quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Lar Pe. Leone: mais de 50 anos de dedicação aos pobres

Muitos não sabem, mas há em Ibiporã um asilo dedicado a cuidar de pobres e idosos. É o Lar Padre Leone. Uma das administradoras é a irmã Isabel Cristina dos Santos, natural de Sergipe e que está no lar há três anos. “O Lar Padre Leone atende os necessitados, pessoasabandonadas pelas ruas, enfermos e idosos. Os idosossão oriundos de famílias sem condições de sustenta-los e mantê-los por conta da saúde precária. Em todos os casos é feita uma avaliação social para entrar no asilo e quando surgem vagas, a prioridade é ao idoso de Ibiporã. Atualmente são atendidas 82 pessoas, mas a capacidade é para 85”, afirma a irmã.
De origem filantrópica, o lar é mantido pela população, poder público, órgãos da sociedade e igreja católica. A aposentadoria dos assistidos entra como forma de ajuda. “O valor da aposentadoria não é capaz de cobrir serviços prestados aos idosos. Por isto, recebemos ajuda externa”, declara. Entre os cuidados elencados estão banhos diários, alimentação e vestuário. A presença de médicos é constante, devido à parceria com a Secretaria de Saúde, que disponibiliza uma médica todas as sextas feiras, na parte da tarde. “Ela conhece todos pelo nome. Mesmo fora do horário de trabalho ela liga para saber a situação de determinado idoso. A prefeitura também cedeu um fisioterapeuta, que vem aqui todos os dias”, ressalta.
Um fato triste relatado pela irmã Isabel Cristina é que muitos idosos não têm família, pois são oriundos das ruas, eram drogados ou prostitutas. “Quando se entra no lar, não vemos o passado da pessoa, mas sim que todos são filhos de Deus. Vamos o receber com carinho e amor. Tem-se a visão que nos asilos se maltratam idosos. Mas aqui é diferente. Buscamos suprir o amor que não tiveram em casa. Muitas vezes é a pessoa que abandona a família e vai para a rua. Muitos não querem voltar para casa e o serviço social da instituição conhece cada história de vida aqui dentro”, diz a irmã.
            Com atividades diárias, há pessoas que estudam na APAE e outros vão ao Centro de Convivência de Idosos. Alguns são acompanhados pelo CAPS, além haver terço, aulas de pintura, bingo, catequese, missa, coral, danças, cantorias, tabuada e adivinhações, todas elas, trazendo estima aos idosos.
Para a irmã Isabel Cristina, é gratificante prestar o trabalho junto ao asilo. “Devemos amar uns aos outros e aos irmãos necessitados. A missão do lar é a prática do evangelho de Jesus Cristo, onde devemos ajudar a quem precisa”, finaliza.


Você sabe quem foi Padre Leone?

Na década de 50, um grupo liderado pelo vigário Leone Gervazo, notou que havia pobres, sem tetos, andarilhos e desamparados que perambulavam pelas ruas de Ibiporã. Padre Leone, que tinha um carinho especial por essas pessoas, começou a atendê-las e a ajudá-las. Isso foi no ano de 1954. Com essa boa vontade, pensou-se em criar um asilo para abrigá-las. Assim nascia a 1ª Conferência Vicentina, integrante do núcleo São Vicente de Paulo, que tinha como membro o colonizador e loteador de terras Francisco Gutierrez Beltrão. Ele doou um terreno de oito mil e quatrocentos metros quadrados para a construção de casas de madeira para alojar idosos e andarilhos. Na época da construção, em 1º de maio de 1955, foram levantadas oito casas, sendo que uma está preservada até os dias atuais. Notando a sensibilidade do povo ibiporãense, Pe. Leone e os membros da conferência iniciaram campanhas para angariar fundos e expandir a construção. O padre e os vicentinos iam às fazendas de café conversar com os fazendeiros. Havia doações em dinheiro e em café.
Com o esforço da comunidade, em 1972 começava a construção da 1ª ala do asilo, que pôde atender a vinte pessoas. Foi uma grande festa que reuniu centenas de participantes, autoridades e o Bispo de Londrina, Dom Geraldo Fernandes. Não se passaram muitos meses e em 1973, dava-se início a construção da 2ª ala, aumentando para 25, o número de vagas.
O trabalho, disponibilidade e a dedicação dos voluntários era tão grande, que chamou a atenção da Congregação Servas da Caridade, que se prestou a administrar o lar, em 1975, através de três irmãs que vieram da Itália.
Hoje, o lar conta com três alas, refeitório, cozinha e capela. Ao todo são servidas seis refeições e o quadro funcional conta com mais vinte colaboradores na área administrativa, de serviços gerais e enfermagem.
Os interessados em ajudar ou conhecer o lar, podem se dirigir a Rua São Vicente de Paulo, 588, na Vila Semprebom ou ligar para o 32581400.



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