A
Rádio Nova Geração recebeu no último dia 4 o prefeito eleito de Ibiporã João
Colonieze, que concedeu uma entrevista e citou alguns aspectos intrínsecos a
Ibiporã e Jataizinho. Aos 57 anos, funcionário público da Caixa Econômica
Federal há 32 anos e exercendo cinco mandatos de vereador, João Colonieze
afirma que a preocupação dos políticos eleitos para o próximo mandato é a
diminuição do repasse de verbas da União e Estado. Em busca de uma solução para
aumentar a arrecadação, ele afirma que se devem criar mecanismos e parcerias.
Uma alternativa é atrair empresas e construir parques industriais como o que é
feito na saída para Sertanópolis e receberá benefícios de água, esgoto e
iluminação, além de outros investimentos. Nesta linha desenvolvimentista, ele
diz que o aumento da arrecadação é necessário para melhorar a infra estrutura
viária e recuperação da malha asfaltica em bairros como John Kennedy, Vila
Esperança, Tupi, Balneário Tibagi e demais localidades.
Outro
tema abordado foi a saúde pública, assunto que interessa moradores de
Jataizinho que usam o Cristo Rei e a UPA. Ele cita que as portas da saúde
jamais serão fechadas aos jatainhenses. No entanto é preciso estudar mecanismos
e parcerias junto aos seis municípios da região que dependem da saúde de
Ibiporã. Quanto ao risco do Cristo Rei fechar as portas, João foi categórico: não
deixará isto acontecer e buscará soluções para mantê-lo. “Vamos nos reunir com
os prefeitos e discutir a ajuda mútua entre as populações. Quem sabe até criar
um consórcio de saúde, onde os municípios garantam o pagamento de plantões, insumos,
materiais hospitalares, médicos, de limpeza e alimentícios. Estes municípios
também não possuem maternidade e as crianças nascem no Cristo Rei. Além disso,
não há UTI em Ibiporã, causando o deslocamento de pacientes a Londrina,
Arapongas e até Ivaiporã. É uma grande responsabilidade e muitos não resistem,
morrendo no caminho. O consórcio pode viabilizar a UTI”, diz. O novo prefeito ressalta
que a UTI custa em média um milhão e 200 mil reais e pode beneficiar mais de
120 mil pessoas. “Isto não é promessa de campanha, mas o povo cobra este tipo
de ação”, diz João, que comemora o valor de 150 mil reais por mês para o Cristo
Rei, obtidos junto ao Governo do Estado e que ajudará a folha de pagamento.
Articulado, Colonieze cita que a
campanha política e a coligação de nove partidos lhe aproximou de alguns
deputados estaduais e federais, aumentando a representatividade junto ao Estado
e União, além de facilitar o trabalho como prefeito. No entanto, para a
administração fruir deve haver a elaboração de projetos e a busca de recursos.
“Se não houver projetos não há verba”, ressalta. Nesta perspectiva, ele afirma
que há propostas na área da educação, como por exemplo, a implantação de mais
um colégio de ensino médio na região do CAIC. “Não cabe ao município a
construção de colégios. Mas é papel do prefeito buscar recursos. Aquela região
tem mais de oito mil habitantes. Construir um colégio garante um futuro melhor
a todos, além de evitar o deslocamento de três a quatro quilômetros diários aos
alunos. Há interesse da nova administração em construir e ampliar centros de
educação infantil em locais variados, como no Terra Bonita, que atenderá a
população em volta do Jardim San Rafael”, diz. Em relação ao turismo, ele vê o
potencial do Rio Tibagi, algo a ser explorado através de investidores
particulares. O futuro prefeito diz ser inviável a construção de um balneário
ou parque devido o grande investimento e o pouco retorno. Porém a prefeitura deve
incentivar empreendedores que desejam, por exemplo, fazer um rancho ou
restaurante nas imediações do rio, algo que tiraria as famílias das cidades e
as atrairia para almoçar aos fins de semana e nas margens do Tibagi.
Sem previsão de aumento do repasse
de impostos, o futuro prefeito conterá gastos, usará a criatividade, além de
envolver população e associação de bairros junto ao poder público municipal,
como por exemplo, a limpeza urbana, onde os moradores devem ser conscientes na destinação
correta do lixo. “O desemprego é crescente e negativo aos governos. Devemos ter
o pé no chão e mudar a cobrança de impostos, como a planta de valores do IPTU
para findar desigualdades e desinflacionar o contribuinte. É injusto o cidadão
que ganha salário mínimo e mora numa residência menor pagar imposto com mesmo
parâmetro de casas maiores. Faremos um levantamento para avaliar se há imóveis
com metragem diferente. Além disso a inadimplência é grande e cabe ao município
parcelar dívidas para ajudar a população”, ressalta. João diz que os cidadãos
devem participar mais da vida política e saber quais recursos são
disponibilizados para áreas como indústria, emprego e educação. “Os municípios
estão em situação de penúria e a população deve ser parceira da Administração
Pública. Para gerir uma cidade é preciso a participação popular e de conselhos
variados”.
A
entrevista teve a participação de ouvintes, onde Marcos Prado questionou o
futuro prefeito acerca de PEC 241, que prevê o congelamento dos gastos públicos
por 20 anos. João respondeu que a medida foi proposta devido a falta de recurso
e pela crise atual ser causada em boa parte por desvios de verbas públicas,
falta de credibilidade e investimentos externos. No entanto ele foi categórico e
afirmou que se país “entrar no rumo” daqui alguns anos pode ser elaborada uma
nova lei que cancele a PEC 241. “A lei não é eterna. Se der certo vai ter
reflexo na sociedade”, diz.
Quanto ao vinculo empregatício na Caixa Econômica
Federal, João cita que ainda deseja trabalhar por muitos anos no banco, porém a
nova condição de prefeito lhe abriu a perspectiva de aposentadoria para liberar
sua vaga a um novo funcionário. Caso a aposentadoria não se viabilize, ele já
pediu o afastamento das funções sem remuneração. Em relação ao vice Beto
Bacarin, o mesmo já foi prefeito e vice. É bem relacionado, engenheiro ambiental
e fará uma boa parceria onde não haverá disputadas internas de grupo
políticos.