quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Poesia Paranaense, por Aldo Moraes.

   A literatura é uma das forças culturais do Paraná, o estado tem nomes reconhecidos nacionalmente e traz a marca da diversidade dos povos que formam nossa história na capital, cidades médias e interior rural. Dentro da literatura, o artigo destaca nomes voltados à poesia como Paulo Leminski (1944-1989), curitibano poliglota e parceiro de canções com Caetano Veloso e Guilherme Arantes.
   A poesia pode ser técnica, emocional, filosófica e social, porque em muitos momentos da vida brasileira foi ela quem denunciou os absurdos da política. Nesse caso, como dizia Leminski, não é a poesia quem deve se explicar diante da vida. Mas é a vida quem deve uma explicação à poesia!

Deus dá a todos uma estrela
Uns fazem dela um sol
Outros nem conseguem vê-la


   Estes versos são da professora Helena Kolody, que se tornou referência no Brasil ao abordar a vida com doçura e reflexão. Curitiba ainda nos deu nomes como Alice Ruiz, Emílio de Menezes, Marcos Prado e Wilson Bueno.
   Em nossa região, autores vão se consolidando desde os anos 70 e a cada geração, a força dos nossos poetas vai deixando marcas na literatura nacional. É o caso de Domingos Pellegrini (romancista e diversas vezes premiado), Rodrigo Garcia Lopes (tradutor), Mário Bortolotto (dramaturgo), Alexandre Horner, Augusto Silva, Hermann Schmitz, Edra Moraes, Karen Debertólis e Marcos Losnak, todos londrinenses e com trabalhos de grande qualidade.
   Vagner Xavier e Camila Gomes são dois jovens poetas com premiações acumuladas em concursos nacionais e Europa. Esta renovação permanente e espontânea mostra o vigor da literatura do interior do Paraná.
   Em Cambé, temos o dramaturgo e poeta Valdir Rodrigues, Ronilson Rony, Gerdião César e Joaquim Poeta, cujos poemas são divulgados em todo o Brasil e recebem muitos elogios. Isso mostra a vocação paranaense e a grande qualidade para a produção poética.

O céu escuro, sem brilho e nem cor, derramava sobre mim a triste e dolorosa vida.
Um olhar mais atento, um raio que surgiu das nuvens, caiu em minha direção, e foi quando vi duas asas, brancas e puras, e deliciosas... (Valdir Rodrigues)


   Ibiporã tem um importante movimento cultural e a literatura também é prestigiada. Mauricio Leonardo, por exemplo, além de poeta é o grande incentivador da Academia de Letras da cidade. Marilza Ribeiro e o poeta ambiental Ataide Vieira se destacam na identidade com as coisas de Ibiporã.
   Miguel Sanches Neto nasceu em Bela Vista do Paraíso e é um nome de renovação da poesia brasileira. Um de seus livros mais saudados é “Venho de um país obscuro”. Como ele, a maioria dos nossos escritores mescla temas universais com as lembranças da infância e da terra onde nasceram. Assim, as ruas de Curitiba, Ibiporã, Cascavel, Cambé, Londrina, Foz e Ponta Grossa são conhecidas de leitores em todo o mundo por causa de nossos poetas.

Habitar a sombra sem janelas de sol.
Residente e domiciliado no impreciso, no intervalo,
na entrelinha, no avesso, o poeta não dispõe de endereço.
Procurado no último domicílio conhecido,
só encontrarão palavras. (Miguel Sanches Neto)


   O litoral possui representantes de Morretes e Paranaguá, que se enquadram no Movimento Simbolista. Da primeira cidade saiu Silveira Neto, com temas relacionados à família. De Paranaguá veio Nestor Vitor, com poesias, contos e romances, além de divulgar a literatura francesa.

Criança que ora Criança que canta
Criança que ama Criança que a noite adormece
Sou uma criança, Canto, oro e obedeço... (Camila Gomes)


   Merece citação e aplausos que um jornal como o Nossa Terra abra espaço para a cultura, onde podemos dialogar sobre a poesia que está tão perto de nós. Este feito do jornal é inovador e aponta para o futuro promissor da imprensa que conversa com sua comunidade.

Um comentário:

POETA AMBIENTAL disse...

Orgulho de ser Paranaense !!!