sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Perda Auditiva Induzida por Ruído

O termo ruído é usado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85 decibéis dB por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). A Pair é o agravo mais freqüente à saúde dos trabalhadores, estando presente em diversos ramos de atividade, principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, entre outros.

Sintomas - perda auditiva;- dificuldade de compreensão de fala;- zumbido;- intolerância a sons intensos; o trabalhador portador de Pair também apresenta queixas, como cefaléia, tontura, irritabilidade e problemas digestivos, entre outros.

Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária ou definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após um período de afastamento do ruído.

A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978 estabelece os limites de exposição a ruído contínuo, conforme a tabela a seguir:

Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente:

Nível de ruído (dB)

Máxima exposição diária permissível

85

8 horas

86

7 horas

87

6 horas

88

5 horas

89

4 horas e 30 minutos

90

4 horas

91

3 horas e 30 minutos

92

3 horas

93

2 horas e 30 minutos

94

2 horas

95

1 hora e 45 minutos

98

1 hora e 30 minutos

100

1 hora

102

45 minutos

104

35 minutos

105

30 minutos

106

25 minutos

108

20 minutos

110

15 minutos

112

10 minutos

114

8 minutos

115

7 minutos

Consequências- em relação à percepção ambiental: dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio; problemas de comunicação: em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone.

Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos: esforço e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas que impliquem a discriminação auditiva;- ansiedade: irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido, intolerância a lugares ruidosos e a interações sociais, aborrecimento pela consciência da deterioração da audição;- dificuldades nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação, irritabilidade pela incompreensão familiar;- isolamento; auto-imagem negativa: vê-se como surdo, velho ou incapaz.

Prevenção: Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Como descrito anteriormente, existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas. Em relação ao risco ruído, existe um programa específico para seu gerenciamento:

- designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada membro da equipe envolvido;- avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas;- gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação audiológica e seguimento do trabalhador exposto a ruído;- proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador;- treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa; - auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das medidas adotadas.

Tratamento e reabilitação: Não existe até o momento tratamento para Pair. O fundamental, além da notificação que dará início ao processo de vigilância em saúde, é o acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas. Essas avaliações podem ser realizadas em serviço conveniado da empresa onde o trabalhador trabalha ou na rede pública de saúde, na atenção secundária ou terciária, que dispuser do serviço. A reabilitação pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir da análise cuidadosa da avaliação audiológica do trabalhador. Esse serviço poderá ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o profissional capacitado, o fonoaudiólogo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

125 é criado para atender Conselho Tutelar

A Câmara de Vereadores de Londrina, aprovou o projeto de lei 411/2009 do vereador Tito Valle, que cria um número telefônico com chamada gratuita para acionar o Conselho Tutelar em denúncias de agressões físicas e abuso moral e ou sexual contra crianças e adolescentes na cidade.

De acordo com a proposta, o número 125 vai facilitar o acesso ao órgão e possibilitar um raio x mais preciso sobre os crimes cometidos contra crianças e adolescentes no município.

Londrina vem apresentando um avanço significativo no número de crianças e adolescentes vítimas de agressões físicas e abuso moral e ou sexual, destacou Tivo Valle na justificativa do projeto. “Cientes de que a maioria dos casos não são denunciados pela inexistência de um número único no Município, de fácil memorização com acesso gratuito aos interessados, achamos por bem apresentar este projeto”, informa o vereador.

MAPEAMENTO – Valle acredita que a adoção de um número telefônico único, de caráter nacional em Londrina, vai possibilitar ao cidadão o contato e a formulação de denúncias. “Este serviço poderá contribuir para a resolução de muitos casos e para a solução de muitos problemas que atualmente nem aparecem nas estatísticas sobre o assunto”, disse.

O vereador completa afirmando estar convicto de que a iniciativa será um avanço nos trabalhos contra este tipo de crime. “Com esta iniciativa estaremos marchando a passos largos para minimizar e possivelmente promover a inexistência de atos de desumanidade, praticados contra nossas crianças e adolescentes, dentro dos ideais elencados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

Ainda há esperança

Visto como um problema de saúde, as drogas destroem muitas vidas. Mas, em Ibiporã, a Fazenda Esperança através do convívio, espiritualidade e trabalho, ajuda os jovens a enfrentar esta barreira.


Os problemas com álcool e as drogas reduzem em muito a expectativa de vida e as oportunidades de trabalho. Preocupada com isso, uma comunidade religiosa de Guaratinguetá resolveu criar a Fazenda Esperança, que já fora visitada pelo Papa Bento 16 em 2007 e também é conhecida como a “Fazenda das Pedrinhas”.


A história da Fazenda Esperança começa quando Nelson Giovanelli, um paroquiano que participava das reuniões do frei franciscano Hans Stapel na Igreja Nossa Senhora da Glória e queria viver intensamente o evangelho, se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua residência, em Guaratinguetá. Nelson conquistou a amizade e confiança deles, até que outro rapaz, Antônio Eleutério, reconhecendo suas fraquezas, pediu ajuda ao novo amigo.


Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida e isso os levou a buscar e ajudar o jovem paroquiano, que lhes propôs viver radicalmente a Palavra de Deus. À noite, combinaram de se se encontrar na igreja ao invés da rua, para trocar experiências vividas no dia-a-dia. A partir daí o grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem juntos, sendo o aluguel e as despesas pagas com trabalhos de limpeza e jardinagem.


Com o reconhecimento da obra, este trabalho de recuperação transformou-se na Fazenda da Esperança, a partir da doação de terras, feita por uma família. Hoje se espalhou pelo mundo, com 68 fazendas nos mais diferenciados paises como México, Alemanha, Guatemala, Paraguai, Argentina, Rússia e em breve na Colômbia.


No Paraná a Fazenda Esperança atua em Toledo e em Ibiporã, esta na qual administrada pelo seminarista João Carlos Simão, vindo de Curitiba. João Carlos nos conta que tudo se baseia na espiritualidade, vivência e trabalho. Funcionando há um ano e meio na cidade, a fazenda conta oito pessoas em processo de recuperação, sendo que há, por conta de um projeto do deputado federal Luiz Carlos Hauly, há expectativa de dobrar o número de vagas através da reforma e ampliação de uma casa localizada na fazenda.


Para ingressar na Fazenda Esperança, o seminarista explica que os interessados devem escrever uma carta pedindo ajuda. Logo é postada a resposta, citando as regras de convivência, a importância do trabalho e a base cristã.


Como parte do processo de recuperação, os moradores cuidam da cozinha, horta e animais como galinhas, porcos, vacas, bois, bezerros e carneiros, além de fazerem pinturas e artesanatos vendidos por familiares e voluntários. Estes últimos são em grande numero e buscam alguma forma de se envolver. “A ajuda da comunidade é imensa, pois vêem o trabalho como uma obra de Deus e se identificam com ela”, diz o seminarista.


Questionado sobre o que pode levar as drogas, João Carlos responde que não há motivos específicos, mas acredita que ela é uma armadilha, independente se a pessoa tem 12 ou 35 anos. Mas, independente da situação, o dependente merece uma chance, podendo se curar. “O trabalho é uma destas ferramentas, mas a mudança de atitude é fundamental para a transformação e recuperação. Há uma luz, uma solução e o principal: há esperança”.


Um dos internos que não perdeu a esperança foi Vanderson Francisco Sena da Ressusseição. Como muitos jovens, por curiosidade, envolveu-se muito cedo com as drogas e neste processo conheceu o álcool, a maconha a cocaína e por fim o crack, este último, quase o levou a morte e à prisão. “Fumei crack para saber a reação, pois via meus amigos em estado de paranóia e agitação. Foi neste dia que me transformei numa pessoa que não era mais fiel aos compromissos e fiz minha família sofrer”. Com a perca do emprego e de um relacionamento amoroso, Vanderson viu os amigos se afastarem e também as forças para lutar contra a dependência química.


