A cidade de Ibiporã produz uma iguaria
alimentícia muito conhecida em todo país: o Queijo Canastra. Feito artesanalmente
por José Maurílio Leite, ele o define por ter “um sabor azedinho que permanece
por muito tempo na boca”. Atualmente, a
variedade está cada vez mais valorizada e conforme José Maurílio, conhecido
como Mineiro, o queijo Canastra deve ser
consumido curado ou meio curado, com pelo menos uma semana de maturação. Com o
passar dos dias, ele adquire uma bela cor dourada e vai enrijecendo de fora
para dentro. “É boa companhia para uma cerveja gelada, cachaça ou vinho tinto.
Também é consumido fresco, com até quatro dias, ao se mostrar branco e parecido
com o tradicional queijo Minas industrializado”, diz.
O consumidor que o levar para casa deve
mantê-lo sempre em local fresco e ventilado, para a maturação ser perfeita. O queijo
deve descansar sobre um prato ou uma tábua de madeira e ser virado uma vez por
dia. “Antigamente, devido à precariedade dos transportes, o queijo ficava até
40 dias nas prateleiras dos produtores para depois sair em carros de bois ou no
lombo de burros e cavalos para a distribuição. Hoje, o consumo é mais rápido e
por isso pouca gente chega a apreciá-lo no ponto certo de maturação”, pontua.
José Maurílio cita que para
produzir um queijo do tamanho tradicional, com peso de cerca de 1 quilo e 300 gramas,
são utilizados aproximadamente dez litros de leite. Depois da ordenha, o leite
é colocado em tanques, onde recebe o coalho e o “pingo”, uma espécie de
fermento líquido, extraído da produção do dia anterior. Depois de algum tempo,
o leite talha e é retirado em porções de massa que são espremidas manualmente e
colocadas em moldes redondos. Por cima da massa cuidadosamente compactada, vai
o sal grosso. Por baixo da forma, o soro escorre finalizando um processo que
dura 24 horas. Só então o queijo sai dos moldes e vai para uma prateleira
arejada. Com exceção da ordenha, todo o ritual acontece na chamada “casa de
queijo”.
Além do queijo,
ele produz artesanalmente, pó de queijo e o queijo ralado, excelente para o
tempero de variados alimentos. Além disso, faz requeijão, pão de queijo, queijo
palha, doce de leite, manteiga, cural e pamonha de queijo. Tamanha experiência
se deve ao fato de ter aprendido o ofício aos oito anos de idade e aperfeiçoou
as técnicas após ingressar no Colégio Agrícola e estudar Laticínios, além de
frequentar os cursos de café e cooperativismo, cursos que até hoje o auxilia nos
trabalhos e negócios. “O Queijo Canastra pode ser consumido de várias formas.
Diferente do Paraná, em Minas Gerais ele é ralado para comer com massas,
misturado no arroz com feijão, em cima de carnes, doces e nos mais variados
tipos de alimentos. Os mineiros produzem os melhores queijos e um dos segredos
do Queijo Canastra, é que ele deve ser feito com leite não industrializado,
além de não misturar o leite de vacas de raças diferentes”, afirma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário