão, o seu modo de dirigir e que, no conjunto, representam a sua filosofia administrativa ou filosofia de administração. E, na APO, um dos princípios é o Planejamento, que consiste em tomar antecipadamente decisões, considerando qual a situação almejada para o futuro. Desse modo, podemos dizer que a APO é uma técnica de planejamento e pode ser de dois tipos:

- Planejamento estratégico e planejamento tático: Este de curta duração, mais ou menos um ano, e origina-se dos objetivos postulados dentro do planejamento estratégico, que por sua vez é de longo prazo e onde se define as políticas e diretrizes da empresa.

OBJETIVOS GERAIS

Objetivos Gerais são metas que as empresas tentam alcançar a longo prazo. É uma espécie de carta de intenção que o comando gestor deve comunicar a todos os demais escalões. É o ponto de partida para se implantar a APO. Uma observação interessante feita pelo administrador Jairo Santos, no que concerne a implantação da APO, é a que diz: “Em primeiro lugar, é preciso definir o seguinte: para que existe a empresa e quais são as suas potencialidade; quais são os seus clientes e o que desejam”.

OBJETIVOS SETORIAIS

Estes objetivos decorrem dos objetivos gerais da empresa. Cada setor elegerá os seus objetivos setoriais. Todos os departamentos deverão estar envolvidos para que a meta seja atingida.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

As metas, ou objetivos específicos, são decorrentes dos objetivos setoriais e podem ser, também, direcionados individualmente às pessoas ou aos departamentos.

PLANO

Conjunto de medidas, tarefas e atividades por meio das quais se devem atingir as metas (programas ou subprogramas, projetos ou subprojetos). Para atingir as metas que são direcionadas aos departamentos, são elaborados planos, definidos também em comum acordo com o todo: filosofia, estratégias, objetivos, metas etc.

PROGRAMA

É uma relação de providências ou de atividades inter-relacionadas, dirigidas para um fim específico. Esse programa tem como objetivo atingir as metas.

PROJETO

É um conjunto de elementos que possibilita avaliar as vantagens e desvantagens da aplicação de recursos de qualquer natureza para a produção de bens e serviços. Os projetos correspondem às pares constitutivas de um programa.

OBSTÁCULOS

Qualquer coisa que possa dificultar que se alcance o objetivo, transforma-se num obstáculo. Podem ser internos ou externos. Esses primeiros – internos - são identificados dentro da própria empresa como, por exemplo, tecnologia obsoleta, matéria-prima, pessoal não qualificado etc; estes últimos, obstáculos externos, são variáveis que independem da empresa, tais como mercado, atitude dos concorrentes, clientes, fornecedores etc.

PRINCÍPIOS (NORMAS)

É o conjunto de regras estabelecidas para o desempenho de determinada atividade departamental. São postulados básicos ou verdades fundamentais que se adota dentro da empresa e que constituem uma filosofia administrativa, causa da eficiência no desempenho.

INSTRUMENTO DE CONTROLE

São indicadores importantes na análise de resultados. Quando se estabelece uma meta a ser cumprida, precisa-se determinar antecipadamente que parâmetros utilizaremos para comprar e avaliar o cumprimento dos resultados. Os parâmetros são chamados de INDICADORES DE QUALIDADE: Relatórios, Registro dos pedidos dos clientes, Reclamações ou queixas registradas, Relatório de vendas, relatórios de Produção, Balancetes, Índice de giros de funcionários (rotatividade), Índice de produtividade, etc.

ÚLTIMO PRAZO OU PRAZO FINAL, DATA FATAL

Os objetivos específicos devem ter um prazo para seu cumprimento. Preferencialmente devem ter datas declaradas e não simplesmente quantidade de dias. Ultimo prazo ou prazo final corresponde ao último dia em que deve ser alcançada a meta estabelecida.

Desvantagens da APO

- Ênfase no desempenho e não nas pessoas: Objetivando somente resultados, a empresa pode ser levada a dar maior destaque ao desempenho esperado do que valorizar os empregados.

- Excesso de Programação: Os mecanismos de procedimentos são determinados em função da APO. Inclusive o treinamento pode ter um sentido muito de automação, visando apenas o desempenho e não o autodesenvolvimento pessoal.

- Exagero nos controles e nos resultados: Não deve ocorrer; afinal não é administração por pressão. Se tal fato acontecer deverá ser revista e corrigir seu rumos.

- Ênfase exagerada na promoção: Isto faz com que as pessoas preocupem-se individualmente com o seu futuro dentro da empresa. A valorização pessoal deve ser considerada, mas sem exageros, sem vinculação a resultados.

- Permite as empresas conseguirem mais dos funcionários, esquecendo o lado humano: Esse método administrativo é acusado de ser uma armadilha utilizada pelos patrões para conseguir sempre mais dos empregados, esquecendo os objetivos individuais dos mesmos.

