Maria
Isabela e Juan são de Londrina, um município Norte Paranaense conhecido no
passado como a “Capital Mundial do Café” e fundado em 10 de dezembro de 1934. O
Norte e Noroeste Paranaense são conhecidos pela “terra roxa” e “vermelha”. Isto
ocorre devido à formação rochosa do solo por basalto e nutrientes como o ferro,
responsável pela coloração avermelhada. O nome “terra roxa” é uma influencia
dos imigrantes italianos e sua língua, que na época diziam que a terra era
“rossa”. Em italiano esta palavra significa “vermelha”. Eles, junto com negros,
alemães, japoneses, portugueses, espanhóis, além de gaúchos, nordestinos,
paulistas e mineiros são povos que colonizaram estas regiões do Estado. Tamanha
é a importância deles, que isto influi diretamente na fala dos moradores
locais. O nativo, conhecido folcloricamente por caipira, tem características únicas
em sua identidade cultural representadas na fala, como o “r” retroflexo, onde
há ênfase ao dizer “r” em palavras como “porta” ou “carta”; a troca do “lh” por
“i”, como as palavras “palha”, que se fala “paia” ou trabalho, onde se usa a
expressão “trabaio” e; ausência de “s” e “r” em alguns verbos. O caipira
escreve “vamos nadar”, mas diz “vamo nada”.
Estes
são alguns aspectos da língua portuguesa no Norte e Noroeste Paranaense e em
Londrina, onde Maria Isabela e Juan todos os dias vão a escola. A rotina deles
consiste, após o sinal e antes de entrar na sala de aula, hastear as bandeiras
do Brasil, do Paraná e de Londrina, além de cantarem o Hino do Paraná. Juan, em
atitude de respeito, fica de pé, em silêncio e tira o boné. Maria Isabela
coloca a mão direita em cima do coração
e demonstra respeito aos símbolos pátrios. Com o pulmão cheio de ar ela canta o
hino bem alto, também manifestando amor ao que faz. Justamente por serem
exemplares, ambos com freqüência levantam as bandeiras e cantam o Hino do
Paraná com os demais alunos:
Entre os astros do Cruzeiro És o mais belo a fulgir!
Paraná! Serás luzeiro! Avante! Para
o porvir! (Refrão)
O teu fulgor de mocidade. Terra, tens brilho de alvorada
Rumores de felicidade, Canções e flores pela estrada (2x)
Refrão
Outrora apenas panorama, de campos ermos e florestas
Vibra agora a tua fama, pelos clarins das grandes festas (2x)
Refrão
A glória... A glória... Santuário! Que o povo aspire e que
idolatre-a
E brilharás com brilho vário, Estrela rútila da Pátria (2x)
Refrão
Pela vitória do mais forte, Lutar! Lutar! Chegada é a hora
Para o Zênite! Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora! (2x)
Refrão
Hastear a bandeira e cantar o Hino do Paraná enche Maria
Isabela de orgulho e torna o seu dia especial. Como é estudiosa, ela perguntou
a professora Dayane o que significa os desenhos na bandeira do Paraná. “A
bandeira é um dos símbolos oficiais do Estado, ao lado do brasão e do hino.
Aprovada em 31 de março de 1947, é composta de um retângulo verde, simbolizando
as florestas exuberantes que cobriam o território no fim do século XIX. O
retângulo é cortado por uma faixa branca e representa o espírito pacífico do
paranaense. No centro há um círculo em azul que equivale à cor do céu e às cinco
estrelas do Cruzeiro do Sul: Alfa (Estrela de Magalhães), Beta (Mimosa), Delta
(Pálida), Gama (Rubídea) e Epsilon (Intromedita). A posição corresponde ao céu
de Curitiba em 29 de agosto de 1853, quando assinada a Lei Imperial que
desmembrou o Paraná de São Paulo. No Cruzeiro do Sul existe uma faixa branca escrito
"Paraná" e circunda a esfera um ramo de pinheiro e erva-mate, os
principais produtos econômicos do Estado no passado”, falou a professora.
Satisfeito com a resposta cedida a Maria Isabela, Juan
ficou curioso quanto a um detalhe citado: o Brasão.
- Professora, qual a mensagem transmitida pelo Brasão do
Paraná? – questionou.
“O Brasão de Armas do Estado do Paraná foi
desenhado originalmente por Alfredo Emílio Andersen em 1910 e até os dias atuais mantém a imagem do ceifador.
Forma o Brasão um escudo português apresentando um campo
vermelho que representa a terra fértil e “roxa” setentrionais do Paraná, onde o
lavrador cultiva o solo. Acima dele há o sol nascente, que representa a
liberdade e três picos simbolizando grandeza, sabedoria, e a nobreza do povo,
além de referenciar os três Planaltos do Paraná: Oriental de Curitiba,
Central dos Campos Gerais e Ocidental de Guarapuava.
Ainda temos os ramos de Araucária e Erva
Mate. No brasão também existe a figura da Harpia, um pássaro que encontrou condições
para se reproduzir no Paraná, mas que hoje está em vias de extinção”, finalizou
a professora.
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