quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Tradicional em Ibiporã, Família Kondo já foi destaque no cultivo do algodão.


A cultura nipônica é milenar e um grande samurai japonês foi Isamu Kondo. Osvaldo Issamu Kondo cita que recebeu o nome justamente para homenagear este guerreiro. Natural de Assai e integrante da Colônia Nipo-brasileira de Ibiporã, ele cita que a dedicação do pai Antônio Kondo, à agricultura, rendeu prêmios, diplomas e possibilitou a educação dos filhos.                                                                                                                    
A família Kondo chegou ao Brasil (Ribeirão Bonito - SP) em meados de 1920 através de Kiyozo Kondo e Yoshino Kondo. Antônio Kondo atuava na lavoura de batatas e veio ao Paraná trabalhar de “peão”. Com o ganho arrendou terras em Assai, na Seção Gurucaia. Estabelecido buscou a família e em 1957 se casou com Miyako Shimizu Kondo. Em 1963 adquiriu terras no Engenho de Ferro, onde havia um cafezal. “Era maio de 1963 e meu pai, no intuito de começar a plantação de algodão, arrancou, à base da enxada e picareta a lavoura de café. Os vizinhos acharam que estava louco, mas ele justificou que dominava a cultura algodoeira. Se desse continuidade ao café não honraria as dívidas da propriedade. O algodão se planta em outubro. Entramos nas terras em maio e em outubro a terra estava preparada. Em fevereiro de 1964 colhemos o algodão e tivemos lucro”, recorda.      


Mesmo sendo de origem japonesa, Antônio Kondo era religioso. Tinha crenças, rezava terços e como bom católico prometeu se caso pagasse as dívidas com a colheita levaria as famílias do Engenho de Ferro para Aparecida do Norte, algo que foi cumprido. Tamanho era seu conhecimento na cultura do algodão, que as famílias de Seiji Hoshi, Yoshito Yonemitsu e João Batista de Oliveira pediam conselhos em relação a plantio e produtos a serem usados. Todo produto era comprado e manufaturado pela Algodoeira Pernambucanas de Jataizinho. Com a queda da produção em 1973, a família migrou para a soja. Os Kondo abandonaram o algodão mas não o campo. Hoje cultivam soja, milho e trigo. A propriedade do Engenho de Ferro está arrendada e o trabalho se concentra em São Sebastião da Amoreira e Nova Santa Bárbara.                                                                           
É importante citar que entre 1969 a 1972 Antônio Kondo foi vereador e um político que honrou o mandato. “Na eleição de 1968, Francisco Deliberador Neto, o Doutor Chiquito, foi candidato a prefeito, porém o pleito foi ganho por Mauro Pierro. Posteriormente Doutor Chiquito foi prefeito. Ambos foram bons para Ibiporã”, recorda.  
           Dos nove filhos de Antônio Kondo, oito fizeram curso superior. Osvaldo se formou em Direito pela Universidade Estadual de Londrina em 1987 e é servidor da prefeitura, responsável pela emissão das carteiras de identidade, alistamento militar e carteiras de trabalho, junto com Willian Sonoda. Seus irmãos são Neusa Kondo, Neide Kiyoko, Maria Kondo, Edson Kondo, João Kondo, Marcos Kondo, Irene Kondo e Rogério Kondo, sendo este médico. Em relação à ACEI (Associação Cultural e Esportiva de Ibiporã), foi presidente por quatro gestões e hoje é Secretário Geral. “Os japoneses tem forte presença cultural no Norte do Paraná. Muitos são agricultores ou tem boa formação acadêmica, exercendo atividades profissionais na iniciativa privada e nos órgãos públicos. Quem atua na agricultura se mantêm como grande produtor e usa tecnologia para fazer mais, com menor custo”, cita. Osvaldo Kondo recorda que há quatro anos ainda atuava na agricultura e hoje os trabalhos são coordenados pelos irmãos Edson Kondo e João Kondo. “Advoguei por cinco anos em causas cíveis. Paralelamente trabalhei no campo durante a noite, arando, plantando e pulverizando. Ao iniciar atividades em repartições públicas, não pude conciliar. Mas, em períodos de plantio e colheita tiro férias para acompanhar a agricultura”, finaliza.


Um comentário:

Anônimo disse...

Era criança mas me lembro minha mãe votou no Dropbox chiquito.