O técnico agrícola
João Amaral Viana (57) construiu a vida em Jataizinho trabalhando no EMATER.
Foi o emprego que lhe concedeu o apelido de João da Carpa. De inicio todos
imaginam ser devido o peixe carpa. No entanto se refere ao fato do EMATER na
época se chamar ACARPA (Associação de Crédito e
Assistência Rural do Paraná) e gerar um homônimo homógrafo,
ou seja, a mesma grafia e sentido diferente. João saiu de Águas Formosas
(MG) para cursar Técnico Agrícola em Paraguaçu Paulista. Na época (1981) o
Governo do Paraná abriu concurso e mandou inscrições aos interessados. Ele
tinha 21 anos e prestou o certame em Curitiba, disputando 40 vagas com 600
candidatos. Dedicado aos estudos em Pró Várzeas, que é a drenagem do solo a fim
de plantar arroz, ele passou nas provas e veio para Jataizinho. Casado em 1987
com Maria Aparecida Rossi Viana e pai de Gabriela e Tais Rossi Viana, o técnico
agrícola diz que no inicio foi difícil sair da terra natal para assumir o
cargo.
A especialização em Pró Várzeas
possibilitou o trabalho nas plantações de arroz em Jataizinho e na região de
Cornélio Procópio devido poucos ter esta formação. “O Pró Várzea consiste em
drenar várzeas e encostas de morros com retro escavadeira e esperar a secagem.
Após isto tratores e moto niveladores acertam o terreno. As minas são desviadas
para rios e após isto se inicia o plantio”, cita. Neste período ele fez
projetos relacionados à conservação de solo e readequação das estradas rurais,
onde o Governo do Paraná, em diversos mandatos como do ex-prefeito Humberto
Chamilete, fornecia combustível para as máquinas. “A readequação de 90 estradas
rurais eliminou acidentes com tratores, algo que ceifou muitas vidas.
Agricultores e motoristas que trafegavam a noite não viam os barrancos e ali
caiam”, lamenta. Outro projeto foi o manejo de pragas como o bicudo no algodão e
a lagarta da maça. “Dizem que o bicudo acabou com o algodão. Mas na verdade foi
à carência da mão de obra”. O técnico agrícola também se dedicou a adubação
verde com o plantio de aveia e tremoço, que se incorporam ao solo e produzem
matéria orgânica e cobertura morta através da compactação. Concomitante a isto
foi desenvolvido o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que comprava a
produção da agricultura familiar e destinava a merenda escolar.
Nestes 35 anos de EMATER, ele afirma
que a agricultura se estabeleceu como a principal economia do município, mas
que perdeu em relação à quantidade de aviários. Apesar de ser automatizada no comedouro
e bebedouro, ainda depende da mão de obra para cuidar dos animais. Quanto ao
milho e a soja, elas são produzidas na pequena e grande propriedade, mas ele observa
que se deve diversificar para o agricultor não depender apenas de uma cultura,
além de ter ganhos semanais e mensais com a olericultura (alface, tomate,
quiabo, jiló e demais). Situações adversas de chuva, calor, geadas e frio
prejudicam a plantação. “Estamos perto do Ceasa, um excelente canal de vendas. Existe
a “pedra”, onde se comercializa juntos a demais comerciantes ou direto com mercados
e quitandas”, cita.
Para 2017, o técnico agrícola afirma
que a EMATER trabalhará no manejo de pragas e na micro bacia do Tigrinho com manejo
e conservação de solo, além da diversificação agrícola por financiamento bancário.
Outro projeto a ser estudado é Programa de Aquisição de Alimentos, que
beneficia as escolas ao fornecer merenda de qualidade e o agricultor, que
recebe em dia e vende por um preço justo.
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