terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Após intervenção, Promotoria de Justiça chama a população para se engajar e ajudar a Santa Casa.

A psicóloga Maria Mercês Peixoto é uma das interventoras da Santa Casa de Cambé. O grupo interventor busca expandir os serviços prestados a comunidade e capacitar os funcionários para oferecer atendimento humanizado já no acolhimento aos pacientes. Os interventores realizam campanhas e eventos beneficentes para ajudar o hospital através da comunidade e empresários, seja com material de limpeza, alimentos ou valores financeiros. “A Santa Casa tem uma excelente estrutura e aumentará o leque de especialidades no particular, convênios e SUS. A prova da qualidade está na quantidade de atendimentos feitos pelas equipes de cardio, gineco, ortopedia, obstetra, cirurgia plástica, vascular, clinico geral, neurologia e demais especialidades a disposição. A interventora ressalta que o hospital tem estrutura moderna com UTI e Centro Cirúrgico que recebe pacientes da região para inúmeros procedimentos, tornando-o referência em ortopedia de urgência e emergência. Com a ampliação os pacientes não precisam ir a Londrina se consultar, uma vez que os mesmos profissionais atendem em ambas as cidades. “Por questões culturais e por Cambé ser menor, muitos acreditam que em Londrina terá mais qualidade. Isto não é real e deve se mudar esta concepção”, declara.                                                                                                           
Indo a cada dois meses a Curitiba, na Secretaria de Saúde do Paraná levar demandas como aporte de recursos e maiores repasses ao hospital, os interventores recebem ajuda do ex-promotor de Justiça de Cambé, Leonildo Souza Grota, atual Secretário de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, que também participou ativamente no processo de intervenção. Além disso, está sendo feito um trabalho junto a empresários para se constituir convênios junto aos mesmos e também a sociedade civil organizada para levantar recursos e dar continuidade a reformas e ampliações. “Saúde pública é prioridade e quem colabora está engajado. Isto é fundamental. Se a sociedade não colaborar e depender apenas de apoio governamental, não daremos conta” justifica a Maria Mercês.                                
Segundo a Promotora de Justiça de Cambé, Adriana Lino, a intervenção se justifica devido à entidade receber recursos públicos do SUS e motivada por denúncias que a população, ao procurar-la não era atendida corretamente e de haver desvios e má gestão de recursos públicos, pois não era usado de acordo em contrato com o poder público. “Não havia a manutenção dos equipamentos, os funcionários estavam insatisfeitos e faltam médicos. A administração tem que se preocupar com isto. Desde a escala de médicos ao pagamento em dia da folha. Isto demanda interesse do administrador”, ressalta a promotora de Justiça, que entre suas atribuições está o trabalho para o bom a saúde pública.       
A intervenção, iniciada com o afastamento da diretoria, tem os novos gestores sob a orientação da promotoria. “Através de processo judicial mantenho contato com a atual administração. Oriento e acompanho para haver transparência quanto à destinação de recursos”, ressalta Adriana Lino. “Não apenas a promotora, mas o juiz também recebe relatórios mensais da intervenção. Encaminhamos relatórios e fiscalizamos. As mudanças se observam na aceitação da comunidade, satisfeita com o resgate da credibilidade do hospital, uma vez que o povo esta sendo bem atendido, os funcionários pagos em dia e feita à manutenção dos equipamentos. Neste momento a Santa Casa esta sendo bem administrada.           
                                  

Além da intervenção a equipe esta com um processo paralelo de averiguação das irregularidades das administrações anteriores. Os processos estão em andamento são da ordem criminal e ação civil pública, onde se pede a restituições de valores. “O povo deve confiar na justiça e no Ministério Público, que trabalham com afinco para melhor a saúde pública e responsabilizar quem deixou a Santa Casa nesta situação.                                      A promotora reforça a idéia dos interventores quanto ao engajamento da comunidade na causa da Santa Casa e que os serviços devem ser prestados de forma digna e eficaz a população, que deve se engajar para arrecadar recursos. Ela ressalta que a intervenção foi para salvar o hospital, se continuasse como está ia fechar. “Quem administra o hospital são pessoas indicadas e nomeadas pela justiça, por parâmetros legais e critérios como idoneidade e compromisso com o município. 

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