Quando
tivemos a iniciativa de realizar o “Batuque na caixa”, a amplitude da proposta
na área da cultura era até então inédita em Londrina. O objetivo era percorrer
os bairros e atender gratuitamente crianças e adolescentes com oficinas de
música, literatura, teatro e ainda fornecer instrumentos, camisetas e material
didático. Instituições sociais, religiosas e clubes já realizavam grandes
trabalhos de inserção social desde a fundação da cidade. A mudança de visão
naquele final dos anos 90 é que a atuação migrava para áreas como o Direito,
cultura, esporte e meio ambiente, se consolidando com caráter de
profissionalização e inserção real para os jovens.
A
oportunidade de conhecer projetos iniciados ainda nos anos 80 em São Paulo,
Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro nos deu a certeza de que era preciso abrir
frentes nesse processo. Sendo que nossa região correspondeu às expectativas da
comunidade, inclusive porque ações nesse campo já eram desenvolvidos como na
Fundação Cultural de Ibiporã e Cambé.
A
cultura é fundamental como instrumento social pois agrega valores como trabalho
em conjunto; concentração; disciplina; melhora na estima e criatividade que se
expande para o cotidiano de crianças e jovens. Sabemos dos efeitos positivos
que os cursos das Fundações em Ibiporã e Cambé trazem aos alunos das
comunidades. Iniciativas como a Rede Cidadania (em Londrina) e projetos em
várias áreas desenvolvidos por ONGs e artistas tem como retorno principal a
cidadania e o acesso ao rico patrimônio cultural e histórico que faz o Brasil
encantar o mundo.
O hip hop se destaca neste contexto
e podemos citar iniciativas recentes que tem chamado a atenção: Hip Hop na
Escola (coordenado por Banana Flow); Festival Hip Hopé Vermelho (coordenado por
Mc Rei e Dj Fran) e Hip Hop sobre Rodas (Valdir Sujin e Banana). O “Som das Ruas”
foi concebido na Zona Sul de Londrina e ganhou o país. São ações que motivam a
juventude, profissionalizam e agregam uma ampla discussão sobre a sociedade
atual.
O esporte é
parceiro fundamental da educação e da cultura em projetos livres ou de
contraturno. Sabemos que traz junto o conceito de uma vida saudável; a
disciplina e o conhecimento de regras; a superação e um fator que o jovem leva
para a vida toda: saber ganhar e saber perder. Além disso, muitas vezes
projetos esportivos precisam de pouca estrutura para acontecer.
Para além do sucesso
nas artes e do alto rendimento no esporte, projetos que democratizam o acesso transformam
o conceito de uma geração e tem o poder de estimular a vontade para o livro, a
prática de uma vida saudável, o cuidado com o meio ambiente e o respeito ao
próximo. Ou seja, estas iniciativas ajudam na cultura de paz e do convívio
respeitoso entre as pessoas, principalmente no respeito às diferenças.
Acreditamos que o exercício da cidadania eleva a cordialidade e quebra
barreiras de preconceitos onde vivemos.
Por
isso, saudamos a todos que colaboram para que a cultura e o esporte sejam instrumentos
de transformação social. Esse é o poder concreto que a sociedade pode exercer
unida no dia a dia de nossas cidades.
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