Com o estado de saúde do pai se agravando, procurou ajuda na Fazenda das Pedrinhas e em 2004 conseguiu um tratamento. Porém, com um mês, a perca de um irmão, para a bebida, fez com que ele tivesse uma recaída e, com a morte do pai, chegou à conclusão que sozinho não conseguiria se recuperar. “Somente Deus pode me ajudar”, refletia.


No fundo do poço e “apenas com um braço de fora”, ele teve consciência de que seu futuro seria a cadeia, o cemitério ou uma comunidade terapêutica e hoje, sem a presença do pai, reconheceu que deveria abrir seu coração e buscar o tratamento.

Enquete: O que você faz para combater o mosquito da dengue.


Combater a dengue não é uma tarefa fácil. Se não mobilizarmos, a dengue pode voltar a assustar a população. Chuva e calor favorecem o mosquito transmissor e a cidade precisa da ajuda de todos para eliminar e evitar os focos do mosquito. Uma das pessoas que trabalha no combate à dengue é o agente de saúde. Mas e você, o que faz para evitar o mosquito transmissor? Conhece alguém que já teve dengue?


O agente de saúde, quando vai a minha, é muito bem atendido. Esta visita é fundamental no quesito saúde pública. Em Ibiporã, não conheci ninguém que foi picado pelo mosquito transmissor. Sinal que os agentes fazem um bom trabalho, pois eles reviram tudo, desde latinhas a plantas. E, se notamos algo errado na vizinhança, como pneus, fazemos as devidas reclamações, pois isso é um dever de todos. O único problema que vejo, são nas casas onde as pessoas trabalham o dia todo e não tem como o agente verificar o quintal. Deveria haver uma lei para contornar isso. Paulo Romero, motorista de 55 anos e morador do Serraia.


O agente de saúde é fundamental para o controle e combate e prevenção de várias doenças. Cabe a população dar o exemplo de eliminar pneus e possíveis criadouros do mosquito transmissor. Independente se a água parada for suja ou limpa, a pessoa deve tomar as devidas precauções. Eu mesma tive dengue, quando trabalhava no sítio. Por isso digo: a prevenção é um bem que fazemos a nós mesmos. Alaíde Lauriano Silva, dona de casa e moradora da Água da Fartura.


Os agentes sempre vão a minha casa e nunca acharam nada, porque sempre cuido do quintal, com tudo limpo e sem água empossada. Dias atrás vi um homem com um sintoma, mas logo após passar por avaliação e ser medicado, se recuperou e passa bem. Todos devem ter cuidado com a água empossada e se prevenir. Jair Martins, tratorista aposentado de 58 anos e morador do San Rafael.


Não há problemas quanto à visita dos agentes, pois o trabalho é preventivo e feito pela prefeitura. Eles sempre vão uniformizados e contribuem para a saúde. A dengue pode levar à morte e devemos ter cuidado com água parada e plantas. Antonio Trindade, comerciante de 54 anos e morador do Centro.

Sempre que vão a minha casa dou total acesso. Não conheço ninguém que foi picado pelo mosquito da dengue. É algo grave e fatal, dependendo da gravidade. Tomo cuidado com as vasilhas e sempre olho o quintal. Luis Carlos Oliveira, aposentado de 50 anos e morador do Ângelo Maggi.


Esta semana os agentes foram a minha casa. Eles estão de parabéns por sempre se preocuparem. Minha esposa também sempre observa o quintal em busca de possíveis criadouros. Apesar de pequeno, ele faz um estrago danado. Jair Castro de Souza, taxista de 72 anos e morador do Centro.


Atendo bem os agentes e deixo eles verem o quintal. Faz dez anos que estou em Ibiporã e não vi alguém com dengue. Mas, isso é graças ao cuidado de como deixar as garrafas de boca para baixo, evitando focos. Valdemiro de Araújo, taxista de 67 anos e morador do Centro.


Não conheço ninguém que fora picado. Em minha casa não há problemas com o mosquito, pois parte do quintal é toda impermeabilizada. Porém, isso não impede que em outros locais, como na vizinhança, que há um foco do mosquito. Jefferson dos Santos Eduardo, lavador de 16 anos e morador da Vila Ribeiro.


Sigo as normas de não deixar água parada e limpo bem o quintal. Moro na área rural, mas independente se for nela ou na urbana, a água parada é o local ideal para o mosquito da dengue procriar. Paulo Marques, aposentado de 56 anos de São Jerônimo da Serra.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Álbuns Urbanos é destaque na revista do Instituto Brasileiro de Museus

Com a implantação do Instituto Brasileiro de Museus, autarquia federal responsável pela implantação de políticas relativas a museus em todo o país, houve uma profunda mudança na vida cultural brasileira. O Ibram nasce como principal articulador da Política Nacional de Museus, cuja diretriz é a criação de unidades em municípios de pequeno porte, bem como áreas bem menos favorecidas e, com sua implantação, todos os museus do Brasil serão vistos com outros olhos, pois o principal objetivo é formular políticas igualitárias, de aquisição e preservação de acervos e criar ações integradas junto a este órgão.

Ibiporã já sente a diferença, devido à aprovação de um recurso junto ao governo federal para aquisição de equipamentos para o Espaço de Memória, que iniciou o projeto CONTOS E CAUSOS. O mesmo tem o objetivo de registrar em imagens e em edições em DVD, pioneiros relatando histórias. Tudo isso em parceria com a SETI (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior).

Segundo Julio Dutra, secretário de cultura, os encontros já começaram e, as informações fornecidas pelos pioneiros, que buscam em suas memórias histórias que muitos não sabem, estão sendo um sucesso.

Estas histórias em breve serão exibidas para pequenos grupos no Cine Teatro e até o fim da gestão serão editadas e transformadas em um DVD Book para a apreciação de todos.

Ibiporã também estampou uma página da revista do IBRAM que publicou o Projeto Álbuns Urbanos, iniciado em 2009 com os painéis de fotos que itineraram pelos espaços públicos com os temas União de Pioneiros e depois Os Campeões.

A revista foi enviada para a Fundação Cultural e está disponível para leitura no Espaço de Memória. "A revista leva um pouco de Ibiporã para todos os municípios que possuem um trabalho em prol da memória. É muito importante o que o IBRAM está fazendo, pois há trocas de experiências e Ibiporã ganha visibilidade em todo o país", ressalta Dutra.

Em busca do esporte e de oportunidades, alunos do CAIC descobriram nas aulas de capoeira uma forma de melhorar o desempenho escolar.

Basta um passeio pelo teatro do CAIC ou perguntar a um aluno que participa das atividades extraclasse no contra turno escolar, o que ele acha das aulas de capoeira, para logo se ver um sorriso estampado e o brilho no olhar dessa garotada.


Assim são os alunos da professora Claudeth Abel, de 31 anos e acadêmica de Pedagogia na Facesi. Há 13 anos na capoeira, Claudeth, que mora no Jardim San Rafael, é a única profissional feminina da cidade e como seus alunos, quando criança viu a prática do esporte no centro comunitário de seu bairro e se interessou. Durante a vida aprendeu que a capoeira não é apenas uma luta de defesa e aeróbica, mas algo maior, relacionado aos escravos brasileiros e a luta contra a opressão. “Hoje a capoeira trabalha o lúdico, a coordenação motora ou mesmo o jogo de palavras em suas cantigas. É uma pedagogia, mas com a disciplina do esporte genuinamente brasileiro”, diz a professora.


