Em meados
de 1974 o engenheiro agrônomo Iolder Colombo chegou a Ibiporã, vindo de Santa
Catarina. A cidade era diferente de hoje e havia em posse do IAPAR uma área de
mata com 92 hectares. “Não existiam guardas no local, era comum a caça de
animais silvestres e o desmatamento de peróbas e angico”, recorda Iolder. Ele
era caçador e numa investida na mata avistou um inhambu-xintã e, antes de atirar com a espingarda, se
arrependeu e lhe surgiu a idéia de criar um movimento para salvar o espaço
verde dentro da cidade. “Procurei o Helio Dutra no ITC (Instituto de Terras e
Cartografia) e fui orientado a falar com o Renato Johnsson, Secretário do
Interior no governo de Ney Braga. Fiz um documento em 1976 com as principais idéias
do que era possível. Como as cerâmicas produziam muito na época, sugeri a implantação
de um viveiro com eucaliptos para lenha e árvores nativas para reflorestar as
vertentes dos rios. Após três meses foi solicitado um projeto. Sentei com o
Hélio Dutra e o fizemos, com previsão de um milhão mudas e o apoio de uma
associação ambientalista. Assim criou-se a Associação de Proteção ao Meio
Ambiente em 1977 e em 30 de abril de 1980 nascia Parque Estadual de Ibiporã”, relata.
Iolder
Colombo cita que no meio do processo, o Doutor Justino Alves Pereira soube que
o município ganharia o espaço e deu a idéia de colocar a APAE junto ao parque,
uma vez que a ação ajudaria muitas pessoas. Dos 92 hectares, 18 foram
desmembrados e cedidos a APAE.
Com o parque e a APAE estabelecidos,
o viveiro produzia e doava mudas aos agricultores para reflorestamento e produção
de lenha para as cerâmicas. “Pessoas de Ibiporã, Londrina, Jataizinho e
Sertanópolis levavam mais de 50 mil mudas de uma só vez. Além do eucalipto havia
mudas frutíferas e exóticas, que servem de alimento aos animais, como araçá,
goiaba, abacate e figueira. Também foram soltos animais como curió, inhambu-xintã, cotia e jacu, este
último chegou a ter mais de 130 espécies no local”, cita.
Foi somente em 1990 que o IAP (Instituo Ambiental do
Paraná) instalou a sede para coordenar o parque com uma mentalidade organizada,
além de plantar outras espécies e acompanhar o cultivo nas propriedade. “A mata
é uma zona de amortecimento para o Tibagi e a fauna, que a usa para chegar aos
rios e na Bacia do Jacutinga, como o guará, a onça, o quati, a paca e o tatu”, declara.
Atuando numa propriedade
em Sertanópolis, Marcos Wendel de Bonfim levou 4500 mudas de peróba, pau d'alho
e frutíferas para reflorestar as nascentes de um sitio. “É uma área de lazer
familiar abundante em água. Deve existir o equilíbrio ecológico para beneficiar
as gerações futuras”, alerta.
Raiane
de Sá, estagiária de Biologia que atua no Parque Estadual de Ibiporã, afirma
que as visitas são de 2ª a 6ª das 8 às 18 hs, onde se conhece a trilha de ida
com 2600 metros e de volta 1300 metros. No trecho se aprecia árvores nativas e
uma mina. “O local é excelente para educação ambiental, desenvolve a
criticidade e é o pulmão de Ibiporã. No passeio mostramos que é necessário preservar
a natureza e muitas escolas e universidades vêm aqui. Para as crianças é
importante ter consciência ambiental e preservar a natureza para o futuro”,
pontua. O telefone para agendar visitas é o 3258 4366.
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