- Baseia-se em recompensas e punições, sendo a avaliação super valorizada: A empresa ao enfatizar somente os resultados, recompensas e punições, ter-se-á na verdade desvantagens, já que intensifica a pressão sobre a pessoa.

- A avaliação individual não deve ser enfatizada. Os métodos devem ser flexíveis de comum acordo. As avaliações, recomenda-se, devem ser em todos os níveis. De cima para baixo e de baixo para cima.

- A APO põe em descoberto as fraquezas da empresa: Trata-se de uma verdade, diz Jairo Santos. Ao se fazer um prospecção administrativa, primeiro passo para a implantação da APO, faz-se uma análise do mercado e da empresa, em termos de potencial e de presente e futuro. Coloca-se em descoberto não só as forças positivas da empresa, como também as fraquezas e falhas.

Papel do Técnico de Segurança no Trabalho na APO

- Devido à pressão exercida sobre o trabalhador, cabe ao Técnico de Segurança no Trabalho criar medidas e executar ações que visem o bem estar dos mesmos. Isso, conseqüentemente, tem a finalidade de coibir os acidentes e as doenças do trabalho, sejam ligadas à saúde física ou psicológica. Neste ambiente de trabalho, regido pela APO, a pressão é difícil de ser caracterizada e pode ser sutil. Porém, ela torna-se evidente quando se conclui que os trabalhadores tem metas “absurdas” e “inatingíveis”, o que consequentemente lhe caberá uma punição ou a perca do direito a abonos ou prêmios. Isso causa a desmotivação, o stress, a pressão psicológica, o desgaste emocional, alem de uma infinidades de problemas mais sérios, como a amputação de um membro ou na pior das hipóteses a morte do trabalhador.
Sendo uma forma de administração bem remunerada, a APO é considerada muito competitiva, onde os problemas de saúde e da segurança no trabalho são dificuldades a serem enfrentados, num ambiente de trabalho onde a pressão e os riscos de acidentes são imensos.

Mas ao Técnico de Segurança no Trabalho, qual é seu papel na APO?

Ao assumir a função, o técnico deve ser responsável pela saúde dos funcionários e não perder o controle sobre os riscos, que geram as doenças ocupacionais, insalubridade, acidentes, paradas na produção e outros malefícios modernos. A segurança no trabalho, frequentemente definida como a isenção de riscos e sendo um conjunto de medidas adotadas com vistas de minimizar os acidentes de trabalho, bem como proteger a integridade e a capacidade do trabalhador deve promover a permanente compatibilização da tríade: TRABALHO X PRESERVAÇAO DA VIDA X PROMOÇAO DA SAUDE DO TRABALHADOR.

E, para que o ambiente da APO não cause acidentes, cabe ao técnico organizar reuniões onde se discuta como anda o ambiente de trabalho e, a partir deste primeiro momento observar, identificar e materializar riscos, a fim de haver uma solução prática para conter problemas e acidentes de ordem laboral.

Como a APO organiza a produção por setores, cabe ao técnico visitar cada um deles, discutindo, documentando e principalmente: encontrar soluções.

Batuque na caixa

Um projeto pioneiro, que levou o ensino da música brasileira até os bairros da periferia de Londrina. O projeto em questão é o Batuque na caixa e sua criação se deu em 1998, com a concretização no ano seguinte, apoiado pela Secretaria Municipal de Cultura e Caixa Econômica Federal.

Idealizado pelo músico Aldo Moraes, o Batuque na caixa mostrou que a viabilidade de investir no talento de garotos e garotas, à época sem nenhuma perspectiva de aprender música, era tão grande que em 2000 começou a ser elaborado o CD Arte Brasilis, gravado e lançado em 2001.

O sonho de conhecer e tocar com Alcione, Naná Vasconcelos e Olodum se deu em meio a muitos shows e muitas viagens. Nesta caminhada, o trabalho dos professores do projeto e a parceria com as instituições e escolas públicas da cidade, foi fundamental.

O trabalho sério e de qualidade artística deu resultados e reconhecimento, como: o Prêmio Junia Rabello (MG) em 2003 e Voto de Louvor da Assembléia Legislativa do Paraná (2009) e também elogios de personalidades do mundo das letras, música e intelectuais, como a educadora Rachel Mello, do UNICEF, a Revista Guitar Player e a jornalista Amélia Gonzalez (Caderno Razão Social), do Jornal O Globo (RJ).

Atualmente com oficinas de música, teatro e literatura patrocinados pela Eletrobrás/Eletrosul, o Batuque na caixa fez em dezembro o re-lançamento do CD Arte Brasilis e o I Festival de Arte Cultura Batuque na caixa com exposições de fotos, peças de teatro, shows musicais e materiais de promoção da poesia local. Alunos do Centro Cultural Zona Norte e de pólos na Zona Leste demonstraram seus talentos nos eventos do projeto, coordenados pelos professores Valdir Rodrigues e Clodovil Morais.

Mais informações sobre as atividades: www.batuquenacaixa.blogspot.com e no e-mail projetobatuque@bol.com.br;