segunda-feira, 31 de outubro de 2016

FarmaLíder oferece descontos em anticoncepcionais, remédios para diabetes e pressão.


A farmacêutica Laura Rabaneda atua há dez anos na FarmaLíder, localizada na região central de Jataizinho. O estabelecimento tem grande movimento devido à oferta de produtos variados como medicamentos, perfuração de brincos, aplicação de injetáveis, aferição de pressão e demais serviços. Ela cita que a população quando não consegue atendimento no posto de saúde ou hospital, vai à farmácia em busca de informações e medicamentos. “A farmácia presta um serviço de utilidade. O fato de ser próxima a lotérica, mercado, bancos e demais comércios atrai vários clientes”, diz Laura, que nestes dez anos obteve a confiança ao tratar os fregueses com respeito.                                                                                                                                   
Com uma linha variada de genéricos, a FarmaLíder disponibiliza bons preços e excelentes descontos em anticoncepcionais, remédios para diabetes e pressão. O desconto privilegia indivíduos que recebem apenas um salário mínimo, além de evitar o deslocamento para Londrina ou Ibiporã em busca destas mercadorias. Apesar disto, Laura vê dificuldades em algumas prescrições feitas manualmente, no qual é difícil entender a receita e assim, ficando o cliente sem o produto até que volte ao posto ou hospital.                                               
Feliz com a receptividade no municipio, Laura congratula os 69 anos da emancipação política de Jataizinho e como farmacêutica e comerciante vê que a cidade tem muito a crescer, cabendo a todos dar a ela votos de confiança. Maiores informações a respeito de medicamentos e descontos podem ser obtidas na FarmaLíder, localizada na Avenida Carmela Dutra 558.



Viginoti Perfurados oferece itens que aumentam a produtividade e lucratividade do agricultor com a seleção de grãos.


A Viginoti Perfurados, comandada por Antonio Viginoti (42), funciona há dois anos e comercializa chapas perfuradas e industrializadas para máquinas como trator e colheitadeira. Elas ajudam na limpeza de soja, milho, arroz, feijão e demais produtos. O cliente determina o tamanho do furo e a Viginoti desenvolve a peneira. Outros itens criados pela empresa são os martelos para moinho, serviços de torno, fresa e solda.                                                             
Natural de Jataizinho, Antônio tem mais de 15 anos de experiência no ramo, atua com seis colaboradores e possui clientes em Catanduva, Xavantes, Londrina, Ibiporã, São Paulo, Limeira, Jataizinho, Porecatu, Maringá e até no Maranhão. Tamanha credibilidade se dá ao fato de Antonio Viginoti operar diretamente na lucratividade do agricultor devido às peneiras terem um baixo custo, diminuírem perdas de grãos e melhorar a qualidade da mercadoria, gerando satisfação. “Há poucos locais que fabricam e comercializam estas peneiras, que pulam etapas no intuito de obter sementes classificadas e sem impurezas”, afirma.                                                                                                                
O empresário dá valor a criação de impostos, emprego e renda aos funcionários. “Todo dia 20 deposito os impostos ao contador e nenhum serviço é emitido sem nota fiscal. Além disso, pretendo ampliar a empresa”, diz Antonio, que tem orgulho e satisfação de levar o nome de Jataizinho para outras localidades. “Mesmo com a crise não paramos e graças ao trabalho do Ronaldo Augusto, que é vendedor e disponibiliza nossas mercadorias em catálogos na internet, temos bom retorno”, declara.                                   
A Viginoti Perfurados está na Avenida John Kennedy, 195 (paralela a BR 369 e próxima ao Posto Água Branca). O email é vendasviginoti@hotmail.com e o contato é pelo 31590007. Tanto agricultores quanto cooperativas podem contratar os serviços.


