Quem visita a casa de Venância
Conceição Rosa, de 96 anos, em Jataizinho, se vislumbra com a beleza e raridade
dos móveis como estaleiras, balcão, guarda roupa, armário e mesa. Os itens têm mais
de meio século de existência e são oriundos de quando a família morava no
sitio. Mas, este é apenas um capítulo na historia de Venância, que foi casada
com José Venâncio Rosa. Eles se conheceram em Monte Santo, Minas Gerais, quando
ela tinha 18 e ele 24 anos. Ao se casarem vieram junto com o sogro, que também
se chamava José Venâncio, para a Água Branca. Da relação tiveram dez filhos
(Laudelino, Noraldino, Valdomiro, Valdelino, Valdenir, Maria, Valdivina, Aparecida,
Leonilda e Leonice) que ajudavam no cultivo da terra, na criação de gado e
outros animais. Ela recorda que a propriedade era bem situada, além do esposo ser
muito respeitado e considerado um bom sitiante.
Com o passar dos anos a família vendeu
a propriedade e comprou a casa onde vive, na Avenida Carmela Dutra. O imóvel
centenário é de peroba e com chão de assoalho. Por ali funcionou o Cartório
Jesuino. A matriarca recorda que a compra se deu quando o dono do mesmo construía
a nova sede e ficou com a sala para atender clientes. O ambiente permanecia com
a porta fechada e a família mantinha-se em outros cômodos. Com o fim da
construção a sala foi reagrupada ao imóvel.
A
mudança possibilitou que o patriarca trabalhasse na prefeitura com os prefeitos
Evilário Rangel e Armando Pavão. Na mesma época Venância Rosa limpava com arcos
o excesso de algodão que ficava nos sacos e também carpia café. Após o trabalho
no campo, ela costurou numa fábrica em Assai e também em casa, onde produzia vestuários
de uso comum, ternos e vestidos de noiva. “Não existia a variedade de roupas
como hoje. Adquiria-se o tecido nas lojas Bressan e Pernambucanas e o quarto de
costura tinha moldes, tecidos, linhas, tesouras e agulhas, além da máquina
comum e zig zag”, recorda.
É
ali na varanda da Carmela Dutra, entre filhos, linhas e tecidos que Venância
Rosa lembra da rua calçada de paralelepípedos, das casas de madeira e hortas
que existiam onde hoje é o Banco do Brasil ou do antigo posto de combustíveis
abandonado na esquina da Avenida Antonio Brandão e onde se localiza um edifício.
No entanto, a maior lembrança que vive em sua mente e coração é a do
companheiro José Venâncio Rosa, falecido há 34 anos.
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