domingo, 17 de fevereiro de 2008

WeekEnd na Guatemala


"WeekEnd na Guatemala" é uma obra genial do guatemalteco e Nobel de Literatura (1967)Miguel Ángel Astúrias. "Week-end na Guatemala" descreve a invasão desse pequeno país, em 1954, quando se tentava estabelecer um projeto popular. O governo estadunidense, com financiamento próprio e da empresa imperialista American Fruit Company, a La Frutera, que não querendo intervir diretamente, promoveu o recrutamento em massa da escória social em vários países latino-americanos, assolados pelo desemprego e pela miséria, para formar um exército de mercenários. A elite econômica e setores da pequena burguesia guatemalteca forneceram a base social de sustentação interna da agressão, armando o palco para a tragédia. Resultado: milhares de crianças, homens e mulheres, jovens e idosos assassinados, o projeto popular destruído, o país invadido, o povo humilhado.

Pelos bares da vida: Durante um dia exercem uma profissão. Nas noites sobem aos palcos. São os artistas populares

Na Zona Norte de Londrina, há diversos estabelecimentos comerciais como bares, pizzarias e lanchonetes, onde as pessoas se reúnem para conversar, dançar e porque não namorar. Seja durante a semana ou aos fins de semana, há sempre um artista que anima a todos. Não sabem os fregueses, que os artistas durante o dia tem uma profissão.

No Recanto Sertanejo, localizado na Avenida Francisco Gabriel Arruda, 1227, Parigot de Souza III, quem toca os sucessos sertanejos românticos do momento é o proprietário de um ferro-velho na Via Expressa, Marcos Rosário, 40. Conhecido por Marquinho e morador da Vila Casoni, ele se apresenta ás quintas-feiras no Recanto e aos fins de semana viaja com sua caravana por cidades da região.
Durante o dia, Marquinho administra o ferro-velho e nas noites embala romances com músicas sertanejas. Ele canta e toca violão. O grupo, formado há três anos, conta com Luzia Aparecida da Silva, 39, a cantora Lú, que mora na Vila Casoni, e Rodrigo Almeida, o Rodrigo dos Teclados, 30, morador do Residencial do Café. Além dos três artistas a caravana conta com mais duas duplas sertanejas.
Marquinho relata que a atividade artística é mais recente e aconteceu ao acaso, quando comprou os instrumentos. “Em nada atrapalha meu trabalho. Ao invés disso, contribui. Nos intervalos faço amizades com pessoas do público. Elas descobrem minha atividade e nos procuram para fechar negócios, ou vice-versa. Quando vão ao ferro-velho vêem o ônibus da caravana, se interessam e querem assistir a um show.”
A relação fisiológica de trabalho e vida artística é tão próxima, que a cantora Lú, antes de se apresentar com a Caravana do Marquinho, é Luzia, secretária do ferro-velho. “Para mim é bom, porque o patrão paga hora-extra”, diz a cantora.

Tony Marques, 39, é um artista popular da região norte. Com dedicação exclusiva a música e residente no Maria Cecília, Tony é conhecido pelo estilo sertanejo e canta em bailões e rodeios. Com carreira artística há vinte anos, sempre que pode dá uma “canja” no Recanto do Espeto, localizado na Saul Elkind, em frente à Sanepar.
“Comecei na infância. Cantava na escola, em barzinhos e karaokês. Em 2002 conheci o Marcel e montamos a dupla Tony Marques e Marcel”, diz. A dupla gravou o CD “Bom demais”. Em 2006 se separaram e Tony Marques lançou “Tony Marques Solo”, com a música de trabalho “Menina dos olhos azuis”. Juntos, os dois CD’s somam a vendagem de mais de seis mil cópias e Tony fica chateado ao encontrar cópias falsas ou pirateadas. “Recolhi duma só vez trinta cópias. A pirataria é ruim e evita que o fã compre o original”, revela.
Com muitos fãs que pedem autógrafos e apresentações em até Puenta del Leste, na Argentina, recentemente Tony gravou um DVD com a participação de vários artistas. Para o cantor, é comum a presença em programas de rádio e TV. “Fiz muitos shows em Londrina e na região. Em 1997, toquei para mais de trinta mil pessoas no Parque de Exposições Ney Braga quando o show regional era no mesmo palco dos artistas de renome nacional. Foi uma sensação inexplicável”, relembra. O artista ressalta que nas apresentações é acompanhado por uma banda, dançarinas e auxiliares que somam mais de vinte integrantes.