Venância Rosa guarda memórias da cidade e do companheiro José Venâncio


Quem visita a casa de Venância Conceição Rosa, de 96 anos, em Jataizinho, se vislumbra com a beleza e raridade dos móveis como estaleiras, balcão, guarda roupa, armário e mesa. Os itens têm mais de meio século de existência e são oriundos de quando a família morava no sitio. Mas, este é apenas um capítulo na historia de Venância, que foi casada com José Venâncio Rosa. Eles se conheceram em Monte Santo, Minas Gerais, quando ela tinha 18 e ele 24 anos. Ao se casarem vieram junto com o sogro, que também se chamava José Venâncio, para a Água Branca. Da relação tiveram dez filhos (Laudelino, Noraldino, Valdomiro, Valdelino, Valdenir, Maria, Valdivina, Aparecida, Leonilda e Leonice) que ajudavam no cultivo da terra, na criação de gado e outros animais. Ela recorda que a propriedade era bem situada, além do esposo ser muito respeitado e considerado um bom sitiante.          

Com o passar dos anos a família vendeu a propriedade e comprou a casa onde vive, na Avenida Carmela Dutra. O imóvel centenário é de peroba e com chão de assoalho. Por ali funcionou o Cartório Jesuino. A matriarca recorda que a compra se deu quando o dono do mesmo construía a nova sede e ficou com a sala para atender clientes. O ambiente permanecia com a porta fechada e a família mantinha-se em outros cômodos. Com o fim da construção a sala foi reagrupada ao imóvel.                                                                                                                       
A mudança possibilitou que o patriarca trabalhasse na prefeitura com os prefeitos Evilário Rangel e Armando Pavão. Na mesma época Venância Rosa limpava com arcos o excesso de algodão que ficava nos sacos e também carpia café. Após o trabalho no campo, ela costurou numa fábrica em Assai e também em casa, onde produzia vestuários de uso comum, ternos e vestidos de noiva. “Não existia a variedade de roupas como hoje. Adquiria-se o tecido nas lojas Bressan e Pernambucanas e o quarto de costura tinha moldes, tecidos, linhas, tesouras e agulhas, além da máquina comum e zig zag”, recorda.                                              
É ali na varanda da Carmela Dutra, entre filhos, linhas e tecidos que Venância Rosa lembra da rua calçada de paralelepípedos, das casas de madeira e hortas que existiam onde hoje é o Banco do Brasil ou do antigo posto de combustíveis abandonado na esquina da Avenida Antonio Brandão e onde se localiza um edifício. No entanto, a maior lembrança que vive em sua mente e coração é a do companheiro José Venâncio Rosa, falecido há 34 anos.

Cida Gomes concorre à “Tesoura de Ouro”, o Oscar dos Cabeleireiros


O Operário das Letras tem a honra de anunciar que o Salão Cida Gomes representará Ibiporã no “Tesoura de Ouro”, o Oscar dos Cabeleireiros. O evento terá pela primeira vez um representante do município e será em 25 de abril, em Campinas.                                                                                         
Ibiporã deve ter orgulho e reconhecer o trabalho da cabeleireira Cida Gomes, que com muita competência gerencia um dos melhores salões de beleza na cidade. Além disso, conseguir uma vaga para este tradicional evento é muito difícil e o fato lhe ajuda a fazer história na cidade ao ser a primeira e única cabeleireira selecionada.

