sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mas o espetáculo, ali, são o rio Li, que passa silenciosamente por uma zona de montanhas de calcário coberta de vegetação, e uma interminável caverna cheia de estalagmites e estalactites. No passeio noturno pelo rio será exibida aos turistas atrações divertidas e cruéis. A divertida são clones de uma dezena de pontes famosas do mundo, como a Golden Gate (São Francisco) e a Pont Neuf (Paris), todas iluminadas no estilo Vegas. E há também uma ponte inteiramente de cristal, a única do mundo, segundo os chineses. A face cruel surge num pequeno barco onde um chinês mantém cinco cormorões, uma espécie de pato, amarrados em uma corda. Certamente famintas, as aves são lançadas na água e voltam com um peixe entalado no pescoço. Elas tentam engolir a presa, mas não conseguem porque têm um laço apertado na base do pescoço que impede a passagem do peixe. Então, o chinês, num golpe rápido, espreme o pescoço da ave, que vomita o peixe em um cesto. Crueldade? Não, responde o guia. "No fim da pescaria, o pato ganha vários peixes".

Os chineses não parecem nada afetuosos com os animais. Debaixo de um calor de quase 40 graus, o mercado de Qingping, em Guangzhou (Cantão), no sul do país, expõe gaiolas com animais vivos para o abate, cachorros, gatos, macacos e tartarugas. Já foi pior. Havia muito mais animais vivos antes da gripe aviária que vitimou milhares de pessoas em 2002. Agora, em sacos, caixas, baldes e bacias há mais bichos secos, como cobras, escorpiões, sapos, morcegos, cavalos marinhos e muitos outros estranhos e irreconhecíveis para ocidentais. Esses animais secos são vendidos para fins medicinais, junto com uma enorme variedade de grãos, raízes, farelos e folhas.

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