Com atividades que duram cerca de seis meses, hoje o CAIC mantém em torno de oitenta alunos matriculados. Porém a imensidão deste projeto é maior, sendo que através do apoio da prefeitura de Ibiporã, hoje são mais de setecentas crianças atendidas nos mais diversos bairros, como o San Rafael, DER, Pires de Godoy, Bom Pastor e Santa Paula, sendo a meta dar uma ocupação e mostrar um caminho aos jovens, além da melhoria no rendimento escolar através de um esporte popular e acessível.


Um destes alunos e esportista é Wesley Luis de Oliveira, de 10 anos e morador do Jardim Vila Verde. Além da capoeira ele disputa campeonatos de futebol e ressalta que a atividade é tão divertida que se parece uma brincadeira. Como Wesley, Bruno Alexsandro Guisso, de 11 anos e morador do Azaléia, desenvolveu habilidades e não perde seu tempo na ociosidade, pois aprende algo de importante para o futuro. Outro aluno, Welerson Fernando, de 14 anos, morador da Vila Beatriz afirma que aprendeu diversas coisas com o esporte e convida os amigos a participarem das aulas, para aprender não apenas sobre um esporte, mas sobre a cultura afro-brasileira. E o rendimento escolar? Para Ewerton Vinicius, de 12 anos, morador do Pedro Morelli, é notável que seu rendimento tenha melhorado na disciplina de história, devido o aprendizado sobre os negros.


A professora de 1ª a 4ª série do CAIC, Maria Marlene de Almeida, lecionando no ensino fundamental há mais de 21 anos, comenta que na sua turma são em torno de dez anos que freqüentam com regularidade as atividades de capoeira. Como educadora ela conclui que há uma transformação no modo de pensar dos alunos, no desenvolvimento emocional e físico, onde aprendem regras, além de reforçar a idéia da existência de uma atividade no contra turno escolar que os resgata. “É um projeto que eles gostam de participar por ser algo diferenciado. Acredito que poderia haver maior adesão. Porém, o que impede é à distância a ser percorrida por alguns. Uma alternativa seria a inclusão do ensino integral para contemplar não apenas a capoeira, mas outras atividades de teor educacional. Há escolas em Ibiporã que já adotaram o período integral, trazendo os alunos para dentro da sala de aula e também para fora dela, com atividades, projetos e reforço. A capoeira é muito comentada dentro da sala de aula, tornando-se algo positivo e ressaltando a idéia, entre os alunos, que poderiam existir mais projetos e atividades”, afirma.


Claudeth lembra que um dos requisitos para freqüentar as aulas é o bom rendimento escolar e a freqüência nas aulas. “A estimulação para que tenham boas notas, reflete e influência para se tornarem bons alunos. Para isso, peço para se esforçarem em casa estudando, fazendo tarefas, trabalhos, leituras e atividades que melhorem o desempenho escolar. Na faculdade estuda-se comportamento e dá-se o exemplo da hiperatividade das crianças para descobrir até onde elas podem chegar”. Ela ainda vai mais longe ao concluir que ações como estas não contribuem apenas no rendimento escolar, mas na formação da cidadania, dos valores culturais e por chamar os alunos a virem para a escola, estimulando a presença e sendo um caminho de adaptação para um futuro ensino integral, fator de grande importância no resgate social.


É notório que ultimamente Ibiporã tem se transformado com a implantação de centros de formação na informática, reforço escolar, no esporte e cultura. Muitos pais não têm condições de educar seus filhos, dar suporte e uma visão diferenciada de mundo, devido à jornada de trabalho. Cabe aos professores e a escola ocupar este espaço, tornando-se complementos da família. Os professores, que tem uma visão mais critica da sociedade trabalham o comportamento e a comunicação de alunos que podem estar reprimidos. É neste momento que a cidadania e os projetos de cunho social tornam-se ferramentas para a construção do caráter e de futuros profissionais em diversos segmentos, sendo estes pequenos detalhes ajudam a formar nossos cidadãos.

A arte como preservação da memória

Após os vendavais que atingiram Ibiporã e derrubaram centenas de árvores, alunos do Olavo Bilac utilizam um cedro para preservar a história.


A arte pode ser expressa de várias maneiras a partir da natureza e da criação humana, onde tudo que está em estado natural se transforma. Assim acontece no Colégio Olavo Bilac. As últimas chuvas derrubaram centenas de árvores e causaram imensos prejuízos financeiros, fazendo que um cedro destruísse parte do muro da escola. A árvore, plantada em 1973 por uma ex-aluna em 21 de setembro, homenageando o Dia da Árvore, foi abrigo de uma imensa fauna e flora, tendo ninho de pássaros, variedades de musgos, liquens, além de marcar a infância e adolescência dos que passaram por este colégio. Mas o que fazer com tanta história? Cortar os pedaços de madeira para transformarem em lenha?


Uma iniciativa dos alunos do 3º ano e de alguns professores, mudou completamente o destino do cedro e criou uma oportunidade para o desenvolvimento da escultura a partir da madeira.


De acordo com a professora de biologia, Salete Bortolazi Almeida, o trabalho dos alunos contribui para a valorização da arte e a preservação da história de uma escola e de uma comunidade, pois o cedro, em diversas oportunidades foi usado nas aulas de biologia para exemplificar a riqueza de vida. “A raiz, que seria cortada pela motosserra, mostrou sua beleza e através de pedidos dos professores e alunos, fora poupada e encaminhada a fim de se desenvolver a atividade”. Tamanho é o valor da árvore, que ela será a primeira obra de arte de uma galeria que será montada no colégio e já conta com diversas doações.

Segundo o artista plástico Henrique Aragão, convidado para orientar os alunos, a raiz será limpa e descascada com uma marreta e um formão. Após isso, passará por um processo de lavagem, linchamento, proteção por cupinicida e tratamento com verniz fosco para exibir o aspecto natural da madeira. “Isso é um processo de arte civilizatória. A arte fica, sendo o ser humano lembrado pela sua concepção artística. Com isso, tudo se torna um processo de conhecimento que desperta na mente do individuo formas substanciais que o influenciarão nas suas atividades dali pela frente”.

Para o aluno Humberto Lucas Almeida, membro do grupo, a experiência de participar da arte coletiva é diferenciada e estimula o jogo de equipe. “Aprendemos algo novo e damos valor à história do Bilac, um dos colégios mais afetados pelas chuvas”, ressalta o aluno, um dos inúmeros voluntários que ajudou a recuperar a cidade e a limpar a escola.

Já os alunos João Paulo da Silva e Isabelli Sayri Kono, donos da técnica de desenhar, tanto com as mãos ou no computador, ficaram orgulhos por serem escolhidos para projetar o desenho da árvore na futura galeria de arte do Bilac. E, apesar dos conhecimentos, eles sabem que além de ser fundamental o resgate da história do colégio, a interação com a natureza é algo a ser valorizado pelo homem.

Com um olhar aguçado, fotógrafa mostra imagens que passam desapercebidas.

