terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Uma escritora genuiname jatainhense.

           

           O mundo moderno e as invenções nos trazem facilidades, além de deixar a vida mais cômoda. Porém, como fica a relação pessoal? Para não deixar os “laços” se perderem e resgatar estórias e casos antigos, a escritora Edith Maciel Cordeiro, começou a desenvolver uma série de livros que retoma a tradição da oralidade.
            Aos 75 anos ela já publicou os livros “Luz do Amanhecer” e “Esplêndida Conquista”, além de ter outros na “gaveta”. Ambos são baseados em histórias de amigos e familiares, conservando fatos e estórias ouvidas dos pais, avós e tias, todos falecidos. “Tive a infância generosa. Pude brincar em rios e subir em árvores. Após as brincadeiras sentávamos em volta da minha avó e ela contava belas estórias com fundo moral, além de resgatar valores tradicionais da família. Todas foram transmitidas de forma oral por seus antepassados e isto foi em Uraí, na região da Água do Macaco, atrás de belas montanhas”, relata.
Além das estórias, a avó de Edith a ensinava a bordar, costurar e desenhar. Nestas oportunidadesse comemorava o Dia do Professor em sala de aula e, os trabalhos feitos durante o ano eram apresentados. “São valores simples, mas que diferenciam a educação. É uma pena que as novas tecnologiastiraram muito o lado humano que havia no homem, em especial nas crianças, que não vivem como antigamente. No passado as brincadeiras eram a tabuada, além de várias outras. A geração atual fica em casa mexendo no celular, computador ou televisão. Isto representa a perda no desenvolvimento da imaginação”, afirma.
            Edith recebe incentivos da editora para comercializar seus livros, tanto que se tornoufigura constante nos eventos do SESI em Curitiba. No entanto ainda lhe falta uma assessoria para ajudar na venda e divulgação do seu trabalho. Com a idade avançada, mas em plena saúde, ela vive rodeada de cães, gatos e galinhas. Apesar do apreço aos animais, ela dedica cerca de duas horas por dia a literatura.
            Entre os projetos de Edith Cordeiro, está um livro que fala da cidade, além de outro com abordagem a religião, o bom viver, costumes e ética no cotidiano. “Algo para refletir sobre a vida”, diz. Contatos com a escritora podem ser feitos pelo telefone 32592831.


“O renascer da águia”

            “A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver setenta anos. Para chegar a esta idade, aos quarenta anos ela tem de tomar uma séria e difícil decisão. Nesta idade ela está com as unhas compridas e flexíveis e não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, dificultando a caça e apontando para o peito. As asas envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, torna o voar mais difícil. Só há duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar aproximadamente 150 dias.
            Este processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar este lugar, a águia começa a bater o bico contra a pedra até conseguir arrancá-lo. Após, espera nascer um novo bico com qual vai depois arrancar suas unhas. Quando estas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só então sai para o famoso vôo de renovação, para viver por mais trinta anos. Use as ferramentas que tem à mão. Aproveite as oportunidades.”

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