Quisera ser às para voar bem alto
sobre a cidade de meu berço!
Bem mais alto que os lamentos bronze,
as catedrais catalépticas.
Dar cambalhotas repentinas,
loopings fantásticos,
saltos mortais,
como um atleta elástico de aço.
O ranger rascante do motor...
No anfiteatro com painéis de nuvens.
Tambor...
Se um dia,
o meu corpo escapasse ao aeroplano,
eu abriria os braços com ardor,
para o mergulho azul na tarde transparente...
Como seria semelhante,
a um anjo de corpo desfraldado.
Asas abertas, precipitado,
sobre a terra distante...
Riscando o céu na minha busca,
rápida e precisa,
cortando o ar em êxtase no espaço,
meu corpo cantaria,
sibilando,
a sinfonia da velocidade.
E eu tombaria,
Entre os braços abertos da cidade...
Ser aviador para voar bem alto!
Por Luis Aranha
2 comentários:
esta poesia me lembra outra escrita por Manuel Bandeira chamada "Oração para Aviadores" tem dois trechos que eu gosto, é o inicio:
"Santa Clara, clareai
Estes ares
Dai-nos ventos regulares
De feição
Estes mares, estes ares
Clareai.."
e o final: "Santa Clara, todo risco
Dissipai
Santa Clara, clareai"
Espetacular
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