domingo, 13 de janeiro de 2008

A construção da alegria

Passa a bola não demora.
Ergue a cabeça vê o lateral
e corre em direção à meta.
Passa um, dois, três.
Na arquibancada a torcida se emociona,
o sorveteiro arregala os olhos,
o senhor uniformizado levanta-se,
o locutor se contagia,
o garoto se esquece que é Domingo.
Será um gol?
Drilha um, dois, três.
Olha para direita, ninguém livre.
Para a esquerda o lateral está marcado.
Na torcida o fanático grita.
No gramado o juiz corre.
O locutor se empolga,
o gândula sonha em ser o matador e
o treinador sabe que o lance pode definir o jogo.
Ele corre com a camisa suada,
olha para o gol - pode ser agora!
Prepara o pé direito, escolhe o canto esquerdo.
Não pode decepcionar sua torcida.
Se fizer será a glória.
Se errar a derrota.
Chuta rápido.
O grito sai engasgado.
O atacante está marcado,
não dá mais.
Pé firme chute forte,
bola no ângulo.
É o gol da torcida.
Alegria do povo!

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