Um cenário repleto de quadros coloridos, onde cada paisagem mostra um pouco de Ibiporã. Assim pode ser descrita a exposição de fotos “Jardins da Cidade”, idealizada pela escritora e fotógrafa Marilza Ribeiro Longhi.
A exposição “Jardins da Cidade” conta com oitenta fotografias, que retrata a beleza da orquídea, ipê, acácia, margarida, rosa, corda de viola ou do chorão, este último capturado por suas lentes atrás da casa de música, ao fundo da Catedral.
Lançada em homenagem as mulheres, a exposição traz fotos de flores, representando uma das maravilhas da natureza, além de mostrar detalhes de ruas e jardins de Ibiporã, a Terra Bonita. “Como é minha cidade natal, conheço cada canto. Mas, resolvi olhar mais de perto, buscar algo que os moradores ainda não haviam descoberto. Nos jardins, por sobre os muros ou mesmo escondidas sob um arbusto, lá estão elas, as flores. Muito coloridas ou minúsculas, nem sempre notadas. Muitas vezes, a beleza emocionante de suas formas e cores duram apenas algumas horas”, afirma Marilza.
Apaixonada pela arte, como o teatro, a literatura e a fotografia, Marilza, assim que ganhou de presente uma máquina fotográfica importada do Estados Unidos, iniciou um curso onde pôde aperfeiçoar técnicas. “A técnica é fundamental na fotografia, porém devemos buscar a percepção ou um olhar distinto para descobrir algo que possa estar oculto numa imagem”, afirma.
Fotografia é poesia ilustrada e porque não aceitar este convite para revirar nosso interior e trazer à tona valores e sentimentos adormecidos? Isso nos faz pensar e olhar as coisas mais simples de perto.


Sobre a autora/fotografa: Marilza Ribeiro Longhi, bancária há mais de 20 anos, sempre esteve envolvida com a movimentação cultural da cidade, procurando levar para o ambiente de trabalho um pouco de tudo o que acontece nesse âmbito. Já atuou em diversas peças teatrais na Casa de Artes e na Fundação Cultural de Ibiporã. Em 2009, lançou o livro “Retrato de criança”, um apanhado de crônicas autobiográficas narrando a infância vivida na "casa natal", mostrando as peripécias que toda criança deveria viver. Atuando como voluntária, é membro da Pastoral da Comunicação, que produz e leva ao ar o programa dominical “Anunciando Paz”, no ar há 11 anos, e transmitido pela TV Rio. Ali são mostradas as atividades desenvolvidas nas 02 paróquias da cidade.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Serviço de utilidade pública

A burocracia é um empecilho que causa vários transtornos. Todavia, existem informações disponíveis ao alcance de todos, mas pouco difundidas. Estas informações podem facilitar muito as nossas vidas. Como por exemplo:
- Quem deseja tirar uma cópia da certidão de nascimento, ou de casamento, não precisa mais ir a um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila. O cartório eletrônico já está disponível pela internet. Basta consultar o endereço cartorio24horas.com.br.

Nele você resolve estas (e outras) burocracias, 24 horas por dia e on-line. Cópias de certidão de óbito, imóveis e protestos, podem ser solicitados pela internet. Para pagar é necessário imprimir um boleto bancário e depois é só esperar o documento chegar via Correios. Divulgue esta informação, pois este serviço é muito importante.
- Auxilio a lista telefônica pelo 102, JAMAIS! Use o 08002800102. Veja como não somos informados acerca das informações realmente importantes. Ao consultar o 102, se paga R$ 1,20 pelo serviço, no entanto, as empresas de telefonia não avisam aos usuários a existência do serviço gratuito. Não custa divulgar para mais pessoas saberem.
- Documentos roubados: BO (Boletim de Ocorrência) dá gratuidade, conforme a Lei 3.051/98. Você sabia? A maior parte da população não sabe que a Lei 3.051/98 nos dá o direito, em caso de roubo ou furto, mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência, gratuidade na emissão da 2ª via dos documentos de Habilitação (R$ 42,97), Identidade (R$ 32,65) ou Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11). Para adquirir a gratuidade, basta levar a cópia (não precisa ser autenticada) do BO e o original ao Detran, para Habilitação e Licenciamento e outra cópia a um posto do Instituto de Identificação.
- Multas de Trânsito: No caso de multa por infração leve ou média, se você não foi multado, pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e solicitar o formulário para converter a infração em advertência, com base no Art. 267 do Código de Transito Brasileiro. Leve cópia da CNH e a notificação da multa. Em 30 dias você recebe pelo correio a advertência por escrito, perde os pontos, mas não paga nada.
Código de Trânsito Brasileiro: Art. 267 – “Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa”.
- Divulguem estas informações ao maior número possível de pessoas para haver a desburocratização.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Aos 80 anos, obra e legado de Henrique Aragão viram fundação.

“São cinqüenta anos de Ibiporã e oitenta de vida, comemorados em 1º de agosto e essencialmente ligados à arte”, assim definidos pelo reconhecido nacional e internacionalmente artista plástico Henrique Aragão.
Nascido na Paraíba, Aragão chegou ao Paraná em meados anos 60, onde pintou a Catedral de Apucarana. Ao conhecer Ibiporã, erradicou-se e fora acolhido pelo então prefeito, Ciro Ibirá de Barros, numa época que não havia o pensamento voltado a arte, mas a indústria do café, o ‘Ouro Verde’. Ciente da deficiência e em busca de florescer a arte, Ciro de Barros cedeu um espaço a Aragão para dar inicio a suas oficinas de artes, nas mais diferenciadas modalidades e por onde passaram muitos ibiporãenses. “Com sessenta dias e repleto de alunos, o prefeito (Ciro de Barros) fez uma lei que criava a Casa de Artes e Ofícios Paulo VI. Lá, havia participação maciça nas mais diversificadas atividades como teatro, poesia, literatura, artes plásticas e ballet. O movimento cultural se avolumou e assim surgia a Fundação Cultural de Ibiporã, devido o contingente interessado pela arte”.
Muito do existente hoje, ligado à arte, teve a idéia semeada por Aragão, como as escolas de ballet, pintura e música que começaram no seu ateliê. “Queria tudo isso e hoje, aos oitenta anos, me preocupo com a produção artística e a organização da Fundação Cultural Henrique Aragão, que reunirá muito do que fiz”. Com uma obra imensa, algumas da futura fundação já foram expostas, recentemente, em outras localidades, no intuito de educar e difundir a arte.
Polivalente, Aragão é reconhecido pela pintura, escultura, gravura e poesia descritiva, isto porque, “muitos não se contentam apenas com a imagem, mas querem também palavras”. Outra qualidade, que realça o ser polivalente, é a proximidade com a educação, pois, sempre que pode, abre as portas de sua casa às escolas. Algumas visitas propiciam mais de cento e vinte alunos em seu ateliê e no teatro ao ar livre, existente numa casa repleta de obras que transparece uma vida dedicada à arte. E, devido esta proximidade, Aragão reúne junto com os alunos do Colégio Olavo Bilac, uma galeria de arte composta por pinturas e esculturas, para ser montada no próprio colégio. “Isso acostuma a pessoa a viver com a arte”, salienta.
Autodidata e com uma formação clássica inspirada em Michelangelo, em 1961, Aragão começou a desenvolver técnicas originais em chapas de metal, latão, bronze, ferro e aço inox, por varias razões: uma obra de aço vive centenas de anos e é imune a chuva e sol, sendo de fácil conservação. Um exemplo é o Monumento ao Viajante, em Londrina, que tem mais de 20 anos e nunca foi lavado.
Quanto a exposição, que teve inicio no último dia 12, no Cine Teatro Pe. José Zanelli e intitulada como “Uma releitura do tarô”, Aragão faz uma releitura do Tarô de Marselha. De acordo com o artista plástico “há diversos tarôs, como o egípcio e o indiano. Porém, o de Marselha é o mais respeitado e antigo. Sua origem é desconhecida e algumas afirmações indicam que fora inspirado na Cabala. Mas, como dito anteriormente, sua verdadeira natureza é desconhecida. Sua introdução na Europa foi pelos ciganos e isso o tornou algo suspeito, devido os nômades não serem bem vistos na Europa. Um exemplo recente, foi o ocorrido na França, de onde foram expulsos”, lembra o artista plástico.
Criticado pela igreja cristã, sempre houve uma reserva sobre o tarô, devido sua vinculação ao misticismo. Porém, Aragão cita que o objetivo da releitura é trazer uma experiência lúdica, onde os convidados, cobertos por um capuz, tocam sete obras. Após isso, a tarôloga responderá a perguntas feitas pelo convidado. “O objetivo é lúdico e não místico. Tem haver com a magia do mundo e do universo, a morte e o diabo, a autoridade e outras coisas que não sabemos explicar e que representam arquétipos ligados ao inconsciente coletivo e principalmente a arte, atualmente distante do povo”, finaliza.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tribunal Arbitral surge como alternativa para driblar a lentidão da Justiça.

