A psicóloga Maria Mercês Peixoto é uma das interventoras da Santa
Casa de Cambé. O grupo interventor busca expandir os serviços prestados a
comunidade e capacitar os funcionários para oferecer atendimento humanizado já
no acolhimento aos pacientes. Os interventores realizam campanhas e eventos
beneficentes para ajudar o hospital através da comunidade e empresários, seja
com material de limpeza, alimentos ou valores financeiros. “A Santa Casa tem
uma excelente estrutura e aumentará o leque de especialidades no particular,
convênios e SUS. A prova da qualidade está na quantidade de atendimentos feitos
pelas equipes de cardio, gineco, ortopedia, obstetra, cirurgia plástica,
vascular, clinico geral, neurologia e demais especialidades a disposição. A
interventora ressalta que o hospital tem estrutura moderna com UTI e Centro
Cirúrgico que recebe pacientes da região para inúmeros procedimentos, tornando-o
referência em ortopedia de urgência e emergência. Com a ampliação os pacientes
não precisam ir a Londrina se consultar, uma vez que os mesmos profissionais
atendem em ambas as cidades. “Por questões culturais e por Cambé ser menor,
muitos acreditam que em Londrina terá mais qualidade. Isto não é real e deve se mudar esta concepção”,
declara.
Indo
a cada dois meses a Curitiba, na Secretaria de Saúde do Paraná levar demandas
como aporte de recursos e maiores repasses ao hospital, os interventores
recebem ajuda do ex-promotor de Justiça de Cambé, Leonildo Souza Grota, atual
Secretário de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, que
também participou ativamente no processo de intervenção. Além disso, está sendo
feito um trabalho junto a empresários para se constituir convênios junto aos
mesmos e também a sociedade civil organizada para levantar recursos e dar continuidade a
reformas e ampliações. “Saúde pública é prioridade e quem colabora está
engajado. Isto é fundamental. Se a sociedade não colaborar e depender apenas de
apoio governamental, não daremos conta” justifica a Maria Mercês.
Segundo a
Promotora de Justiça de Cambé, Adriana Lino, a intervenção se justifica devido
à entidade receber recursos públicos do SUS e motivada por denúncias que a
população, ao procurar-la não era atendida corretamente e de haver desvios e má
gestão de recursos públicos, pois não era usado de acordo em contrato com o
poder público. “Não havia a manutenção dos equipamentos, os funcionários estavam
insatisfeitos e faltam médicos. A administração tem que se preocupar com isto.
Desde a escala de médicos ao pagamento em dia da folha. Isto demanda interesse
do administrador”, ressalta a promotora de Justiça, que entre suas atribuições
está o trabalho para o bom a saúde pública.
A
intervenção, iniciada com o afastamento da diretoria, tem os novos gestores sob
a orientação da promotoria. “Através de processo judicial mantenho contato com
a atual administração. Oriento e acompanho para haver transparência quanto à
destinação de recursos”, ressalta Adriana Lino. “Não apenas a promotora, mas o
juiz também recebe relatórios mensais da intervenção. Encaminhamos relatórios e
fiscalizamos. As mudanças se observam na aceitação da comunidade, satisfeita
com o resgate da credibilidade do hospital, uma vez que o povo esta sendo bem
atendido, os funcionários pagos em dia e feita à manutenção dos equipamentos. Neste
momento a Santa Casa esta sendo bem administrada.
Além
da intervenção a equipe esta com um processo paralelo de averiguação das
irregularidades das administrações anteriores. Os processos estão em andamento
são da ordem criminal e ação civil pública, onde se pede a restituições de
valores. “O povo deve confiar na justiça e no Ministério Público, que trabalham
com afinco para melhor a saúde pública e responsabilizar quem deixou a Santa Casa
nesta situação. A promotora reforça a idéia dos
interventores quanto ao engajamento da comunidade na causa da Santa Casa e que
os serviços devem ser prestados de forma digna e eficaz a população, que deve
se engajar para arrecadar recursos. Ela ressalta que a intervenção foi para
salvar o hospital, se continuasse como está ia fechar. “Quem administra o
hospital são pessoas indicadas e nomeadas pela justiça, por parâmetros legais e
critérios como idoneidade e compromisso com o município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário