domingo, 24 de junho de 2012

Os Movimentos Sociais no Brasil

A análise dos movimentos sociais no Brasil revelam o forte enfoque teórico oriundo do marxismo. Sejam eles vinculados ao espaço urbano ou rural. Os movimentos, ao se referirem ao espaço urbano, possuem um leque amplo de temáticas como por exemplo, as lutas por creches, por escola pública, por moradia, transporte, saúde, saneamento básico etc. No espaço rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias (das regiões cafeeiras, citricultoras e canavieiras, principalmente), de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários. Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, no entanto, todos expressavam as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos ligados ao rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade através da realização de manifestações em espaços públicos (rodovias, praças, etc.). Os movimentos populares urbanos foram impulsionados pelas Sociedades Amigos de Bairro - SABs - e pelas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs. Nos anos 1960 e 1970, mesmo diante de forte repressão, os movimentos não se calaram. Havia reivindicações por educação, moradia e pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".

Em 1990, o MST e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.

Concomitante às ações coletivas que tocam nos problemas existentes no planeta (violência, por exemplo), há a presença de ações coletivas que denunciam a concentração de terra, ao mesmo tempo que apontam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); ações coletivas que denunciam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que têm espaço urbano como locus para a visibilidade da denúncia, reivindicação ou proposição de alternativas.

As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.

MST - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido pela sigla MST, é um movimento social brasileiro de inspiração marxista cujo objetivo é a implantação da reforma agrária no Brasil. Teve origem na aglutinação de movimentos que faziam oposição ou estavam desgostosos com o modelo de reforma agrária imposto pela ditadura, principalmente na década de 1970, o qual priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das terras improdutivas.

Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas, associações de agricultores que existiam durante as décadas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesmarias por favor real, de acordo com o direito feudal português, fato este que excluiu em princípio grande parte da população do acesso direto à terra. Uma das atividades do grupo consiste na ocupação de terras improdutivas como forma de pressão pela reforma agrária, mas também há reivindicação quanto a empréstimos e ajuda para que realmente possam produzir nessas terras. Para o MST, é muito importante que as famílias possam ter escolas próximas ao assentamento, de maneira que as crianças não precisem ir à cidade e, desta forma, fixar as famílias no campo.

O MST reivindica representar uma continuidade na luta histórica dos camponeses brasileiros pela reforma agrária. Os atuais governantes do Brasil tem origens comuns nas lutas sindicais e populares, e portanto compartilham em maior ou menor grau das reivindicações históricas deste movimento. Segundo outros autores, o MST é um movimento legítimo que usa a única arma que dispõe para pressionar a sociedade para a questão da reforma agrária, a ocupação de terras e a mobilização de grande massa humana.

MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu em 1997 da necessidade de organizar a reforma urbana e garantir moradia e a todos os cidadãos. Está organizado nos municípios do Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. É um movimento de caráter social, político e sindical. Em 1997, o MST fez uma avaliação interna em que reconheceu que seria necessária uma atuação na cidade além de sua atuação no campo. Dessa constatação, duas opções de luta se abriram: trabalho e moradia.

Estão em quase todas as metrópoles do País. São desdobramentos urbanos do MST, com um comando descentralizado. As formas de atuação variam de um movimento para outro. Em geral, as ocupações não têm motivação política, apenas apoio informal de filiados a partidos de esquerda. O objetivo das ocupações é pressionar o poder público a criar programas de moradia e dar à população de baixa renda acesso a financiamentos para a compra de imóveis. Atualmente, o MTST é autônomo em relação ao MST, mas tem uma aliança estratégica com esse.

Hippie - Os "hippies" eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60 tendo relativa queda de popularidade nos anos 70 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70. Uma das frases ideomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares. A questões ambientais, era uma das idéias respeitadas recorrentemente por estas comunidades.

Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade.