Mais de 90% da população brasileira acha que a Justiça do país é lenta na resolução dos conflitos. O índice foi constatado em uma pesquisa realizada pela escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. O estudo, realizado no primeiro trimestre deste ano em sete regiões metropolitanas, apenas confirma o que todo o mundo já está cansado de saber: um processo levado à Justiça comum demora anos para ser julgado, sem contar o tempo que demora quando as partes envolvidas recorrem à revisão da sentença em instâncias superiores.

O que pouca gente sabe é que existe uma maneira mais rápida de resolver ações que envolvam direitos patrimoniais. Trata-se da arbitragem, que é um meio privado de solução de conflitos sem a participação do Poder judiciário. As ações são julgadas por instituições arbitrais que designam profissionais com conhecimentos específicos como árbitros na causa que está sendo julgada. A decisão tem a mesma força e a mesma validade que a sentença de um juiz de direito e a grande diferença é que todo o processo é resolvido no máximo 180 dias. “Além da rapidez, a arbitragem tem como pontos positivos o custo, o sigilo e a segurança, além do nosso tribunal contar com 28 profissionais da mais diferenciadas áreas, como advogados, médicos, dentistas, engenheiros, contadores, imobiliaristas, mecânicos, entre outros”, destaca o advogado Aldo Spigarollo, responsável pelo Tribunal Brasileiro de Arbitragem e Mediação (TBAM), com sede em Londrina e com planos de instalar um escritório em Ibiporã.

O advogado explica que, conforme a ação, um destes profissionais pode atuar como árbitro. “Se for uma questão envolvendo uma ação de despejo, por exemplo, iremos designar um imobiliarista que tenha experiência na área”.Spigarollo destaca que enquanto na Justiça uma ação como esta costuma demorar um ano e meio, no Tribunal de Arbitragem ela é resolvida em 45 dias. “Neste mesmo prazo, são resolvidas questões de família ou separações litigiosas”, ressalta. As pessoas ou empresas envolvidas na ação tem cinco dias para se manifestar em relação ao impedimento justificado do árbitro sugerido pelo tribunal. “Isso, caso haja algum tipo de envolvimento do profissional com alguma das partes”, explica o advogado.

Ele ressalta que apenas ações que envolvam valores monetários podem ser julgadas pelo tribunal de arbitragem. “Uma separação matrimonial com divisão dos bens pode ser julgada por um árbitro. Já a separação comum que não envolva valores monetários não pode ser julgada”, esclarece. “Podemos julgar ainda pedidos de danos morais, acidentes de trânsito, causas de família, questões trabalhistas e empresariais. Tudo que envolve dinheiro”, enfatiza. O percentual cobrado depende dos valores da ação.

Para que a ação seja julgada por um árbitro, é necessário que as partes envolvidas estejam de comum acordo sobre a decisão. Spigarollo afirma que os juizes sempre encaminham os processos para um acordo e que são realizadas quantas sentenças sejam necessárias para a resolução dos conflitos. “Em quase 100% dos casos, as ações são resolvidas por meio de acordos”, revela. Após a decisão do juiz, não cabe recurso. “As partes podem até recorrer ao judiciário caso não seja cumprida a decisão do árbitro, mas nunca para que a sentença seja reavaliada”.

De acordo com ele, uma ação julgada pela arbitragem custa menos do que é cobrado pela Justiça comum. “Prevista por lei no Brasil desde 1996, a arbitragem já é muito utilizada no Japão, Estados Unidos e na Europa. Entre as razões está o fato de as ações correrem em total segredo de justiça”, avalia o advogado. Ele diz que o sigilo é extremamente importante em questões que envolvam partilha de bens em causas familiares e em situações em que haja empresas e marcas envolvidas.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Lambe lambe

Certamente ao andar pelo centro de Londrina, você deve ter se deparado com uma praça, entre as ruas Rio de Janeiro e São Paulo, é a mesma praça onde alguns “hippies” vendem artesanato. Pois bem, naquela praça, que se chama Praça da Bandeira, trabalham como fotógrafos alguns senhores, que são mais conhecidos como “lambe-lambe”.

Messias Bezerra, que trabalha como fotógrafo da praça, há mais de 30 anos, contou que atualmente o trabalho diminuiu, devido ao crescimento do número de pessoas que tiram fotos. Lembra que na época que começou a trabalhar os recursos eram poucos e que ganharam apelido de “lambe-lambe” por um fato curioso. É que antigamente para se revelar uma fotografia em um laboratório, era muito trabalhoso e o processo poderia custar caro, então os fotógrafos tiravam a fotografia e ela saia impressa em uma chapa de vidro, posteriormente, o profissional “lambia” o papel e o pressionava contra o vidro, após isso a imagem saia impressa no papel.

O sr. Messias também disse que antes de trabalhar como fotógrafo, trabalhou nas fazendas da região, pois sua família veio de Águas Belas, Pernambuco.

O trabalho do “lambe-lambe”, não se resume somente em tirar fotos de pessoas nas praças, mas também fotografam casamentos, fazem reportagens e participam até de Bienais de Fotografias. Messias disse que nos casamentos existe até um certo “glamour”, pois os noivos e os convidados gostam faz poses para que sejam tiradas as fotos e também, a revelação é instantânea. Para trabalham em um casamento, que dura em torno de cinco horas de trabalho, ganha em torno de R$300.00. Já nos casos das Bienais, que ocorre em Curitiba, todos os anos, a jornada de trabalho é de 4 horas por dia, e lá ganham a hospedagem, transporte, alimentação e mais R$50.00 por dia. Disse que o trabalho em uma Bienal é simples, tem que explicar, para visitantes e estudantes, como funciona a máquina e como trabalham. São 6 fotógrafos que trabalham na Bienal.

Apesar de parecer um trabalho arcaico, as máquinas tem muita resistência, apesar do tempo de uso. Usam o filme ASA 125, pois a das fotos são 3x4 e de cor preto e branco. A velocidade que a máquina é ajusta é de 50.

Messias disse que apesar de parecer um trabalho pouco qualificado e de pouco valor, eles estão sempre se aperfeiçoando e ensinando muitas coisas para quem queira ir lá “prosear” um pouco.

As Mulheres Guerreiras do CAIC

Com reunião pautadas na comunidade, ONG das Mulheres Guerreiras do CAIC, convoca a todos para discutir problemas e buscar soluções.

As Organizações não governamentais, as ONG´s, são associações organizadas da sociedade civil que desenvolvem ações em diferentes áreas, apoiando a população para modificar determinados aspectos da sociedade. Assim também pode ser definida uma nova ONG que está se constituindo em Ibiporã: A ONG das Mulheres Guerreiras do CAIC.

Com diversas reuniões feitas, a ONG aborda o que pode ser feito pela comunidade carente da Zona Sul, além de aspectos como estatuto e leis. “Nosso principal objetivo é transformar o CAIC na porta de entrada para a qualificação profissional da comunidade e posterior geração de renda para as mulheres, através de trabalhos como o artesanato, pintura em tecido, manicure, cozinheira e outros que contribuam para a formação”, afirma Leonir Aparecida Pedro, diretora do CAIC.

