Muitos não sabem, mas há em
Ibiporã um asilo dedicado a cuidar de pobres e idosos. É o Lar Padre Leone. Uma
das administradoras é a irmã
Isabel Cristina dos Santos, natural de Sergipe e que está no lar há três anos.
“O Lar Padre Leone atende os necessitados, pessoasabandonadas pelas ruas,
enfermos e idosos. Os idosossão oriundos de famílias sem condições de sustenta-los
e mantê-los por conta da saúde precária. Em todos os casos é feita uma avaliação
social para entrar no asilo e quando surgem vagas, a prioridade é ao idoso de
Ibiporã. Atualmente são atendidas 82 pessoas, mas a capacidade é para 85”,
afirma a irmã.
De origem
filantrópica, o lar é mantido pela população, poder público, órgãos da
sociedade e igreja católica. A aposentadoria dos assistidos entra como forma de
ajuda. “O valor da aposentadoria não é capaz de cobrir serviços prestados aos
idosos. Por isto, recebemos ajuda externa”, declara. Entre os cuidados elencados
estão banhos diários, alimentação e vestuário. A presença de médicos é
constante, devido à parceria com a Secretaria de Saúde, que disponibiliza uma
médica todas as sextas feiras, na parte da tarde. “Ela conhece todos pelo nome.
Mesmo fora do horário de trabalho ela liga para saber a situação de determinado
idoso. A prefeitura também cedeu um fisioterapeuta, que vem aqui todos os
dias”, ressalta.
Um fato triste
relatado pela irmã Isabel Cristina é que muitos idosos não têm família, pois
são oriundos das ruas, eram drogados ou prostitutas. “Quando se entra no lar,
não vemos o passado da pessoa, mas sim que todos são filhos de Deus. Vamos o
receber com carinho e amor. Tem-se a visão que nos asilos se maltratam idosos.
Mas aqui é diferente. Buscamos suprir o amor que não tiveram em casa. Muitas
vezes é a pessoa que abandona a família e vai para a rua. Muitos não querem
voltar para casa e o serviço social da instituição conhece cada história de
vida aqui dentro”, diz a irmã.
Com atividades diárias, há pessoas
que estudam na APAE e outros vão ao Centro de Convivência de Idosos. Alguns são
acompanhados pelo CAPS, além haver terço, aulas de pintura, bingo, catequese,
missa, coral, danças, cantorias, tabuada e adivinhações, todas elas, trazendo estima
aos idosos.
Para a
irmã Isabel Cristina, é gratificante prestar o trabalho junto ao asilo. “Devemos
amar uns aos outros e aos irmãos necessitados. A missão do lar é a prática do
evangelho de Jesus Cristo, onde devemos ajudar a quem precisa”, finaliza.
Você sabe quem foi
Padre Leone?
Na década de 50, um grupo
liderado pelo vigário Leone Gervazo, notou que havia pobres, sem tetos,
andarilhos e desamparados que perambulavam pelas ruas de Ibiporã. Padre Leone,
que tinha um carinho especial por essas pessoas, começou a atendê-las e a
ajudá-las. Isso foi no ano de 1954. Com essa boa vontade, pensou-se em criar um
asilo para abrigá-las. Assim nascia a 1ª Conferência Vicentina, integrante do
núcleo São Vicente de Paulo, que tinha como membro o colonizador e loteador de
terras Francisco Gutierrez Beltrão. Ele doou um terreno de oito mil e
quatrocentos metros quadrados para a construção de casas de madeira para alojar
idosos e andarilhos. Na época da construção, em 1º de maio de 1955, foram
levantadas oito casas, sendo que uma está preservada até os dias atuais.
Notando a sensibilidade do povo ibiporãense, Pe. Leone e os membros da
conferência iniciaram campanhas para angariar fundos e expandir a construção. O
padre e os vicentinos iam às fazendas de café conversar com os fazendeiros.
Havia doações em dinheiro e em café.
Com o esforço da comunidade, em
1972 começava a construção da 1ª ala do asilo, que pôde atender a vinte
pessoas. Foi uma grande festa que reuniu centenas de participantes, autoridades
e o Bispo de Londrina, Dom Geraldo Fernandes. Não se passaram muitos meses e em
1973, dava-se início a construção da 2ª ala, aumentando para 25, o número de
vagas.
O trabalho, disponibilidade e a dedicação dos voluntários era tão grande, que chamou a atenção da Congregação Servas da Caridade, que se prestou a administrar o lar, em 1975, através de três irmãs que vieram da Itália.
O trabalho, disponibilidade e a dedicação dos voluntários era tão grande, que chamou a atenção da Congregação Servas da Caridade, que se prestou a administrar o lar, em 1975, através de três irmãs que vieram da Itália.
Hoje, o lar conta com três alas,
refeitório, cozinha e capela. Ao todo são servidas seis refeições e o quadro
funcional conta com mais vinte colaboradores na área administrativa, de
serviços gerais e enfermagem.
Os interessados em ajudar ou
conhecer o lar, podem se dirigir a Rua São Vicente de Paulo, 588, na Vila
Semprebom ou ligar para o 32581400.
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