Nos anos 60, muitos jovens passaram a contestar a sociedade e a pôr em causa os valores tradicionais e o poder militar e econômico. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos EUA, impulsionados por músicos e artistas em geral. Os hippies defendiam o amor livre e a não-violência. Como grupo, os hippies tendem a viver em comunidades coletivistas ou de forma nômade, vivendo e produzindo independentemente dos mercados formais, usam cabelos e barbas mais compridos do que era considerado "elegante" na época do seu surgimento. Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Os Hippies não pararam de fazer protestos contra a Guerra do Vietnã, cujo propósito era acabar com a guerra. A massa dos hippies eram soldados que voltaram depois de ter contato com os Indianos e a cultura oriental que, a partir desse contato, se inspiraram na religião e no jeito de viver para protestarem. Seu principal símbolo era o Mandala.

O Feminismo: O Feminismo é um discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta os direitos iguais e a proteção legal às mulheres. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias, todas preocupadas com as questões relacionadas às diferenças entre os gêneros, e advogam a igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses. De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas". A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. A teoria feminista surgiu destes movimentos femininos, e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista. O feminismo alterou principalmente as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e todas as outras formas de discriminação.

Durante a maior parte de sua história, a maior parte dos movimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principalmente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e da América do Norte. No entanto, desde pelo menos o discurso Sojourner Truth, feito em 1851 às feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras raças propuseram formas alternativas de feminismo. Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos, e o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres nas antigas colônias europeias e no Terceiro Mundo propuseram feminismos "pós-coloniais" - nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico. Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.

Desde a década de 1980, as feministas standpoint argumentaram que o feminismo deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia, ao classismo e à colonização. No fim da década e início da década seguinte as feministas ditas pós-modernas argumentaram que os papeis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente, e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas as suas culturas e histórias.

Movimento Estudantil: O movimento estudantil, embora não seja considerado um movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que, nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter social e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ideológica de uma classe ou visão de mundo. Em 1967, no Brasil, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, é exemplar. O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas instituições de ensino.

Associação de moradores do Ângelo Maggi transforma e traz melhoria da qualidade de vida na região.

A liderança comunitária pode ser exercida das mais diferenciadas formas, sendo as associações de moradores uma opção para a conquista e manutenção dos benefícios locais. Nas associações nascem lideranças obstinadas a trabalhar e mostrar resultados fundamentais para a transformação. Assim podemos ver o exemplo da AMAGGI, a Associação de Moradores do Ângelo Maggi, representada por Carlos Alberto de Oliveira, morador há três anos no bairro e que há um ano, no dia 4 de novembro de 2009, assumiu a função.

Pai de Gustavo Luciano de Oliveira, 11 anos, Augusto Luciano de Oliveira, de 3 anos e esposo de Claudinéia Luciano de Oliveira, 32 anos, Carlos relata que sua entrada na AMAGGI foi motivada pela intenção de melhorar as condições locais. Morando em frente ao centro comunitário, viu a possibilidade de concretizar seus sonhos, como a revitalização da praça, com a implantação de bancos, mesas e iluminação. Objetos que, apesar de simples, trouxeram mais conforto a quem a freqüenta. Outra benfeitoria foi a reforma do centro comunitário, com a troca de 28 vidros, antes depredados, e a reforma da cozinha que ganhou uma nova pia, cozinha, banheiros e iluminação no salão de festas. “O centro comunitário era tomado pelo mato e após a entrada da nova diretoria, tomamos a atitude de reverter o estado de abandono. Antes havia mato e escuridão. Hoje, quem quiser vir aqui, verá um local iluminado e uma bela praça que propicia bem estar ao Ângelo Maggi e também dos bairros ao entorno como o Cinqüentenário, Canaã, Padre Rino Nogaroto, Jardim Tupy, além de poder sociabilizar, junto a comunidade, os futuros moradores do Conjunto Guandalini”, afirma.

Carlos Alberto, que aos poucos se torna uma liderança na região, destaca que nada seria possível sem a ajuda da prefeitura, sempre presente com ações que envolvem tapa buracos de ruas, poda de arvores e atividades como o “Viva seu bairro”, aonde as diversas secretarias, como a de Obras e Saúde, vão aos bairros realizar exames médicos, limpeza das ruas, combate a dengue, além de outras ações. “A nossa liderança foi uma revolução e a AMAGGI espera contribuir com outras associações de moradores para que haja uma mudança nos bairros”, cita Carlos Alberto.