De acordo com a mesma, a idéia da ONG Mulheres Guerreiras do CAIC surgiu de iniciativas de moradoras, lideranças comunitárias e populares do Jardim Azaléia e Vila Esperança, que buscam no CAIC não apenas uma escola de qualidade para os filhos, mais algo maior, que ajude na organização popular e que também auxilie vizinhos carentes com dificuldades nas àreas da saúde e alimentação. A partir da cooperação e convocação da comunidade para reuniões, dezenas de mulheres se organizaram em núcleos participativos. Vendo o crescimento desta iniciativa, as mulheres se aglutinaram para formar a ONG.

“A ONG deseja gerar trabalho e renda para pessoas que estão com cinquenta anos ou mais. Dar oportunidade para que outras mulheres possam se capacitar e arrumar um local para comercializar o que será produzido no futuro. Isso inclusão e cidadania”, afirma.

Maiores informações sobre como participar da ONG Mulheres Guerreiras do CAIC podem ser obtidas com a porfessora Leonir no 31780255.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Alunas do CAIC se destacam no VI Festival Criar e trazem a medalha de 3º lugar para a comunidade.

Entusiasmadas pela conquista, alunas do CAIC vão montar outras apresentações.

Outubro foi um mês especial para as alunas do CAIC que participaram do VI Festival Criar, promovido pela APMFI (Associação de Proteção a Infância e Maternidade de Ibiporã) no Cine Teatro Padre José Zanelli. O evento reuniu alunos de diversas escolas municipais, estaduais, particulares e grupos independentes de dança, com o objetivo de estimular a criatividade e a sociabilização. O VI Festival Criar consistiu em apresentações de coreografias que visam estimular a criatividade, valorizar o trabalho em grupo e o desenvolvimento cultura.

O grupo Many Dance, composto pelas alunas Gabrielly Oliveira Costa, 14 anos, moradora do Kaluana e aluna da 8ª A; Kawany Oliveira Costa, 12 anos, moradora do Kaluana e aluna da 5ª série; Jéssica Aparecida Dumas Severino, 14 anos, aluna da 7ª A e moradora do Azaléia; Joice Aparecida Dumas, 12 anos, aluna da 6ª C e moradora do Azaléia; Francieli Correia dos Santos, 14 anos, aluna da 8ª série e moradora do Pedro Morelli; Gracieli Correia dos Santos, 14 anos, aluna da 7ª A e moradora do Pedro Morelli e; por Anatielli Breda Rodrigues, de 11 anos, aluna da 5ª C e moradora do Azaléia, surgiu através de uma iniciativa das próprias alunas, com o objetivo de representar a escola num evento de tamanha importância.

O Many Dance cita que apesar das dificuldades (principalmente financeira) e barreiras encontradas para montar o grupo, as alunas da 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries se esforçaram para alcançar seus objetivos. “Tudo que conseguimos, do figurino a ajuda para ensaiar, foi através do apoio de alguns professores, pais de alunos, voluntários, funcionários do CAIC”, lembra Jéssica.

Com orgulho e em coro, as estudantes citam que a coreografia foi desenvolvida por uma mãe e as roupas que compõe o figurino, com asas e detalhes em dourado, inspirados na borboleta, foram costuradas pela direção do CAIC. “Nossa determinação foi muito grande, desde a venda de rifas de uma cesta matinal, para obter venda na confecção das roupas aos ensaios”, afirma Gabrielly.

Com apresentações previstas para as comemorações de 62 anos de emancipação política de Ibiporã, na comunidade, no CAIC e nas comemorações de Natal, o Many Dance já prepara uma nova rifa para arrecadar fundos a fim de constituir um novo figurino. “Apesar do pouco apoio, começamos a nos organizar para mostrarmos que somos capazes. Além disso, dentro das escolas, existem muitos talentos, mas o que falta são oportunidades concretas de crescimento e valorização do ser humano perante a sociedade. A nós, cabe a valorização do nosso bairro e lutar pelas conquistas”, diz Gabrielly.

1º Concurso de Redação Jornal Nossa Terra e CAIC premiará melhores textos com celulares

Focado na reciclagem e o que podemos fazer para melhorar as condições climáticas e ambientais, o 1º Concurso de Redação promovido pelo Jornal Nossa Terra e CAIC, mostrou que todos somos capazes de mudar o meio ambiente, a natureza e o planeta através de simples ações que envolvem a conscientização e a prática da cidadania. De acordo com a diretora do CAIC, Leonir Aparecida Pedro, um concurso como estes estima e valoriza o aluno, ao mostrar que ele é capaz de fazer algo, desde que sejam dadas as oportunidades.

Ao todo, foram produzidas pelos alunos do CAIC, mais de 200 redações na categoria de 5ª a 8ª serie e desenhos das turmas de 1ª a 4ª série. Quanto à seleção dos melhores trabalhos ela ficou por conta das professoras de português das turmas, pela repórter da TV Rio Karen Krinchev, da coordenadora geral Lorena Lúcia Wilie, as professoras Francisca Benedita, Helena Cristina dos Reis Prandini, o professor de artes Luiz Henrique de Mello e da equipe do Nossa Terra. A entrega dos prêmios, que consiste em aparelhos celulares, doados gentilmente por comerciantes e pelo médico oftalmologista Rui Schimiti será para os primeiros colocados de cada categoria, e para os respectivos segundo e terceiro lugares serão dados brindes como cadernos e estojos. A entrega será agendada e feita pelo prefeito José Maria Ferreira aos seguintes alunos:

De 1ª a 4ª série:

1º - Jeniffer Amanda Aguiar (4ªC)
2º - Matheus Calssavar Ferreira Góes (3ªA)
3º - Evelyn Rodrigues da Silva (3ªA)

De 5ª a 8ª série:

1º - Larissa Stefany Marques (7ªA)
2º - Laisa Giovana Marques (6ªB)
3º - Roany Silva Souza (7ªA)

Confira as redações na íntegra:

A Reciclagem, por Larissa Stefany Marques

Conversando com minha avó sobre como era o meio ambiente na época de sua juventude, ela me disse que a qualidade de vida era muito melhor, pois a natureza era tratada com respeito. Não se ouvia falar em tantas doenças, poluições e tempestades. Ela usava recursos da própria natureza para alimentar e curar seus filhos de alguma doença. Hoje me dia nossa qualidade de vida piorou, pois a natureza está sendo exterminada e o respeito por ela acabou. A poluição que a cada dia aumenta, faz com que as pessoas adoeçam em com isso procurem consumir medicamentos em abundância. O consumismo, em geral, aumentou muito. As pessoas geram muito lixo orgânico e não orgânico e o jogam na natureza sem nenhum controle ou preocupação.

O lixo jogado na natureza provoca causa poluição, queimadas e devastação das nossas florestas, fazendo com que a natureza se revolte contra nós.

Precisamos ajudar a natureza a nos ajudar. Se todos os dias fizermos nossas obrigações de separar o lixo reciclável, o meio ambiente ficaria melhor. Isso seria o primeiro passo para fazer a diferença. Então vamos fazer a diferença. Dê esse primeiro passo para salvar o meio ambiente, não jogando lixo nas ruas, rios e etc. Vamos viver a vida mais saudável e mais consciente, porque todos juntos, fazemos uma só família e essa família é que vai salvar a natureza. Devemos criar consciência e não jogar lixo na rua e cuidar do planeta para as pessoas que virão no futuro. Se não cuidamos, todos vamos morrer.

Comecem agora a cuidar, porque depois não vai adiantar mais.


A reciclagem, por Jeniffer Amanda Aguiar

Precisamos reciclar para ter um mundo melhor. Existem as coletas de lixo para ajudar a diminuir os lixos das cidades. Se todos não tivessem onde jogar o lixo, as cidades se encheriam dele, começando a proliferação de insetos e animais, prejudicando a saúde de todos. Lixo na rua entope bueiros, faz transbordar rios, prejudicando os moradores. Por isso é importante reciclar e não jogar o lixo na rua. Para tanto, a coleta de lixo passa pelo menos duas vezes por semana.

Antes da coleta, o lixo deve ser separado em orgânico, renováveis e não renováveis. O orgânico são os restos de comida, que são transformados em adubo. Produto este que contém vitaminas, que ajudam as plantas a se desenvolverem melhor. Papel, plástico, vidro, metais, madeiras, lâmpadas, papelões, pneus, restos de construção civil são aproveitados ou reconstruídos novamente para se tornarem matéria prima. Os lixos não renováveis são os resíduos da saúde, óleos e agrotóxicos que não podem ser reaproveitados porque são tóxicos e prejudicam o meio ambiente, fazendo mal a saúde dos seres humanos e dos animais.

Por isso, devemos reciclar e não podemos jogar lixo em qualquer outro lugar a não ser na lata de lixo. Assim teremos uma vida melhor. Em todas as cidades, em todos os lugares há latas de lixo. Essas latas são o lugar certo que devemos jogar o lixo. Se queimarmos o lixo, a fumaça prejudicará o ar e no local onde ele foi queimado o solo ficará sem vitaminas. Então, respeite o meio ambiente, recicle e jogue o lixo no lixo.

É para o bem de todos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Atuante e engajado na saúde pública, o vereador João da Caixa participou ativamente do mutirão "Operação Casa Arrumada", nos Jardins Santa Paula e Joh

A "Operação Casa Arrumada" mobilizou secretários, diretores e funcionários da administração municipal, além de funcionários da prefeitura e principalmente da população, através de ações como limpeza dos terrenos baldios, varrição das ruas, limpeza de bueiros, coleta de lixo e entulho de todas as casas, panfletagem, recuperação e pintura de meios-fios, poda e substituição de árvores que fossem inadequadas. Um dos objetivos foi implementar uma ação efetiva a fim de combater o mosquito da dengue, além de deixar os bairros limpos. O vereador João da Caixa ressalta que a ação mostra a preocupação com a saúde pública de Ibiporã. “A dengue e as más condições sanitárias são problemas a serem enfrentados de frente e com urgência. Os trabalhos no Santa Paula, John Kennedy e Vila Esperança, caminham rapidamente e vão atingir todo o município, demonstrando que a união da população, junto ao Poder Público, tem por objetivo amenizar, e, porque não, erradicar várias dificuldades. Os vereadores são os representantes legais do povo junto ao Poder Público. Isso os credencia a fim de aprovar atitudes, recursos e participar de eventos junto com a comunidade. Temos que ser engajados, atuantes e solidários a todas as ações que favoreçam Ibiporã, para melhorar a qualidade de vida do nosso povo”, ressalta João da Caixa. O vereador, presença constante nas discussões de interesse público, afirmou ao Nossa Terra que este grande mutirão, feito em parceria da prefeitura com a população, é um exemplo de trabalho, importantíssimo. João da Caixa ainda ressaltou que “sem a ajuda da comunidade, nunca se chega ao sucesso para garantir o direito individual e coletivo”.

Se antes vista com preconceito, hoje a tatuagem tornou-se comum e representa idéias e sentimentos.

Foi o tempo que a tatuagem era vista de maneira preconceituosa. Hoje é comum e, até pessoas de mais idade as possuem, com os mais diferenciados desenhos. Ela tornou-se uma marca pessoal, atinge diversas faixas etárias, econômicas e sociais, demonstrando idéias, sentimentos e, porque não, o amor a família e amigos. Por ser uma profissão diferente, o empresário e tatuador Jhonatan Ribeiro Barboza, lembra que foi difícil conseguir espaço devido o preconceito, mas hoje, aos 26 anos e há sete como tatuador, conquistou espaço e a confiança dos clientes. Jhonatan, residente há 18 anos em Ibiporã, constituiu família, junto a Tatiana Carine da Costa, tendo como filho Gabriel da Costa, de quatro anos. O tatuador cita que a profissão necessita de constante aperfeiçoamento e por isso realizou cursos de tatuagens, dermo pigmentação, body piercing e henna. “O tatuador vive da arte e exerce a criatividade com o seu trabalho. Muitos procuram o tatuador pelo valor cobrado e não pela qualidade da obra oferecida. Optar pelo menor preço aumenta a chance da insatisfação”, ressalta. Jhonatan diz que os interessados ou curiosos, acerca das tatuagens, devem estar ciente da demora, por existir uma série de cuidados nos procedimentos, para não haver insatisfações futuras. Outra dica legal é solicitar o portfólio do tatuador. Com a expectativa do crescimento profissional da arte corporal e seu reconhecimento, Jhonatan convida a todos para conhecer o Studio Fish Tattoo, localizado na Avenida Souza Naves, 82, sala dois, na sobreloja.

A Psicanálise

A Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psicologia desenvolvido por Sigmund Freud, que propõe à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente. Ela abrange o método de investigação da mente e seu funcionamento; o sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano; e o método de tratamento psicoterapêutico. A psicanálise influenciou muitas correntes de pensamento e disciplinas das ciências humanas, gerando uma base teórica para uma forma de compreensão da ética, da moralidade e da cultura humana. Entretanto, é impossível uma abordagem mais ampla, antes de descrever seu criador: Sigmund Freud.

Sigismund Schlomo Freud, ou Sigmund Freud, nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg, na época pertencente ao Império Austríaco, atualmente região denominada Příbor, na República Tcheca. Ele morreu em 23 de setembro de 1939 e foi um médico médico neurologista austríaco e judeu. Aos quatro anos de idade sua família transferiu-se para Viena por problemas financeiros. Morou lá até 1938, quando, com a vinda do nazismo, refugiou-se na Inglaterra. Era excelente aluno, porém, por ser judeu, só poderia escolher entre os cursos de Direito ou Medicina, optando por este último. Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruíra seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1907. Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones (seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto. Em 14 de Setembro de 1886, em Hamburgo, Freud casou-se com Martha Bernays e tiveram seis filhos. Um deles, Martin Freud, escreveu uma memória intitulada Freud: Homem e Pai, na qual descreve o pai como um homem que trabalhava extremamente, por longas horas, mas que adorava ficar com suas crianças durante as férias de verão. Porém, por toda vida, Freud teve problemas financeiros e Josef Breuer foi um aliado do médico em suas idéias e também na área financeira. Quanto aos estudos, Freud inicia-se na universidade aos 17 anos, os quais tomam-lhe inesperadamente bastante tempo até a graduação, em 1881. Registros de amigos que o conheciam naquela época, assim como informações nas próprias cartas escritas por Freud, sugerem que ele foi menos diligente nos estudos de medicina do que devia ter sido. Em lugar dos estudos, atinha-se à pesquisa científica, inicialmente pelos estudos dos órgãos sexuais de enguias (um estranho, mas interessante presságio das teorias psicanalíticas que estariam por vir vinte anos mais tarde). De acordo com os registros, Freud completa tal estudo satisfatoriamente, mas sem distinção especial. Em 1877, desapontado com os resultados e talvez menos excitado em enfrentar mais dissecações de enguias, Freud vai ao laboratório de Ernest Brücke, que se torna seu principal modelo de ciência. Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da Fisiologia. O interesse de Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas funções. Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da anatomia e da histologia do cérebro humano. Durante os estudos, identifica várias semelhanças entre a estrutura cerebral humana e a de répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos sobre outras espécies.

Nesta época, Freud conhece Martha Bernays, e parece ter sido amor à primeira vista. O seu desejo de desposar Martha, o baixo salário e as poucas perspectivas de carreira na pesquisa científica, o fazem abandonar o laboratório e a começar a trabalhar no Hospital Geral, o principal hospital de Viena, passando por vários departamentos do mesmo. O próprio Brücke aconselha-o a mudar, apesar de seu bom desempenho e com razão, já que Freud precisava ganhar dinheiro. No hospital, depois de algumas desilusões com o estudo dos efeitos terapêuticos da cocaína, inclusive com um episódio de morte por overdose de um amigo da época do laboratório de Brücke, Freud recebe uma licença e viaja para a França, onde trabalha com Charcot, um respeitável psiquiatra do hospital psiquiátrico Saltpêtrière, que estudava a histeria. De volta ao Hospital Geral e entusiasmado pelos estudos de Charcot, Freud passa a atender, na maior parte, jovens senhoras judias que sofriam de um conjunto de sintomas aparentemente neurológicos que compreendiam paralisia, cegueira parcial, alucinações, perda de controle motor e que não podiam ser diagnosticados com exames. O tratamento mais eficaz para tal doença incluía, na época, massagem, terapia de repouso e hipnose. Apenas em Setembro de 1886, Freud casa-se com Martha Bernays, com a ajuda financeira de alguns amigos mais abastados, dentre eles Josef Breuer, um colega mais velho da faculdade de medicina. Foi com as discussões de casos clínicos com Breuer que surgiram as idéias que culminaram com a publicação dos primeiros artigos sobre a psicanálise. O primeiro caso clínico relatado deve-se a Breuer e descreve o tratamento dado a uma paciente (Bertha Pappenheim, chamada de "Anna O." no livro), que demonstrava vários sintomas clássicos de histeria. O método de tratamento consistia na chamada "cura pela fala" ou "cura catártica", na qual a paciente discute sobre suas associações com cada sintoma e, com isso, os faz desaparecer. Esta técnica tornou-se o centro das técnicas de Freud, que também acreditava que as memórias ocultas ou "reprimidas" nas quais se baseavam os sintomas de histeria eram sempre de natureza sexual. Breuer não concordava com Freud neste último ponto, o que levou à separação entre eles logo após a publicação dos casos clínicos. Inicialmente, a classe médica em geral marginalizou as idéias de Freud. Seu único confidente durante esta época é o médico Wilhelm Fliess. Depois que o pai de Freud falece, em outubro de 1896, segundo as cartas recebidas por Fliess, Freud, naquele período, dedica-se a anotar e analisar seus próprios sonhos, remetendo-os à sua própria infância e, no processo, determinando as raízes de suas próprias neuroses. Tais anotações tornam-se a fonte para a obra A Interpretação dos Sonhos. Durante o curso desta auto-análise, Freud chega à conclusão de que seus próprios problemas eram devidos a uma atração por sua mãe e a uma hostilidade ao seu pai. É o famoso "complexo de Édipo", que se torna o coração da teoria de Freud sobre a origem da neurose em todos os seus pacientes. Nos primeiros anos do século XX, são publicadas as obras A Interpretação dos Sonhos” e A Psicopatologia da Vida Cotidiana”. Nesta época, Freud já não mantinha mais contato com Breuer e Fliess. E, no início, as tiragens das obras não o animavam, mas logo médicos, como Eugen Bleuler, Carl Jung, Karl Abrahams, Ernest Jones e Sandor Ferenczi, mostram respaldo às suas idéias e passam a compor o Movimento Psicanalítico. Freud morre de cancro na mandíbula aos 83 anos de idade, antes de passar por trinta e três cirurgias. Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina. Ele sentia muita dor e, segundo a história contada, teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento, o que seria eutanásia.

O consciente

A consciência é uma qualidade da mente, que abranger qualificações como subjetividade, autoconsciência, sapiência e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, psicologia, neurologia, e ciência cognitiva. Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita e; consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência. Na psicanálise, consciência é uma qualidade psíquica que pertence à esfera da psique humana. Diz-se também que é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte.

Função mental de perscrutar o mundo, a consciência é considerada a faculdade de segundo momento, onde ninguém pode ter consciência de alguma coisa (objeto, processo ou situação) no primeiro contato com essa coisa. No máximo, se pode referenciá-la com algum registro próximo, o que permite afirmar que a coisa é parecida com essa ou com aquela outra coisa, de domínio, sendo ela, provavelmente, a estrutura mais complexa que se pode imaginar atualmente.

Na obra “A mente humana”, a consciência é instanciada, tecnicamente, em sete camadas: do nível zero, factual (onde as coisas acontecem), até uma atividade ômega, dois pontos acima do nível que experimentamos hoje (consciência padrão); aquele estado conhecedor que conhece, e que seria alcançado apenas pelo ser humano.

António Damásio, em O Mistério da consciência”, divide a consciência em dois tipos: consciência central e consciência ampliada. Inspirados na tese damasiana, entende-se que a faculdade em pauta é constituída com uma espécie de anatomia, que pode ser dividida, didaticamente, em três partes:

Dimensão fonte: onde as coisas acontecem de fato, o aqui agora;

Dimensão processual: amplitude de sistema que abriga expectativas, perspectivas, planos e qualquer registros mental em aberto;

Dimensão ampla: região de sistema que, sem ser um dispositivo de memória, alberga os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na existência.

Além da anatomia de constituição, listada acima, a consciência humana também guarda alguns estados:

Condições de consciência (vigília normal, vigília alterada e sono com sonhos), modos de consciência (passivo, ativo e ausente) e focos de consciência (central, periférico e distante).

Há outras definições de consciência, que remetem ao sentido moral, habilidades, capacidade, intuição ou julgamento do intelecto que distingue o certo do errado. Juízos morais desse tipo podem refletir valores ou normas sociais (princípios e regras). Entretanto, é valido afirmar que uma vez recusada a identificação do psiquismo com o consciente, restava a Freud investigar em que condições precisas o psiquismo vem a adquirir essa propriedade de ser consciente. A questão podia ser formulada então em dois terrenos. Seja um terreno reflexivo, numa determinação conceitual mais ou menos tributária da tradição; seja a partir do saber acumulado pela psicanálise. O primeiro desses pontos de vista é demonstrado na época da correspondência com Fliess, quando Freud recorre a Lipps. De fato, no tempo do “Projeto para uma psicologia científica”, Freud se distanciará de Lipps na medida em que falará de deslocamentos de energia psíquica ao longo de certas vias associativas e da persistência de traços quase indeléveis.

Considerando o consciente, pré-consciente e inconsciente, cuja significação não é mais puramente descritiva, vamos admitir que o pré-consciente esteja mais próximo do consciente que o inconsciente e, o latente ao pré-consciente. Do primeiro ponto de vista, “a consciência constitui a camada superficial do aparelho psíquico”. Em outras palavras, escreve Freud em “O eu e o isso”:

“Vemos na consciência uma função que atribuímos a um sistema que, do ponto de vista espacial, é o mais próximo do mundo externo. Essa proximidade espacial deve ser entendida não apenas no sentido funcional, mas também no sentido anatômico. Assim também nossas pesquisas devem, por sua vez, tomar como ponto de partida essas superfícies que correspondem às percepções”. A própria análise do “tornar-se consciente” tira partido dessa referência à percepção: “Eu já havia formulado em outro lugar a opinião de que a diferença real entre uma representação inconsciente e uma representação pré-consciente (idéia) consistiria em que a primeira se refere a materiais que permanecem desconhecidos, ao passo que a última (a pré-consciente) estaria associada a uma representação verbal. Esta será a primeira tentativa de caracterizar o inconsciente e o pré-consciente sem recorrer às suas relações com a consciência”.