Noel
de Oliveira fez mais de dez mil fotografias em Jataizinho.
O aposentado Noel de Oliveira é uma lenda viva em
Jataizinho. Nascido em 1945 e hoje, aos 68 anos, se dedica a venda de caldo de
cana. Porém, no passado era conhecido pelas fotografias. “Meu irmão tinha uma
máquina fotográfica e sempre admirei seu trabalho. Quando se mudou para São
Paulo, comprei a máquina e fazia fotos em pequenos binóculos, algo popular na
época, mas raro hoje em dia. Com a digitalização e maior acesso as novas
tecnologias, a atividade caiu, me obrigando a mudar de ramo”, lamenta.
Aos
23 anos, em 1968, Noel trabalhava num frigorifico, conciliando com a atividade
de fotógrafo ambulante, de casa em casa, vendendo binóculos. Ele fazia a foto,
revelava o filme em Londrina e cortava os internegativospara colocar nos
binóculos. “Muitos ainda têm e as fotos são as mais variadas possíveis. Os
jovens e adolescentes nem imaginam como se fazia, pois hoje as imagens são
digitais e instantâneas, obtidas a partir do celular”. Tamanha era a
popularidade do binóculo, que nas festas da igreja, Noel cobrava para as
pessoas olharemnele. “A era digital findou os fotógrafos tradicionais, pois os
trabalhos estão concentrados na internet. Não existe glamour, mas o celular faz
uma foto de excelente qualidade. Não se contrata fotógrafos como antigamente,
pois muitos têm seus meios e recursos. Estamos na Era Digital”, diz.
Mesmo
com a Era Digital pujante Noel é remanescente da “Era Analógica” e ainda
oferece seu trabalho pelas ruas de Jataizinho, atuando como fotógrafo
ambulante. Em sua bolsa, carrega a máquina fotográfica analógica. É uma Zênite
300 com flash, onde os filmes revelados em Londrina. “Com a Zênite 300
registrei aniversários, casamentos, batizados e as mais variadas festas, que
viraram álbuns de excelente qualidade. A foto antiga era de menor qualidade.
Mas, os laboratórios melhoravam o trabalho”, conta.
Noel
diz que não foi o primeiro fotografo da cidade. Antes dele havia um japonês,
chamado Maeda, que trabalhava na praça central, com imagens em preto e branco.
“Nunca fiz foto 3x4, usadas em documentos. O comum são os tamanhos 9x13 e 10x15.
As ocasiões que motivavam as pessoas a tirarem fotografias, eram diversas, como
crianças que vestiam roupa nova, ou uma formatura. Fiz mais de dez mil
fotografias e tenho muitas em casa. Mas, devido o tempo, elas estragaram”,
relata.
Entre
as curiosidades relatadas, está a dos queapós anos, vêm a sua procura afim de resgatar
fotografias antigas, algumas com mais de 40 anos. Outra curiosidade são os clientes
que solicitavam a retirada de centenas de fotos, mas no momento de pagar não
tinham dinheiro, ou pediam fiado.
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