Parque Estadual de Ibiporã se mostra como opção de turismo ecológico


Em meados de 1974 o engenheiro agrônomo Iolder Colombo chegou a Ibiporã, vindo de Santa Catarina. A cidade era diferente de hoje e havia em posse do IAPAR uma área de mata com 92 hectares. “Não existiam guardas no local, era comum a caça de animais silvestres e o desmatamento de peróbas e angico”, recorda Iolder. Ele era caçador e numa investida na mata avistou um inhambu-xintã e, antes de atirar com a espingarda, se arrependeu e lhe surgiu a idéia de criar um movimento para salvar o espaço verde dentro da cidade. “Procurei o Hélio Dutra no ITC (Instituto de Terras e Cartografia) e fui orientado a falar com o Renato Johnsson, Secretário do Interior no governo de Ney Braga. Fiz um documento em 1976 com as principais idéias do que era possível. Como as cerâmicas produziam muito na época, sugeri a implantação de um viveiro com eucaliptos para lenha e árvores nativas para reflorestar as vertentes dos rios. Após três meses foi solicitado um projeto. Sentei com o Hélio Dutra e o fizemos, com previsão de um milhão mudas e apoio de uma associação ambientalista. Assim criou-se a Associação de Proteção ao Meio Ambiente em 1977 e em 30 de abril de 1980 nascia Parque Estadual de Ibiporã. Neste processo, o Doutor Justino Alves Pereira soube que o município ganharia o espaço e deu a idéia de colocar a APAE junto ao parque devido à ação ajudar muitas pessoas. Dos 92 hectares, 18 foram desmembrados e cedidos a APAE”, recorda.                                                                                                         
Com o parque e a APAE estabelecidos, o viveiro produzia e doava mudas aos agricultores para reflorestamento e produção de lenha para cerâmicas. “Pessoas de Ibiporã, Londrina, Jataizinho e Sertanópolis levavam mais de 50 mil mudas de uma só vez. Além do eucalipto haviam mudas frutíferas e exóticas que servem de alimento a animais, como araçá, goiaba, abacate e figueira. Também foram soltos bichos como inhambu-xintã, cotia, curió, paca e jacu, sendo o último chegando a ter mais de 130 espécies no local. Com todo o desenvolvimento, em 1990 o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) instalou a sede para coordenar o parque com uma mentalidade organizada, além de plantar outras espécies e acompanhar o cultivo nas propriedades. “A mata é uma zona de amortecimento para o Tibagi e a fauna, que a usa para chegar aos rios e na Bacia do Jacutinga, como o guará, a onça, o quati, a paca e o tatu”, declara.                                                                                                       
Tendo orgulho em trabalhar no Parque Estadual, Sérgio Luís Ferreira, Reinaldo de Almeida Marques e Irineu Burim atuam na produção de mudas para reflorestamento em fundos de vale, mananciais, locais públicos como praças e propriedades rurais. São mais de 32 espécies nativas e frutíferas, como gurucaia, canafistula, cedro, pitanga, araçá, cereja, angico, jangada e amendoim. Para retirá-las é preciso ter cadastro junto ao IAP ou solicitar via oficio. Reinaldo cita que devido às árvores serem de grande porte elas não podem ser plantadas em áreas urbanas. Quanto à doação para escolas isto não ocorre devido à grande quantidade que foi desperdiçada no passado.                      
Os 36 anos dedicados ao IAP trouxeram muito conhecimento a Irineu Burim. Numa primeira observação, ele cita que o desmatamento, erosão e assoreamento está diminuindo a vazão, secando rios, tampando as minas de água, além dos rios mudarem o curso devido à falta da mata ciliar, que deve ter no mínimo 30 metros. Em médio prazo o reflorestamento é uma solução a ser adotada. “O desrespeito aos limites da mata ciliar causa desequilíbrio natural”, afirma.                                                                                                                        
As visitas ao Parque Estadual, um dos pulmões de Ibiporã, são de 2ª a 6ª das 8 às 18 h. Na trilha com 2600 metros de ida e 1300 metros volta, o visitante (com pré agendamento) aprecia árvores nativas, minas, o viveiro, além de uma palestra sobre educação ambiental que aborda a separação correta do lixo, algo que desenvolve a criticidade. “As crianças devem ter consciência ambiental e preservar a natureza para o futuro”, pontua Irineu. O agendamento é no telefone 3258 4366.



Em Ibiporã, Barzan tem happy hour com 50% de desconto e música ao vivo


De 2ª a 5ª das 18 às 21h você come e bebe no happy hour do Barzan com 50% de desconto. Segundo o proprietário Edivandro Monteiro, ex-gerente do Bar da Silva em Londrina, além do chopp gelado o estabelecimento serve porções de batata frita, polenta, calabresa, filé de frango, pastel de carne e queijo, além do espetinho de cafta. “Há um ano meu sócio viu o excelente ponto para locação e uma oportunidade de negócios”, diz Edivandro.                     
O Barzan também vende lanches e aos sábados tem costela assada. Já na 6ª e sábado tem apresentação de duplas e cantores sertanejos num ambiente familiar. O Barzan está na Santos Dumont 825. Maiores informações e fotos sobre o local podem ser vistas no perfil do facebook. 

Dia 13 de novembro tem Encontro de Carros Antigos e Customizados na Praça Pio XII


A Praça Pio XII sedia em 13 de novembro o 27º Encontro Mensal de Carros Antigos e Customizados. Segundo Flávio Eduardo Cardoso, Presidente do Motor Clube, o encontro é de veículos com mais de 30 anos; de carros customizados e tunados com som, rodas, rebaixados e turbo; triciclos, motos, tratores e caminhões.                                                                                                      
Flávio Eduardo é presidente do Motor Clube desde agosto e dá continuidade a gestão do ex-presidente Fábio Petri, que levou o motorclube a uma posição elevada na região. “Somos em 18 membros e todo 2º domingo do mês é feito o encontro mensal. O anual em agosto irá para a 3ª edição e reúne em média 600 veículos. Feito em dois dias é um atrativo que ajuda o comércio movimentando hotéis, mercados, postos de combustível e restaurantes. Espero que isto se torne algo tradicional”, relata.                                                                           
Proprietário de uma picape Willys 1969, comprada nova pelo seu avô e que trabalhou muito no campo e na cidade, ele afirma que a cultura do carro antigo cresce e o evento possibilita convívio e confraternização de colecionadores para divulgar e reviver histórias do passado. “Há mais de cem anos os veículos ajudam a transformar e evoluir a sociedade através do transporte de cargas e pessoas. Além disso, ter um carro antigo hoje em dia não é tão caro como se imagina”, ressalta.                                                                       
O Motor Clube de Ibiporã já ganhou seu espaço de representatividade e está presente em eventos como do livro “Contos e Causos”, além de irem a encontros em Jataizinho, Londrina, Cambé, Rolândia e demais localidades. “Outra tendência destes eventos é a exposição de antiguidades como máquina de escrever, panelas, máquina registradora, bicicletas e itens antigos. Isto preserva a história e a memória”, finaliza.   

domingo, 30 de outubro de 2016

Com 694 votos, Augusto Semprebom agradece a expressiva votação para vereador em Ibiporã


Augusto Semprebom começou no judô precocemente aos quatro anos. Hoje, aos 39 ele comemora 35 anos de artes marciais. Mas antes de abrir a Academia Augusto Semprebom há seis anos, desde os 15 ele estudava mecânica diesel no SENAI e trabalhou na Viação Garcia cinco anos. Posteriormente foi almoxarife numa indústria de salgadinhos; por cinco anos na manutenção de caminhões da Vega Ambiental, a antiga Vega Sopave que coletava de lixo em Londrina e; mais cinco anos na Paraná Equipamentos na manutenção de tratores e esteiras. Paralelo ao trabalho de mecânico, os estudos em Física na UEL em 1998, de eletromecânica no SENAI e a graduação recente em Direito, Augusto obteve cerca de 150 títulos nas artes marciais, como 15 vezes campeão paranaense e o Open Brasil.                                                                                               
Com dedicação e trabalho, Augusto abriu a academia e oferece musculação, danças (jump, zumba e ritmos), atividades aeróbicas e lutas (kickboxe, boxe, judô, muay thay, karate, kung fu, jiu jitsu e tae kon do) para idades a partir de três anos. Os instrutores são formados em Educação Física, graduados e federados nas modalidades, além de haver parceria com federações de artes marciais. A academia possui estagiários da UEL, UNOPAR e UNIFIL, visando abrir espaço e oportunidades aos estudantes. Outra abertura da academia é a aula experimental gratuita e fundamental aos pais para identificar a aptidão esportiva dos filhos.  

Com a visão de formar campeões dentro e fora dos tatames, Augusto Semprebom dedica parte do seu tempo a projetos, como o “Mais Educação”, que ensinava artes marciais em oito escolas municipais para mais de mil alunos do ensino fundamental. Com o encerramento de algumas atividades do projeto, Augusto levou alguns alunos para sua academia. “O Mais Educação era no contra turno ou no intervalo do almoço. Há para 2017 perspectivas de implantar o projeto em locais descentralizados, como San Rafael, Vila Esperança, Bom Pastor e na academia. A descentralização evita o deslocamento a área central”, diz. Outro projeto é ensinar judô aos alunos da  APAE portadores de autismo e da Síndrome de Down. “Estas atividades transformam diretamente a vida do aluno em relação a aspectos sociais e físicos”, complementa Augusto, que graças aos projetos levou centenas de crianças para torneios e campeonatos em localidades até fora do Estado.                                                                                                                             
Quanto às últimas eleições, Augusto Semprebom foi candidato a vereador e o convite surgiu do prefeito José Maria. Ele obteve 694 votos, foi o 13º mais votado e ficou de 2º suplente. “A votação expressiva foi devido os pais encararem o projeto como algo bom e que desenvolve as crianças em muitos aspectos. No entanto, a maior motivação da candidatura foi criar projetos e leis para ampliar trabalhos no esporte e com retorno social desde as crianças a idosos, uma que desejo atingir, pelo esporte, qualidade de vida às famílias. Independente do resultado, projetos e trabalhos continuam”, ressalta Augusto, que no próximo 30 promove no Munhecão, junto com a Associação Yang de Kung Fu, um evento com artes marciais, arco e flecha, exposições variadas (armas, cerâmica, bisais, livros e vídeos) apresentações e comidas típicas. Informações sobre o evento e a Academia Augusto Semprebom (localizada na Avenida 19 de Dezembro 1691), podem ser obtidas nos telefones 32581918 ou 91915355. Tanto a academia, quanto o Augusto tem perfil no facebook. 

Infância, juventude e os livros da Cosac & Naify (Por Aldo Moraes)

No mês da criança, vamos direto ao ponto: num país que clama por leitores e formação de novos apaixonados pelo livro (esse objeto que leva ao sonho e ao impalpável, culto da mente e da alma), iniciativas de grupos culturais pelo Brasil contrastam em dificuldades e falta de estrutura com a editora paulista Cosac & Naify (que fechou as portas este ano) e cuja direção, declarou recentemente ter o interesse em incinerar cerca de 100 mil títulos. Uma das mais importantes no mercado, a empresa argumenta que doar custa caro e ainda acarretaria em diminuição futura no valor comercial de seus autores.                                                        
Ocorre que o Brasil é grande e a doação destes títulos a bibliotecas, centros culturais, coletivos e escolas públicas ajudaria na divulgação dos autores e na formação de público para novos lançamentos. Pensamos ser fundamental estimular o gosto pela leitura e torná-la acessível a todas as camadas e faixas etárias. Reclamar que o Brasil é um país com baixo índice de leitura e ter uma atitude deste nível é um enorme paradoxo. Tanto quanto divagar no valor comercial dos autores no futuro e não avaliar o futuro de crianças e jovens impactados pelo livro e com a cidadania e o alcance intelectual limitados pela falta de bibliotecas e melhor estrutura nas escolas do país.                                                  
A formação de leitores, o gosto pelo livro, música e artes ganha muito quando começa na infância e se consolida na juventude. Estes livros (com produção extremamente caprichada e de bom gosto) poderiam ser inseridos no cotidiano de espaços culturais, comunidades e escolas e promover aventuras e paixões através de enredos, versos e imagens. Pois quem nega a imensa e por vezes dolorosa aventura em Clarice Lispector? A dureza estética e o sofrimento em Graciliano Ramos? Ou as desventuras de Vadinhos, Tietas e Arcanjos nos textos imprevisíveis de Jorge Amado? O que seríamos sem o universo mágico de Monteiro Lobato, Ana Maria Machado e Ruth Rocha? Nesta matéria fina e tão sólida ao mesmo tempo se concebem retratos do Brasil rural e urbano; lendas e nossa cara de índio, negro e branco. Ainda mais: No Brasil, o rigor e a beleza da MPB e do samba agregam conteúdo poético e estético a literatura. Obras para teatro, cinema e muitos da nova geração completam os mares aos quais temos acesso e que só podemos desfrutar com quando iniciados nas águas do livro, um batismo para o que há de na cultura.                                                                            
Num contraponto ao anúncio da editora, projetos e coletivos culturais nos quatro cantos do Brasil produzem leitores, autores e uma moçada politizada que quer discutir e ir de encontro ao país real. Estas iniciativas sobrevivem de apoios, doações e da clara certeza de seus realizadores de que fazem a parte para as mudanças que o povo merece e precisa. No contexto das comunidades, o livro é ferramenta de estudo, conhecimento, aventura e possibilidade de novas estradas para crianças, adolescentes e jovens que enxergam na cultura o elo com a educação e a cidadania para dias melhores e iguais para todos.

