terça-feira, 16 de junho de 2009

Relação promíscua entre médicos e laboratórios levanta polêmicas quando os profissionais tornam-se "garotos-propaganda".

A polêmica relação antiética entre médicos e laboratórios prejudica a confiança dos pacientes. Influenciados por brindes e estadias gratuitas em congressos ou hotéis cinco estrelas, muitos profissionais transformaram-se em "garotos-propaganda de luxo da indústria farmacêutica". Essa relação antiética arranha a confiança dos pacientes nos médicos.

Dados do Conselho Federal de Medicina indicam que a indústria farmacêutica aplica cerca de 30% de seu faturamento em publicidade e marketing, onde quase tudo é dirigido aos médicos, que se influenciam pela publicidade. Para que se evite essa relação, o Conselho estabeleceu diversas regras no relacionamento entre a classe e os laboratórios, como por exemplo, a não vinculação de prescrição ao recebimento de brindes. Outra medida é que o profissional de saúde, ao participar de palestras ou escrever artigos sobre produtos farmacêuticos, informe quem patrocinou suas pesquisas ou apresentações.

Segundo o CFM, a indústria farmacêutica tem acesso ao receituário, sabendo quais são os médicos que receitam o seu produto e causando pressão nos profissionais. Para evitar a situação, o CFM orienta que os médicos devem estabelecer uma relação transparente e os brindes devem ser abolidos. Mas, é importante ressaltar que a indústria farmacêutica pode e deve continuar próxima dos médicos, informando quais são seus produtos e lançamentos.
Mesmo com essas normas e orientações, que representam um avanço, o problema está longe se ter um solução. As fronteiras entre o que é propaganda legítima e o que configura infração ética são difíceis de definir nesta relação que pode influenciar na autonomia de escolha do tratamento. A mesma deve ter limites para que não interfira na conduta médica e cabe ao profissional de saúde diferenciar o que é melhor aos pacientes.

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