A
vida não foi fácil para Santino Florêncio Alves de Oliveira,
proprietário do Foto Santo Antônio. Aos 67 anos e estabilizado
comercialmente, ele veio de Pernambuco, de Belém de Maria, para
trabalhar como jardineiro em Maringá. Com dois anos e oito meses no
Paraná se qualificou na área de frigoríficos e veio para
Jataizinho laborar no Frigorífico Tibagi, onde o proprietário era
José Augusto Sella. Após 11 anos e sabendo fotografar, montou o
Foto Santo Antonio, que funciona há 37 anos. “Tinha um amigo que
vendia binóculos com uma fotografia dentro. Ele me incentivou a
comprar a máquina fotográfica e aprender o ofício. Na época tinha
20 anos e não sabia manusear o equipamento. Devido a isto, as
fotografias saiam cortadas, escuras ou viradas ao contrário,
ocasionando a inutilização do material de revelação, além de
filmes e papel. No entanto, erros fazem parte do aprendizado e nesta
caminhada muitos me incentivaram e ensinaram, como José Pessoa, hoje
morador de Ibiporã”, recorda.
Trabalhando
com os filhos e dono de um moderno aparato tecnologico, que envolve
máquinas digitais, computadores e programas atuais, Santino de
Oliveira teve que se adaptar ao mercado para sobreviver. “Alguns
jovem não sabem que as fotos antigas passavam por um processo
quimico de revelação, com o uso de químicas, filme negativo e
papel, tudo num quarto escuro. No processo quimico a revelação do
negativo dura cinco minutos. A revelação no papel é de dois
minutos por foto. O processo é diferente das digitais, que podem ser
impressas imediatamente. Ainda tenho equipamentos de revelação
guardados, como o ampliador. Mas hoje são obsoletos”, declara
Outro
fotógrafo que ajudou Santino de Oliveira foi Antônio Takashita, de
Urai e que foi repórter da Folha de São Paulo durante 35 anos. “Até
1978 as fotos eram preto e branco e eu mesmo as revelava. A partir
deste ano chegaram as fotos coloridas, que eram reveladas em
Londrina. Com a chegada das máquinas digitais houve melhora na
qualidade e rapidez”, pontua.
Mesmo
aos 67 anos, ele conhece o funcionamento das máquinas analógicas e
digitais, além de usar programas de edição no computador. “A
máquina digital tira excelentes fotos para fins variados, como
documento, aniversário e casamento. Esta última são as preferidas
devido o glamour. Com o programa de computador manipulamos imagens e
colocamos paisagens ao fundo”, diz. Outra mudança ocasionada pela
digitalização foi a aposentadoria dos filmes de 12, 24 e 36 poses.
“O cartão de memória armazena inúmeras fotos. Com o filme,
acabava as poses e tinhamos que substituir o filme, além de
solicitar ao padre a interrupção da cerimonia”, finaliza.
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