
Criador da “Mostra de Artes Zumbi
dos Palmares”, que ocorre na “Semana da Consciência Negra”, ele relata que a
exposição surgiu em meados de 1986, quando foi convidado por Idalto José de
Almeida, integrante do Grupo de Consciência Negra. Atualmente a “Mostra Zumbi
dos Palmares” está na 30ª edição e é a única local com enfoque no movimento
negro, além de abrir espaço a novos artistas e para artistas conceituados do
Brasil e de países como Japão, Cuba, Portugal, Finlândia, Alemanha e demais
localidades.
Nas
artes plásticas há cerca de 40 anos, ele recorda que entre 2003 a 2015,
desenvolveu quadros pequenos e populares, do tamanho de uma carta, o qual já
produziu cerca de dez mil. Já os trabalhos maiores, de 50 cm x 70 cm, foram em
torno de três mil, onde retrata cenas suburbanas como a mulher que lava roupa,
os trabalhadores conversando no bar ou crianças brincando com pipa e bola de
gude. “São imagens que visualizo no cotidiano, onde uso cores primárias na
composição dos quadros”, diz Agenor Evangelista, que em 2001 e 2007 teve vários
trabalhos publicados nos cartões telefônicos da Sercomtel, onde destacou o
negro, a Escola de Samba Zumbi dos Palmares e a região do Cinco Conjuntos.
Com trabalhos
comercializados na Franca, Japão, Suíça, Estados Unidos, Argélia, Uruguai e em
Portugal, no Museu de Guimarães, cidade co-irmã de Londrina, ele cita que há no
acervo da Folha de Londrina um trabalho de 1987, quando ao expor no Londrina Country Club, João Milanez e Valmor Macarini,
que administravam a empresa na época, encomendaram um painel sobre a história da
imprensa e do jornal.
Influenciado
pelo impressionismo francês, por Di Cavalcanti e Cândido Portinari, que
pintavam as mulatas e a boêmia, Agenor Evangelista pode ser considerado um
memorialista paranaense por mostrar a periferia e as pessoas que vivem lá. “É
fundamental a preservação da memória. O artista deve é uma ferramenta de
transformação que forma e informa a sociedade, além de interagir com outras artes,
como a dança e a literatura”, pontua.
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