terça-feira, 17 de setembro de 2019

Vindo do circo, Nerino de Freitas foi cantor, vereador e carpinteiro


Questionado a respeito de sua origem, Nerino de Freitas (87) cita que é do mundo. Isto se deve ao fato do pai ser artista no Circo Garcia, onde foi trapezista, acrobata, palhaço e aos doze anos era ator e tinha 14 papéis em dramas. “A cada 15 dias mudávamos de cidade, minha mãe cuidava do lar e era atriz no circo. Com a morte do meu pai em Campo Grande, em 1954 chegamos à região” recorda. 
                                                                                    
Em Jataizinho, ele conheceu a esposa Dulce de Souza Freitas, filha de Agenor de Souza, ex-tesoureiro da prefeitura que morava em frente ao Colégio Parigot de Souza. Aqui aprendeu o oficio de marceneiro e carpinteiro, atividade que exerce até hoje. Além do trabalho com madeira, jogou no Jatay Futebol de Regatas com o ex-prefeito Evilásio Cordeiro. Integrou “Os Carbex”, uma das melhores bandas da região, que tocava sucessos da Jovem Guarda e composta por Osvaldo Laba, Paulo Cavalcante, Chico Serra, Batista Fidelix e José Arlindo Pires. Nerino de Freitas foi vereador, onde assumiu a primeira vez em 1966 e teve quatro mandatos com os prefeitos Dionísio Stricker, Antônio Brandão, Evilásio Rangel e Orlando Sticker. “Presidi a Câmara dos Vereadores e com afinco ajudei a estabelecer a Branorte no município. Fico triste em saber que ela foi para Ibiporã e transformou-se na AmBev, gerando muita renda ao município vizinho”, declara Nerino, que é rotariano há mais trinta anos e também ajudou a fundar a APAE.
                                                                             
Amigo do Frei Frigo, por 47 anos ele cantou no coral da igreja e muitas pessoas lhe confidenciaram que iam à missa a fim de apreciar seu canto. Tamanho o sucesso da sua voz, que gravou jingles para campanhas políticas, sendo um dos mais famosos o seguinte: “Estamos na campanha do tostão contra o milhão. A campanha em que trocamos a espada pela cruz, o ódio pelo amor e a soberba pela humilde. Votar em Evilásio é devolver o que ele tem prestado ao município”, recorda. Ele diz que a voz é tudo e bem imposta é representativa. “Quando o carro de som com o jingle passava, as pessoas iam ao portão escutar. Em um comício li e gravei passagens da bíblia e, com a Praça Frei Timóteo lotada com mais de seis mil pessoas, recebi uma salva de palmas e o candidato em si, a prefeito, foi eleito com uma expressiva votação”, pontua.

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