quinta-feira, 5 de março de 2015

Do analógico ao digital: fotógrafo Santino de Oliveira sobreviveu no mercado de trabalho ao se adaptar as novas tecnologias.


A vida não foi fácil para Santino Florêncio Alves de Oliveira, proprietário do Foto Santo Antônio. Aos 67 anos e estabilizado comercialmente, ele veio de Pernambuco, de Belém de Maria, para trabalhar como jardineiro em Maringá. Com dois anos e oito meses no Paraná se qualificou na área de frigoríficos e veio para Jataizinho laborar no Frigorífico Tibagi, onde o proprietário era José Augusto Sella. Após 11 anos e sabendo fotografar, montou o Foto Santo Antonio, que funciona há 37 anos. “Tinha um amigo que vendia binóculos com uma fotografia dentro. Ele me incentivou a comprar a máquina fotográfica e aprender o ofício. Na época tinha 20 anos e não sabia manusear o equipamento. Devido a isto, as fotografias saiam cortadas, escuras ou viradas ao contrário, ocasionando a inutilização do material de revelação, além de filmes e papel. No entanto, erros fazem parte do aprendizado e nesta caminhada muitos me incentivaram e ensinaram, como José Pessoa, hoje morador de Ibiporã”, recorda.

Trabalhando com os filhos e dono de um moderno aparato tecnologico, que envolve máquinas digitais, computadores e programas atuais, Santino de Oliveira teve que se adaptar ao mercado para sobreviver. “Alguns jovem não sabem que as fotos antigas passavam por um processo quimico de revelação, com o uso de químicas, filme negativo e papel, tudo num quarto escuro. No processo quimico a revelação do negativo dura cinco minutos. A revelação no papel é de dois minutos por foto. O processo é diferente das digitais, que podem ser impressas imediatamente. Ainda tenho equipamentos de revelação guardados, como o ampliador. Mas hoje são obsoletos”, declara

Outro fotógrafo que ajudou Santino de Oliveira foi Antônio Takashita, de Urai e que foi repórter da Folha de São Paulo durante 35 anos. “Até 1978 as fotos eram preto e branco e eu mesmo as revelava. A partir deste ano chegaram as fotos coloridas, que eram reveladas em Londrina. Com a chegada das máquinas digitais houve melhora na qualidade e rapidez”, pontua.

Mesmo aos 67 anos, ele conhece o funcionamento das máquinas analógicas e digitais, além de usar programas de edição no computador. “A máquina digital tira excelentes fotos para fins variados, como documento, aniversário e casamento. Esta última são as preferidas devido o glamour. Com o programa de computador manipulamos imagens e colocamos paisagens ao fundo”, diz. Outra mudança ocasionada pela digitalização foi a aposentadoria dos filmes de 12, 24 e 36 poses. “O cartão de memória armazena inúmeras fotos. Com o filme, acabava as poses e tinhamos que substituir o filme, além de solicitar ao padre a interrupção da cerimonia”, finaliza.

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