domingo, 23 de outubro de 2016

Museu preserva a história de Jataizinho


Formado em História pela Universidade Estadual de Maringá, Alysson Meyer de Lima é curador do Museu há três anos. Com amplo conhecimento da história local, ele cita que o espaço é dividido cronologicamente desde a colonização com a Colônia Militar e Aldeamento de São Pedro de Alcântara e há itens do período como cacos de cerâmica indígenas datadas de 1850. Nesta época houve a Guerra do Paraguai (1864-1870) e Jataizinho era entreposto militar que alojava munições, armas, remédios e alimentos mandados para as batalhas do Mato Grosso. O Paraná era emancipado de São Paulo, mas regido pelo Império. Para enriquecer a história, o espaço tem moedas, balas de canhão, espadas, machados de pedra, lamparina, alicate e documentos duma época em que a maioria dos habitantes era formada de escravos e indígenas. “A Colônia Militar ficava do outro lado do rio, em Ibiporã. A atual Jataizinho era o aldeamento e o território da cidade era extenso, havendo apenas ela e São Jerônimo da Serra no Norte Paranaense e Campo Mourão a oeste. Eram terras desabitadas, mas antes povoadas por Caiuás  e Guaranis”, cita Alysson Meyer.              
Numa segunda sala do museu se conta a história religiosa do município a partir de Frei Timóteo, fundador da colônia, líder político e religioso que era italiano e denominado Capuchinho. Ele viveu na região de 1855 até seu falecimento em 1895. Também há peças do padre José Cerdan, um dos principais párocos que ficou mais de 25 anos na igreja. Alysson cita que a Colônia tinha caráter militar e religioso.                                                   
O corredor do museu ilustra a história política desde a emancipação em 1947, com a galeria de todos os prefeitos, desde José Moraes Neves a Élio Batista. Nesta galeria cita-se que Jataizinho teve duas emancipações: Em 1929 era a Colônia Militar de Jatay em homenagem as abelhas que faziam colméias nas arvores de Jatobá. Mas, em 1938 foi rebaixada por Manoel Ribas a condição de vila de Assaí. Segundo Alysson Meyer, isto foi uma vingança política devido à inimizade com os mandatários locais da época, o farmacêutico e líder político Osvaldo Ramalho. Era o período da ditadura do Getulio Vargas e Ramalho não o apoiava. No entanto, o fato justificou-se na baixa arrecadação e o pequeno crescimento populacional. “Assaí tinha o mesmo tamanho de Jataizinho. Mesmo com olarias, plantações de algodão, produção e venda da carne de porco, não havia o porquê da retaliação. Com o surgimento de Jatay em Goiás, em 1943 mudou-se o nome para Jataizinho e o município emancipou-se em 10 de outubro de 1947”, recorda. Mesmo com a independência de Assai, em 1955, quando se completou os 100 anos da cidade, houve um movimento buscava as origens e valores históricos, liderado por João Martins Dutra, vereador e cartorário que propôs a mudança para o nome Jatay de Alcântara em homenagem a Dom Pedro II. Isto não aconteceu e a população reclamou, justificando que o nome atual é diminutivo e inferioriza a cidade. 
O museu também relata a história da ponte, da estação de trem, da balsa e das cerâmicas, a primeira indústria local e algo que vem desde Frei Timóteo. Há também um espaço dedicado as famílias tradicionais e que expõe objetos de uso urbano e rural cotidiano como rádios, cortador de cabelo, toca disco e documentos que relatam histórias de pioneiros, como por exemplo, um salvo conduto, uma permissão para circular no país. Para incrementar a galeria, há folders com histórias de pioneiros como Benedito Furlan e Benito Galli, ainda vivos e personagens da Folha de Jataizinho em edições passadas. Muitas escolas visitam o museu numa espécie de aula de historia, algo importante na formação educacional e que propicia ao aluno conhecer o passado, além de ser comum a identificação de antepassados.                                      
Quanto à casa que hospeda o museu, há uma lenda que Dom Pedro II veio a Jataizinho e se hospedou nela. No entanto não há documentos que confirmem isto. Segundo Alysson Meyer, o imóvel foi construído em 1935 e a suposta visita ocorreu em 1855, por conta da doação das imagens de São Pedro de Alcântara e da Nossa Senhora da Imaculada Conceição, além dos sinos da igreja. “São Pedro de Alcântara era o padroeiro do aldeamento e Dom Pedro II seu devoto. Com a doação da imagem da Nossa Senhora da Imaculada Conceição pela Princesa Isabel, ela tornou-se padroeira. Muitos não crêem que Dom Pedro II ficou na casa, mas a construção data 44 anos após sua morte”, relata. Quanto ao imóvel, de 81 anos e todo em peroba, seu primeiro dono foi Joacir Palhano, agrimensor e engenheiro que viveu nela por dez anos. Posteriormente foi vendido para Domingos Diana, ex-proprietário da cerâmica em frente ao imóvel e que hoje se chama Cerâmica Douro. Ele morou 30 anos na casa e nos anos 70 a vendeu para Esmeralda Vieira, que viveu ali até falecer.              