Outra novidade, demonstrando que uma associação de moradores não é necessariamente algo tradicional, foi a criação de um blog, o angelomaggi.blogspot.com, onde todos podem acessar e ver as melhorias e registro fotográficos das festas na comunidade.

Além das festas, o salão oferece gratuitamente uma gama de cursos como capoeira, kung fú e alongamento. Ele ressalta que o espaço pode abrigar cursos de manicure, pedicure, pintura em MDF e outros mais, porém não há alunos suficientes para completar as vagas. “A comunidade está convidada a participar, não apenas da atividades oferecidas pela associação, mas também dos cursos oferecidos pelas Secretarias de Cultura, Esporte e Trabalho, qualificação que irá melhorar as condições sociais, de renda e ajudará na inserção para o mercado de trabalho”, finaliza.

Enquête: Na sua opinião, o que deve ser feito para melhorar a integração da Região Metropolitana de Londrina?


- O transporte coletivo. No horário de pico o transporte público não é suficiente e a população é a maior prejudicada, tendo que ir em pé nos ônibus lotados. Uma opção é o ônibus articulado, que traria mais conforto sem ônus. – Anderson Wachike Ferreira, motociclista de 31 anos e morador do centro.

- Poderia haver maior integração na área da saúde e mais atenção as pessoas que saem da região para se consultar em Londrina. Isso humanizaria a saúde e contemplaria a integração. – Marcelo Ferreira, de 18 anos e morador do Jardim Progresso.

- As escolas e universidades públicas deveriam criar medidas que favorecessem os moradores da Região Metropolitana. Não há nada de errado em ajudar nossas pessoas. Também seria interessante o intercâmbios com outras cidades, além da visita a locais históricos que apenas ouvimos falar. – Silvia Costa, estudante de 16 anos e moradora do Domingos Moya.

- O transporte público é de péssima qualidade e deveriam haver mais ônibus. Não ando de ônibus, mas uma boa opção, seria as empresas de transporte coletivo entrarem em comum acordo para que os ônibus intermunicipais poderem entrar o Terminal de Londrina. – Sidnei Camargo, construtor de 37 anos e morador do Centro.

- Para a Região Metropolitana de Londrina crescer, a atenção para o transporte público é essencial. – Erick Paulo, estudante de 15 anos e morador do San Rafael.



Robótica para crianças

Em parceria com a Fundação Cultural, Edutec traz aulas de robótica para Ibiporã.

A robótica está presente cada vez mais nas industrias pesadas, como por exemplo, as automotivas. São poucos os profissionais da área e mais raros os cursos sobre o assunto.
Observando não haver nada específico para crianças e adolescentes, o matemático Danilo Wille, de 31 anos e a professora de Biologia e graduanda em Pedagogia, Daniele Goto, de 27 anos, criaram há três anos a Edutec, visando o ensino de excelência na robótica.
Em Ibiporã, a Edutec funciona numa sala cedida pela Fundação Cultural e atende crianças e adolescentes de 5 a 15 anos. A atividade, que estimula o trabalho em equipe, começa com os instrutores indo as escolas apresentar o projeto, que consiste numa aula experimental onde se explana como se monta e funciona os robôs com motores, engrenagens e programação. A base são os materiais da Lego ou outros alternativos, como conduite ou fios de nylon. A partir daí, estuda-se mecânica, funcionamento de alavancas, rodas, eixos, engrenagens ,polias, roldanas, parafusos, cunha e plano inclinado. Tudo isso, para criar conceitos de educação tecnológica. “Desde os primórdios o homem usa a tecnologia para o bem estar. A educação tecnológica, como a robótica e a programação de computador, são diferenciados e ajudam a produção de máquinas complexas. Através de conceitos básicos é possível estimular a produção de tecnologia nacional, baixando o custo para todos terem acesso”, afirma Danilo Wille.
Daniele Goto, que estuda Pedagogia, ressalta que são ensinados princípios básicos, afim das crianças obterem resultados, além de fazê-los raciocinar, desenvolver tecnologia e resolver problemas do dia a dia. “Deve haver uma transformação nas escolas e na educação através do construtivismo, onde se cria e constrói”.