Quanto à teoria psicanalítica do recalque, Freud afirma que ela é um mecanismo defensiva fundamental do ego. Ele considerou o recalque como a reação normal do ego infantil, cuja capacidade integradora é muito limitada. O recalque consiste na exclusão dos impulsos e suas representações ideacionais do consciente. Ocorre sempre que um desejo, impulso, ou idéia, ao se tornar consciente, provoca um conflito insuportável, resultando
O fato de ser inconsciente poupa a personalidade consciente de um conflito penoso. A totalidade do ato transcorre fora do consciente. A rejeição é automática. Se assim não fosse, o conteúdo mental inaceitável não poderia permanecer inconsciente. É uma inibição reflexiva que segue os princípios dos reflexos condicionados. É evidente que tais inibições inconscientes pressupõem uma percepção inconsciente interna, que leva ao reflexo de inibição automático.
O recalque é sempre exagerado e envolve tendências que o ego consciente não rejeitaria, se elas se tornassem conscientes. Essa função inibitória, automática e excessivamente severa é uma das causas mais gerais das perturbações psiconeuróticas.
Muitos sintomas psiconeuróticos são resultados de tensões insuportáveis provocadas por um recalque exagerado. O estudo psicanalítico das neuroses e psicoses mostrou que as forças psicológicas recalcadas não deixam de existir. O ego deve tomar medidas defensivas contra elas, medidas que lhe esgotam os recursos dinâmicos e torna-o menos capaz de exercer sua função adaptadora de perceber a realidade externa. Perde, especialmente, a energia excedente que é a fonte das atividades criadoras, tanto sexuais como sociais.
No recalque ocorre uma supressão de parte da realidade, ou seja, o indivíduo “não vê” ou “não ouve” o que está acontecendo.
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