Festa das Crianças já é tradição no Conjunto Antonio José Vieira, em Jataizinho


A fé e a esperança em curar o filho Gabriel Lázaro de Campos, hoje aos 14 anos, fez Valmir de Campos (50) prometer a Nossa Senhora uma festa para as crianças por nove anos. Com a recuperação do filho que tinha problemas nos pés, a fé renovou-se e Valmir, conhecido por “Cigano”, mantém a tradição.                    
Morador de Jataizinho há 19 anos, ele fabrica churrasqueiras, cria bois e cavalos ali mesmo perto de sua casa, no Conjunto Antônio José Vieira. Quanto ao apelido, ele obteve aos 12 anos, quando iniciou a compra e venda de cavalos. “Pensei em acabar com a festa mas não tive forças devido às crianças e os amigos insistirem para continuar. Com isto muitos começaram a ajudar. Quando chega perto do Dia das Crianças, pessoas da Família Vieira, o Paulo Pelisson, a Casa dos Doces, o prefeito eleito Dirceu Urbano e os vereadores Clóvis (que doa chocolates) e Jorge (que cede sorvetes e o carro de som) e demais pessoas ajudam com pão, carne moída, doces e sorvete. O bolo faço junto com minha família e a cunhada Adriana Bigati”, relata Cigano. Tamanha a grandiosidade da festa que nesta edição foram quatro mil pães, 500 litros de refrigerante, 600 sorvetes, 120 quilos de carne moída e salsicha, maionese, tomate e pimentão vindo de verdureiros e do Ceasa, além do bolo que usa 70 quilos de farinha, 50 litros de leite e pesa 280 quilos. Além disso, antes da festa ele manda um bolo de sete quilos, pães, doces e refrigerantes na Casa de Repouso e para a Casa de Recuperação.                                                                  O evento interdita a Rua Agenor da Silva, começa meio dia e vai até as seis da tarde. Ali tem caminhão de som com música e locutor, brinquedos e até corte gratuito de cabelo. No dia, os pais aproveitam para se divertir e recordar os tempos de infância. “Deus prepara tudo. Organizar este evento foi uma nova etapa em minha vida. Meu filho está curado e é uma benção”, pontua Cigano, que em 2017, se tudo der certo e for da vontade de Deus, presenteará as crianças com brinquedos.